MARCELO BORELA DE
OLIVEIRA
mbo_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná
(Brasil)
Libertação
André Luiz
(Parte
32)
Damos continuidade ao
estudo da obra
Libertação,
de André Luiz,
psicografada pelo médium
Francisco Cândido Xavier
e
publicada em 1949 pela
Federação Espírita
Brasileira.
Questões preliminares
A. Que pedido fez
Matilde à sua futura
mãe?
Matilde pediu a
Margarida: "Não me
recebas, nos braços, por
boneca mimosa e
impassível. Adornos
externos nunca trazem
felicidade legítima ao
coração, e, sim, o
caráter edificado e
cristalino, base segura
de que se expande a boa
consciência". Elucidou
então que a árvore para
produzir requer o
carinho e a assistência
constante do agricultor,
mas somente se
fortalecerá sob a
temperatura
atormentadora da
canícula, debaixo de
aguaceiros salutares ou
aos golpes da ventania
forte. "A luta e o
atrito – disse-lhe
Matilde – são bênçãos
sublimes, através das
quais realizamos a
superação de nossos
velhos obstáculos.”
(Libertação, cap. XIX,
pp. 245 e 246.)
B. Um último conselho
deu Matilde antes de
despedir-se. Que é que
ela recomendou então?
"Margarida – disse-lhe,
bondosa –, não te
esqueças do reino de
beleza que podes
improvisar no santuário
doméstico. Foge,
resoluta, dos perigosos
fantasmas do ciúme e da
discórdia. Aprende a
renunciar, nas questões
pequeninas, para
recolheres com
facilidade a luz que
emana do sacrifício. Não
comprometas, por
bagatelas, o êxito
espiritual que a
experiência te pode
oferecer. Estás livre
dos males exteriores,
mas ainda te não
libertaste dos males
próprios. Confia no
Divino Poder e não
desfaleças, ainda mesmo
quando a tempestade te
açoite as fibras mais
íntimas do coração."
Dito isso, mãe e filha
permutaram um abraço
cheio de indefinível
ternura.
(Obra citada, cap. XIX,
pp. 247 e 248.)
C. Que fator é
indispensável à
realização dos nossos
planos?
Segundo o Instrutor
Gúbio, a prece ajuda, a
esperança balsamiza, a
fé sustenta, o
entusiasmo revigora, o
ideal ilumina, mas o
esforço próprio na
direção do bem é a alma
da realização esperada.
Por isso, a bênção do
minuto, a dádiva da hora
e o tesouro das
oportunidades de cada
dia hão de ser
convenientemente
aproveitados se
pretendemos
santificadora ascensão.
“Felicidade, paz,
alegria não se
improvisam”, asseverou
Gúbio. “Representam
conquistas da alma no
serviço incessante de
renovar-se para a
execução dos Desígnios
Divinos."
(Obra citada, cap. XX,
pp. 249 e 250.)
Texto
para leitura
130. A
reencarnação de Matilde
- Aludindo à sua volta à
experiência carnal,
Matilde explicou que a
Crosta terrestre é
comparável a imenso mar
onde a alma operosa
encontra valores eternos
aceitando os
imperativos de serviço
que a Bondade Divina nos
oferece. Disse também
que, além disso, todos
temos doces laços do
coração que se demoram,
por muitos séculos,
retidos ao fundo do
abismo. "É indispensável
buscar as pérolas
perdidas para que o
paraíso não permaneça
vazio de beleza ao nosso
olhar. Depois de Deus, o
amor é a força gloriosa
que alimenta a vida e
move os mundos",
asseverou a benfeitora,
que destacou, em
seguida, o sublime
papel das mães, na
esfera terrestre,
afirmando que as
melhores possibilidades
se perdem na "esfera do
recomeço", por falta de
braços decididos e
conscientes que nos
guiem através dos
labirintos do mundo.
"Carinho, quase sempre,
não falta no santuário
familiar, onde a alma se
habilita à recapitulação
de valiosa aventura;
entretanto -- asseverou
Matilde --, a ternura
absoluta é tão nociva
quanto a absoluta
aspereza". "O
esquecimento temporário
me acompanhará, nos
abafadores das células
físicas, mas o êxito
desejável somente me
felicitará se eu puder
contar com a tua
orientação robusta e
vigilante", aduziu
Matilde, referindo-se
diretamente ao plano
estabelecido para o
futuro de ambas.
"Viveremos mais juntas,
na peregrinação
meritória. Nos
abençoados elos do
sangue seremos mãe e
filha, de maneira a
aprendermos, mais
intensamente, a ciência
da fraternidade
universal." Era Matilde
agora quem pedia à sua
futura mãe: "Não me
recebas, nos braços,
por boneca mimosa e
impassível. Adornos
externos nunca trazem
felicidade legítima ao
coração, e, sim, o
caráter edificado e
cristalino, base segura
de que se expande a boa
consciência". Elucidou
então que a árvore para
produzir requer o
carinho e a assistência
constante do agricultor,
mas somente se
fortalecerá sob a
temperatura
atormentadora da
canícula, debaixo de
aguaceiros salutares ou
aos golpes da ventania
forte. "A luta e o
atrito são bênçãos
sublimes, através das
quais realizamos a
superação de nossos
velhos obstáculos. É
necessário não
menosprezá-los,
identificando neles o
ensejo bendito da
elevação", afirmou
Matilde. "As
conveniências humanas
são respeitáveis, mas as
conveniências
espirituais são
divinas." (Cap. XIX, pp.
245 e 246)
131. Conselhos
finais - Matilde
ainda falou mais um
pouco com aquela que
seria sua futura mãe,
destacando a importância
materna na condução dos
filhos. Edificados com a
lição indireta que lhes
era ministrada, André e
seus amigos notaram que
Margarida, em copioso
pranto, prometia tudo
quanto lhe era
solicitado. Depois de
envolvê-la em novas
operações magnéticas, a
fim de reajustar-lhe os
centros perispiríticos,
Matilde rogou o auxílio
de Elói para que a jovem
senhora retornasse ao
envoltório carnal. Na
despedida, ela
acrescentou, porém,
algumas recomendações
de adeus. "Margarida --
disse, bondosa --, não
te esqueças do reino de
beleza que podes
improvisar no santuário
doméstico. Foge,
resoluta, dos perigosos
fantasmas do ciúme e da
discórdia. Aprende a
renunciar, nas questões
pequeninas, para
recolheres com
facilidade a luz que
emana do sacrifício. Não
comprometas, por
bagatelas, o êxito
espiritual que a
experiência te pode
oferecer. Estás livre
dos males exteriores,
mas ainda te não
libertaste dos males
próprios. Confia no
Divino Poder e não
desfaleças, ainda mesmo
quando a tempestade te
açoite as fibras mais
íntimas do coração". Mãe
e filha permutaram um
abraço cheio de
indefinível ternura e,
encaminhando-se para
Gúbio, explicou-lhe
Matilde, discretamente,
o trabalho planejado
para as horas seguintes,
informando que os
esperaria em paisagem
próxima. Logo depois,
ausentou-se,
restituindo,
naturalmente, a Gúbio as
forças que lhe subtraíra
em caráter temporário. O
Instrutor disse então
que, exceção feita a
quatro companheiros que
montariam guarda junto
ao lar de Gabriel,
deveriam partir todos,
na direção dos círculos
mais altos com escala em
um dos "campos de saída"
da esfera carnal. (Cap.
XIX, pp. 247 e 248)
132. O
desconhecido tesouro do
tempo - Gúbio
fitou, enternecido, a
filha espiritual que
passara a convalescer em
brando e defendido
repouso. Depois orou
longamente junto dela,
na câmara íntima,
comunicando aos demais,
logo em seguida, o
instante da partida. A
caravana formada com
todos aqueles pássaros
de asas semimutiladas,
ali socorridas, iriam
demandar, junto deles,
outros campos de ação
regenerativa e
redentora. As entidades
sofredoras e amigas
tinham nos olhos
lágrimas de alegria e
reconhecimento e em cada
uma palpitava o anseio
de retificação e vida
nova. Gúbio lhes avisou
que todos aqueles que se
mantivessem
perseverantes no
propósito de
auto-restauração
seguiriam ao seu lado,
com acesso aos círculos
de trabalho condigno.
"Espero, contudo --
advertiu o Instrutor --,
que não aguardem
milagres na esfera
próxima. O trabalho de
reajustamento próprio é
artigo de lei
irrevogável, em todos
os ângulos do Universo.
Ninguém suplique
protecionismo a que não
fez jus, nem flores de
mel às sementes amargas
que semeou em outro
tempo. Somos livros
vivos de quanto pensamos
e praticamos, e os olhos
cristalinos da Justiça
Divina nos leem, em toda
parte. Se há um
ministério humano, na
Crosta da Terra,
determinando sobre as
vidas inferiores da
gleba planetária, temos,
em nossas linhas de
ação, o ministério dos
anjos, dominando em
nossos caminhos
evolutivos. Ninguém trai
os princípios
estabelecidos". Gúbio
destacou em seguida a
importância do bom
aproveitamento do tempo:
"A prece ajuda, a
esperança balsamiza, a
fé sustenta, o
entusiasmo revigora, o
ideal ilumina, mas o
esforço próprio na
direção do bem é a alma
da realização esperada.
Em razão disso, ainda
aqui, a bênção do
minuto, a dádiva da hora
e o tesouro das
oportunidades de cada
dia hão de ser
convenientemente
aproveitados se
pretendemos
santificadora ascensão.
Felicidade, paz, alegria
não se improvisam.
Representam conquistas
da alma no serviço
incessante de renovar-se
para a execução dos
Desígnios Divinos". Por
fim, lembrou a todos a
conhecida promessa
evangélica: "quem
perseverar até ao fim,
será salvo". (Cap. XX,
pp. 249 e 250)
133. A
batalha ainda não estava
finda
- O júbilo e o otimismo
transbordavam de todos
os rostos. Saldanha
chorava convulsivamente.
Algumas irmãs entoaram
formoso hino de louvor à
bondade do Cristo,
enquanto raios de
safirina luz
derramavam-se
profusamente sobre
todos. Concluído o
cântico, que fazia
lembrar os pensamentos
constantes do Salmo 90
de David, Gúbio retomou
a palavra, informando
que, apesar das
santificantes alegrias
daquela hora, a batalha
não estava finda.
"Faltava-nos o epílogo",
acentuou com inflexão
mais grave na voz.
Matilde os esperava em
região intermediária, em
cujo clima vibracional
lhe seria possível
materializar-se, de
novo, aos olhos de
todos, realizando o
sonhado reencontro
espiritual com o filho
de outras eras que, a
breve tempo, os
procuraria na condição
de vingador. (Cap. XX,
pp. 251 e 252)
(Continua
no próximo número.)