MARCELO BORELA DE
OLIVEIRA
mbo_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná
(Brasil)
Libertação
André Luiz
(Parte
33)
Damos continuidade ao
estudo da obra
Libertação,
de André Luiz,
psicografada pelo médium
Francisco Cândido Xavier
e
publicada em 1949 pela
Federação Espírita
Brasileira.
Questões preliminares
A. Por que Gúbio pediu
aos seus companheiros
que não revidassem aos
insultos e ofensas de
Gregório?
R.: Primeiro porque
Gregório era, em
verdade, um irmão
necessitado de amparo.
Segundo porque, em caso
de reações de ódio ou
desarmonia, estariam
todos pactuando com a
violência, impedindo,
portanto, não só a
manifestação de Matilde,
como também a renovação
de Gregório. "As
vibrações de amor
fraternal, quais as que
o Cristo nos legou, são
as verdadeiras energias
dissolventes da
vingança, da
perseguição, da
indisciplina, da
vaidade e do egoísmo que
atormentam a experiência
humana", asseverou o
Instrutor.
(Libertação, cap. XX,
pp. 251 e 252.)
B. Ao negar a existência
de um Deus
misericordioso, quais
foram as palavras de
Gregório?
R.: Inicialmente, ele
admitiu que noutra época
também acreditara na
celestial proteção
através da atividade
religiosa, mas
entendera, a tempo, que
o Trono Divino paira
longe demais para que
nos preocupemos em
alcançá-lo. "Não há um
Deus misericordioso e,
sim, uma Causa que
dirige. Essa causa é
inteligência e não,
sentimento.
Encastelei-me, assim, na
força determinativa para
não soçobrar", afirmou o
sacerdote das trevas.
(Obra citada, cap. XX,
pp. 255 e 256.)
C. Algo impediu que
Gregório agredisse
Gúbio. Que fato foi
esse?
R.: Gregório abeirou-se
mais estreitamente de
Gúbio e bradou:
"Levantar-te-ei, por mim
mesmo, usando os sopapos
que mereces". Antes,
porém, que conseguisse
ligar o intento à ação,
delicado aparelho
luminoso surgiu no alto,
à maneira de garganta
improvisada em fluidos
radiantes, como as que
se formam nas sessões de
voz direta, na Crosta, e
a voz cristalina e terna
de Matilde ressoou,
acima da cabeça de
todos, exortando-o, com
amorosa firmeza:
"Gregório, não enregeles
o coração quando o
Senhor te chama, por mil
modos, ao trabalho
renovador! O teu longo
período de dureza e
secura está terminado.
Não intentes contra os
abençoados aguilhões de
nosso Eterno Pai! o
espinho fere, enquanto o
fogo o não consome; e a
pedra mostra
resistência, enquanto o
fio d'água a não
desgasta! Para a tua
alma, filho meu, findou
a noite em que a tua
razão se eclipsou no
mal. A ignorância pode
muito; no entanto, é
simples nada quando a
sabedoria espalha os
seus avisos".
(Obra citada, cap. XX,
pp. 257 a 259.)
Texto
para leitura
134. Só o amor
dissolve a vingança e o
ódio - Gúbio
informou que Gregório
-- ciente das novidades
havidas no caso de
Margarida e sabendo que
muitos companheiros e
colaboradores dele
haviam debandado para o
bem -- revoltara-se
contra o Instrutor e se
dispunha a buscá-lo
para um ajuste de
contas. Referiu, pois,
emocionado, que num
duelo espiritual, como
aquele prestes a
suceder, esperava de
todos o auxílio
eficiente da prece e das
emissões mentais de amor
puro. Que ninguém
recebesse os insultos e
as ofensas de Gregório
por ofensas pessoais;
era imprescindível não
revidar, reconhecendo
nele um irmão
necessitado de amparo.
Em caso de reações de
ódio ou desarmonia,
estariam todos pactuando
com a violência,
impedindo, portanto, não
só a manifestação de
Matilde, como também a
renovação de Gregório.
"As vibrações de amor
fraternal, quais as que
o Cristo nos legou, são
as verdadeiras energias
dissolventes da
vingança, da
perseguição, da
indisciplina, da
vaidade e do egoísmo que
atormentam a experiência
humana", asseverou o
Instrutor. Gregório era
tão-somente um infeliz,
a merecer de todos a
compreensão e dedicação
carinhosa e
confortadora. (Cap. XX,
pp. 251 e 252)
135. Um campo
singularmente belo
- Gúbio elucidou que
Gregório se faria
acompanhar de muitos
companheiros tão
envenenados mentalmente
quanto ele, e que,
contra essa turba,
cabia-lhes formar um
todo de defesa
harmônica, através da
fraternidade legítima,
da oração intercessora e
do amor espiritual que
se compadece e age em
favor da restauração do
bem. Dirigindo-se a
Saldanha, que sugerira
um movimento coordenado
de repulsão enérgica,
Gúbio ensinou: "Não
acredites que um golpe
possa desaparecer com
outro golpe. Não se cura
a ferida, aprofundando o
sulco da carne em
sangue. A cicatriz
abençoada surge sempre à
custa de enfermagem,
remédio ou retificação,
com ascendentes de amor.
Quem pretende o Reinado
do Cristo entrega-se a
Ele. Somos servos. A
defesa, qualquer que
seja, pertence ao
Senhor". A caravana
partiu. Amparados os
mais doentes naqueles
que se mostravam mais
fortes, retiraram-se,
cautelosos, a caminho da
zona preestabelecida.
Após duas horas de
jornada, eles chegaram
ao local desejado. O
campo, em torno, era
singularmente belo.
Verdejante planalto,
coroado de luar,
convidava-os à meditação
e à prece, e brisas
ligeiras e frescas da
madrugada como que lhes
bafejavam o cérebro,
convidando-os a
reconfortar as fontes do
pensamento. Gúbio fez
com que todos se
sentassem em
semicírculo,
compelindo-os a
recordar várias cenas
evangélicas e informou,
com visível emoção, que
Gregório e seu grupo já
se haviam colocado em
seu encalço. Se alguns
dos companheiros
procurassem evitar-lhe a
presença, qualquer fuga
se tornaria
impraticável, em virtude
de a elevada percentagem
de peregrinos, ali
reunidos, serem
incapazes de volitação
em alto plano, pela
densidade do padrão
mental em que se
mantinham. Cabia-lhes,
pois, apenas a atitude
de oração e expectativa
amorosa de quem sabia
compreender, ajudar e
perdoar. Pouco depois,
Gúbio passou a direção
da assembleia a André,
entrando em meditação e
prece, elevando assim a
sua condição mental, tal
como acontecera em casa
de Margarida. (Cap. XX,
pp. 253 e 254)
136. Gregório
desafia Gúbio -
Um ruído longínquo
anunciou a alteração dos
acontecimentos. Gúbio,
embora palidíssimo,
mostrando assim que já
se achava em comunicação
com entidades superiores
imperceptíveis aos
demais, exortou-os, mais
uma vez, ao silêncio, à
paciência, à serenidade
e à prece,
recomendando-lhes seguir
todos os fatos sem
revolta, sem mágoa e sem
desânimo. Gregório logo
chegou, acompanhado de
dezenas de comparsas, e
investiu contra o grupo
palavrões que se
caracterizavam pela
dureza e violência.
Vinham eles acompanhados
de grande número de
animais, em maioria
monstruosos. Noutras
circunstâncias,
provavelmente todos
teriam debandado, mas
Gúbio, cuja
superioridade eles
conheciam, ali estava,
resoluto e
imperturbável, emitindo
ondas de luminosidade
intensa, veiculando
forças magnéticas
imponderáveis, que,
dirigidas sobre os
demais, como que os
supriam de recursos
necessários ao
procedimento
irrepreensível. Gregório
avançou em direção de
Gúbio, à semelhança de
general parlamentando na
praça, antes de começar
a batalha, e acusou sem
rodeios: "Miserável
hipnotizador de servos
ingênuos, onde se
alinham tuas armas para
o duelo desta hora? Não
contente em
prejudicar-me os
projetos mais íntimos,
num problema de ordem
pessoal, aliciaste
numerosos colaboradores
meus, em nome de um
Mestre que não ofereceu
aos que o acompanharam
senão sarcasmo, martírio
e crucificação!
Acreditas, porventura,
esteja eu disposto, por
minha vez, a aceitar
princípios que relaxam a
dignidade humana?
Admites, acaso,
permaneça, a meu turno,
fascinado pelos
feiticeiros de tua
estirpe? Traidor da
palavra empenhada,
confundir-te-ei os
poderes de bruxo
desconhecido! Não creio
no amor açucarado que
elegeste por senha de
luta! Creio na força que
governa a vida e que te
dobrará, igualmente, aos
meus pés!" Vendo que
Gúbio não se erguia,
como que chumbado ao
solo, compelido por
profunda prostração,
embora cercado de
intensa luz, Gregório,
acariciando os copos da
espada luzente,
acentuou, irado:
"Covarde, não te
levantas para ouvir-me a
acusação justa e digna?
Perdeste também o brio,
semelhando-te a quantos
te antecederam no
movimento de humilhação
que persiste no mundo,
há quase dois mil anos?"
E Gregório admitiu que
noutra época também
acreditara na celestial
proteção através da
atividade religiosa, mas
entendera, a tempo, que
o Trono Divino paira
longe demais para que
nos preocupemos em
alcançá-lo. "Não há um
Deus misericordioso e,
sim, uma Causa que
dirige. Essa causa é
inteligência e não,
sentimento.
Encastelei-me, assim, na
força determinativa para
não soçobrar", afirmou o
sacerdote das trevas,
que de novo desafiou
Gúbio ao combate. (Cap.
XX, pp. 255 e 256)
137. Matilde fala
a Gregório - Com
exceção de André,
investido da tarefa
direcional daquela
assembleia, ninguém
ousou modificar a
atitude de profunda
concentração nos
propósitos de humildade
e amor a que tinham
sido conclamados.
Desapontado, em face dos
insultos sem resposta,
Gregório abeirou-se mais
estreitamente de Gúbio e
bradou: "Levantar-te-ei,
por mim mesmo, usando os
sopapos que mereces".
Antes, porém, que
conseguisse ligar o
intento à ação, delicado
aparelho luminoso surgiu
no alto, à maneira de
garganta improvisada em
fluidos radiantes, como
as que se formam nas
sessões de voz direta,
na Crosta, e a voz
cristalina e terna de
Matilde ressoou, acima
da cabeça de todos,
exortando-o, com amorosa
firmeza: "Gregório, não
enregeles o coração
quando o Senhor te
chama, por mil modos, ao
trabalho renovador! O
teu longo período de
dureza e secura está
terminado. Não intentes
contra os abençoados
aguilhões de nosso
Eterno Pai! o espinho
fere, enquanto o fogo o
não consome; e a pedra
mostra resistência,
enquanto o fio d'água a
não desgasta! Para a tua
alma, filho meu, findou
a noite em que a tua
razão se eclipsou no
mal. A ignorância pode
muito; no entanto, é
simples nada quando a
sabedoria espalha os
seus avisos". (Cap. XX,
pp. 257 a 259)(Continua
no próximo número.)