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Brasil
Ano 3 - N° 122 – 30 de Agosto de 2009

MARCELO BORELA DE OLIVEIRA
mbo_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)


52 anos sem
Leopoldo Machado

Foi num mês de agosto que desencarnou Leopoldo Machado, um dos maiores divulgadores da história do Espiritismo no Brasil
 

Leopoldo Machado de Souza Barbosa, nascido em Cepa Forte - atualmente Jandaíra (BA) - em 30 de setembro de 1891, faleceu em Nova Iguaçu (RJ) em 22 de agosto de 1957, um mês antes de completar 66 anos de idade.

Filho de Eulálio de Souza e Anna Izabel Machado Barbosa, foi irmão de João Leopoldino, José de Calazans, Reginaldo, Emílio e Leopoldina, a caçula da casa. Sua esposa foi Marília Ferraz de Almeida, mais conhecida no meio espírita como Marília Barbosa.
 

Leopoldo nasceu paupérrimo e desde cedo dedicou-se ao auxílio do lar, quer no aspecto moral, quer no afetivo ou econômico. Aos doze anos, com o pai ausente, tornou-se o chefe da casa e tal era seu senso de responsabilidade, seu amor ao trabalho e à família, que sua mãe e seus irmãos lhe obedeciam, embora fosse dentre eles o mais moço.  

Dessa idade até o fim da vida jamais se separou da mãe. Ótimo filho e ótimo irmão, foi também ótimo esposo. Quando contava dezenove anos de idade, seu pai, político no interior da Bahia, que havia fugido devido a perseguições políticas, voltou ao lar e deu-lhe então uma irmãzinha, a única que teve e a quem criou e educou e de quem nunca se separou.

Em 1929, mudou-se com a esposa para o município de Nova Iguaçu, no estado do Rio de Janeiro, onde inaugurou, em 1º de fevereiro de 1930, o Colégio Leopoldo, primeira instituição regular de ensino da cidade, por ele fundada, ao lado da esposa e da irmã.

Ali, além do trabalho na área da educação, escreveu diversas obras, especialmente sobre Espiritismo, religião da qual foi um dos maiores divulgadores.

Leopoldo foi, além de professor, poeta, jornalista, prosador, teatrólogo e polemista. Realizou a primeira Festa Nacional do Livro Espírita e foi o idealizador das chamadas mocidades espíritas, que visavam a estimular a participação e a formação dos jovens no movimento espírita.

Foto histórica do 1º Congresso de Mocidades e Juventudes Espíritas do Brasil

Promoveu o 1º Congresso de Mocidades e Juventudes Espíritas do Brasil, realizado em julho de 1948 no Rio de Janeiro, bem como a criação do Conselho Consultivo de Mocidades Espíritas. Foi também um dos idealizadores das chamadas Semanas Espíritas.

Pioneiro do ensino em Paraíba do Sul, fundou ali, em 1927, a primeira Escola Normal no interior, no Colégio Nacional.

Foi membro da geração Trianon, que se reunia na praça Tiradentes para discutir, escrever e compor. 

A Caravana da Fraternidade foi por ele idealizada 

Em 25 de dezembro de 1940 fundou, com sua esposa, o Lar de Jesus e o albergue noturno Allan Kardec, edificado nos fundos do Centro Espírita Fé, Esperança e Caridade, do qual foi presidente por vinte anos. É dessa época também a criação da escola João Batista, hoje desativada.

Foi o incentivador e um dos responsáveis pela criação da Associação de Caridade Hospital Iguaçu.

Orador espírita de grande talento, foi um trabalhador incansável pelo movimento de Unificação Espírita e idealizador da conhecida Caravana da Fraternidade, quando percorreu diversas regiões do país com vistas ao fortalecimento do trabalho de unificação. O esforço despendido nessa viagem foi muito grande e, devido a isso, a partir daí sua saúde não mais voltou a ser a mesma, levando-o a reduzir drasticamente suas atividades por recomendação médica.

A Leopoldo se deve o uso da palavra Lar na identificação das casas de amparo à infância e à velhice em lugar do termo orfanato ou asilo, comuns na época.

Membro e fundador da Arcádia Iguaçuana de Letras, na qual ocupou a cadeira nº 1, defendeu a tese “Caxias um Eminente Iguaçuano”, que seria seu último trabalho.

Assinou obras literárias com vários pseudônimos, dentre os quais se destacam: Pio D’Alvarez ou Pio d’Alva. Leontina Maria, Lima de Madureira e Jeuville Oliver.

Os livros publicados por Leopoldo trataram de gêneros diversos. Eis as obras de sua autoria:

Poesias: Meus Últimos Versos, Ideias, Iluminação e Guerra ao Farisaísmo.

Contos: Prosa de Caliban, Consciência, Para a Frente e Para o Alto.

Viagens: Ide e Pregai, Caravana da Fraternidade.

Teatro: Teatro Espiritualista, Teatro Espiritualista II, Teatro da Mocidade.

Polêmica: Julga o Leitor por Ti Mesmo, Sensacional Polêmica, Pigmeus Contra Gigantes e Doutrina Inglória.

Biografias e Impressões gerais: Graças sobre Graças e Uma Grande Vida, sobre Cairbar Schutel.

Teses: Das Responsabilidades dos Espíritas do Brasil e O Espiritismo é obra de educação.

Estudos: Nada Lhe é no Momento Maior, O Natal dos Cristãos Novos, Observações e Sugestões, Cruzada do Espiritismo de Vivos, Cientismo e Espiritismo e Brasil, Berço da Humanidade.
 

“O jequitibá enfim tombou”, disse um dos seus amigos 

O dito popular afirma que "só se atira pedra em árvore que dá fruto". Com ele não foi diferente. Bom orador, bom escritor, polemista, um colégio caminhando a passos largos, benemérito na comunidade, produzindo muito, provocou muitas invejas.

Faleceu no Lar de Jesus, na noite de 22 de agosto. Na manhã deste dia, como se previsse que era seu último dia, mandou chamar o diretor técnico do Colégio Leopoldo e pediu-lhe: “Não transformem nunca meu Colégio em balcão de ensino. Transformem-no antes em hospital. Nunca, nunca, em balcão de ensino”.

Seu corpo foi velado no Auditório do Colégio Leopoldo. Cobriam sua urna as bandeiras do Lar de Jesus, do Colégio Leopoldo e da Arcádia Iguaçuana de Letras. Nenhuma casa comercial ficou aberta.

Cortejo pelas ruas de Nova Iguaçu, segurando a urna à esquerda, José Marques,
Waldemiro Pereira e Simpliciano. À direita, o professor Newton de Barros


A multidão silenciosa estava triste e seu número aumentava cada vez mais. Todas as correntes políticas se fizeram representar, católicos, espíritas, protestantes. Todos os colégios particulares e muitas escolas públicas deram também seu último adeus ao estimado professor e vários oradores falaram à descida de sua urna.

Depois do toque de silêncio por um militar, foi sepultado o homem que trouxe para a região do Recôncavo Fluminense o teatro, a instrução musical, o esporte de quadra e o olímpico, as festas juninas escolares, as tertúlias, a instrução oficial, sua religião, a primeira instituição regular e oficial de amparo à criança, e tantas outras iniciativas.

“Era o tombo do jequitibá” como dissera o amigo José Antonio Marques.




 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita