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Joias da poesia contemporânea
Ano 3 - N° 120 – 16 de Agosto de 2009
 

 

Página de amor


Lívio Barreto

 

Quiseste renascer, alma querida,

Disseste haver falido quando amaste...

E, estrela, desprezando o etéreo engaste,

Desceste para as mágoas de outra vida.

 

Hoje, nas sombras, sofres esquecida,

E eu sofro, por tristíssimo contraste,

No refúgio de sol que me deixaste

Entre afagos de dor, à despedida...

 

Livre, prendo-me a ti, no mar das horas...

Penso, meditas... Sonho, rememoras....

Meu coração no teu pulsa, violento.

 

Embora em pranto, segue que eu prossigo...

Choras, mas cantarás, enfim, comigo

Na castália de amor do firmamento.

 

                                                                              

 

Lívio Barreto nasceu no distrito de Ibuaçu, município de Granja, Ceará, em 18 de fevereiro de 1870 e desencarnou em Camocim, no mesmo Estado, em 29 de setembro de 1895. De origem humilde, caixeiro e, mais tarde, modesto guarda-livros, foi um artista emérito do verso. Era funcionário da Companhia Maranhense de Navegação quando, moço ainda, desencarnou fulminado por uma congestão cerebral. O soneto acima integra o livro Antologia dos Imortais, obra psicografada pelos médiuns Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira.




 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita