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Crônicas e Artigos
Ano 3 - N° 121 - 23 de Agosto de 2009

STEPHANE LOUREIRO
stephane92@hotmail.com
Aracaju, Sergipe (Brasil)
 

Vínculos inquebrantáveis


O que é a distância, o que é o tempo, diante da Imortalidade Espiritual?

Incontáveis vezes, acabrunhados pela dilacerante dor da saudade, questionamos a Misericórdia Divina ao levar para longe do olhar, por conduto do perecimento do corpo, aqueles que estão tão próximos do coração.  

E assim, inconformados, revoltamo-nos. 

Aos irmãos condoídos pela irreparável perda física dos entes queridos, quero falar da Inexistência da Morte. O corpo, esta vestimenta rude, grosseira, tão sujeita às intempéries da existência terrena, serve apenas de veículo ao Espírito, que, ao encarnar inúmeras vezes, no cativeiro da Terra, vem incumbido de resgatar as dívidas contraídas em existências pretéritas.  

Cumprimos esta dura missão de evoluir espiritualmente, quando desenvolvemos nossas tarefas cotidianas com esmero, auxiliamos humildemente o próximo, perdoamos as decepções que nos açoitam, tantas vezes, o coração e procuramos sobrepujar os vícios morais que cada um carrega consigo, em virtude de sermos ainda Espíritos tão imperfeitos.   

Contudo, a hora de prestar contas do uso que demos às oportunidades que nos foram ofertadas sempre chega e quando este Evento Derradeiro arrebata aqueles que nos são estimados, imensa tristeza assevera a fronte daquele que sofre. 

Em verdade, é preciso pensar que a Vida Legítima é aquela que nos espera após o cativeiro da carne. Ao Espírito, dotado de maior entendimento quando de retorno à Pátria Espiritual, é sempre com alegria que se desvencilha do calvário da matéria, especialmente quando sabe que cumpriu, neste plano, os desígnios do Pai. 

Quão maravilhados ficaríamos se a todos nós encarnados fosse facultada a possibilidade de presenciar o desenlace material do homem que nesta vida foi justo, probo, sendo recebido pelos amigos da espiritualidade, cercado de afeto e amparo, tal qual aquele que, após um dia de trabalho árduo, aufere a recompensa merecida. 

Irmãos, a morte nada mais é que etapa necessária à continuação da vida. Afinal, tudo aquilo que realmente importa ao Espírito jamais perece. É imprescindível entendermos que a separação imposta por aqueles que partem para o outro plano é temporária. Que Deus de injustiça seria esse, arrebatando, eternamente, aqueles que estimamos?  

Os vínculos sinceros construídos no transcorrer da existência terrena são indestrutíveis, permanentes. A morte, longe de romper tais vínculos, possibilita que, num futuro relativamente próximo diante da imortalidade espiritual, aqueles que se amam verdadeiramente se reencontrem, onde as vicissitudes da matéria não os podem alcançar. 

O Amor é um vínculo inquebrantável.  

Por que chorais irmãos, quando a Providência livra da carne vergastada, aqueles a quem vosso peito, agora chagado, devota afeições? Sempre, ao deitardes, pedi em vossas preces que realizeis as missões que nesta vida vos foram outorgadas, do melhor modo possível, sempre observando os ensinamentos do Cristo, para que, quando retornardes à casa do Pai, tenhais como recompensa serdes recebidos com o abraço amoroso daqueles que regressaram antes de vós.


 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita