Avante!
João Damasceno Vieira
Fernandes
Peregrino da vida e da
morte oriundo
Avança do nascer ao pôr
do Sol, durante
A evolução sem fim nos
carreiros do mundo,
Pela ronda do tempo, a
ressurgir constante.
Das sombras da maldade à
luz do bem fecundo,
Das ruínas morais ao
triunfo pujante,
Aprende pouco a pouco e,
segundo a segundo,
Ergue em tudo, a ti
mesmo, o teu grito de –
avante!
Segue esgarçando os véus
dos caminhos secretos,
Desfazendo aflições e
remontando afetos,
Com risos e ilusões,
suspiros e agonias.
E ao morrer-te o rancor
e ao nascer-te a
humildade,
Em êxtases de amor e em
lances de bondade,
Encontrarás, ditoso, a
paz de novos dias!
João Damasceno Vieira
Fernandes nasceu em
Porto Alegre (RS) em 6
de maio de 1853 e
desencarnou em Salvador
(BA) em 7 de março de
1910.
Poeta, jornalista,
crítico literário,
dramaturgo, historiador,
patrono da cadeira nº 17
da extinta Academia
Riograndense de Letras,
colaborou ativamente na
revista do Pártenon
Literário, do qual fazia
parte, e em várias
publicações periódicas.
O soneto acima integra o
livro Antologia dos
Imortais, obra
psicografada pelos
médiuns Francisco
Cândido Xavier e Waldo
Vieira.