LUIZ PESSOA
GUIMARÃES
guimaraes.pessoa.luiz@gmail.com
Piracicaba, São
Paulo (Brasil)
“Deus meu, Deus
meu, por que me
desamparaste?”
A compreensão
desta passagem
implica o estudo
e conhecimento
prévio do Salmo
22. Neste Salmo,
vemos o médium
(Davi)
descrevendo com
suas palavras e
sentimentos a
visão profética
do evento da
Crucificação,
algumas dezenas
de séculos antes
da ocorrência do
mesmo.
No Salmo 22, v.
1, são estas as
expressões do
Salmista: “Deus
meu, Deus
meu, por que me
desamparaste?,
por que te
alongas das
palavras do meu
bramido, e não
me auxilias”; v.
16 “….
traspassaram-me
as mãos e os
pés”; v. 18
“Repartem entre
si os meus
vestidos, e
lançam sortes
sobre a minha
túnica”. Aqui
estão
registradas as
impressões do
médium diante de
sua visão: o
Filho de Deus
enviado ao mundo
para salvar o
povo de Deus,
sendo morto na
cruz. Deus o
desamparou e em
consequência
conseguiram
matá-lo. Deus
não conseguiu
evitar e a
expressão foi a
decepção de Davi
em função
daquilo que ele
via, um profeta
sendo
desamparado por
Deus: “Deus meu,
Deus meu, por
que me
desamparaste?”
Palavras de Davi
procurando
interpretar o
sentimento do
profeta que
estaria sendo
crucificado.
Nos Evangelhos
de Mateus 27, v.
46, e Marcos 15,
v. 4, temos o
registro da
expressão “Meu
Deus, Meu Deus,
por que me
desamparaste?”.
Nos Evangelhos
de Lucas 23, v.
46, e João 19,
v. 30, não há o
registro desta
expressão. Nos
quatro
evangelhos,
Mateus 27, v.
35; Marcos 15,
v. 24; Lucas 23,
v. 34 e João 19,
v. 24, são
registradas as
cenas referentes
à disputa da
túnica pelos
soldados
romanos,
confirmando a
visão profética
do médium Davi.
Jesus já em
outras ocasiões
evocara a
Escritura, pois
se utilizava dos
valores e
referências
judaicas, a Lei,
a Escritura, O
Tanach. Em João
10, v. 33 a 36,
“Os Judeus
responderam,
dizendo-lhe: Não
te apedrejamos
por alguma obra
boa, mas pela
blasfêmia
porque, sendo tu
homem, te fazes
Deus a ti mesmo.
Respondeu-lhes
Jesus: Não está
escrito na vossa
lei: Eu disse:
Sois deuses?
Pois se a lei
chamou deuses
àqueles a quem a
palavra de Deus
foi dirigida (e
a Escritura não
pode ser
anulada). Àquele
a quem o Pai
santificou e
enviou ao mundo,
vós dizeis:
Blasfemas porque
disse: Sou Filho
de Deus?,”
referindo-se ao
Salmo 82,v. 6.
Portanto, Jesus
recitou o Salmo
22, que
profetizou,
descreveu o
término da sua
Missão; na visão
do médium Davi
que interpretou
a cena a que
assistia e como
estaria se
sentindo Jesus
que na sua
avaliação
estaria sendo
abandonado por
Deus; como
outras partes da
Escritura haviam
previsto seu
nascimento e
várias passagens
da sua Missão.
Não poderíamos
deixar de
lembrar ao final
deste artigo,
segundo o
Espiritismo, as
palavras de
Kardec na
introdução de
A Gênese:
“Generalidade e
concordância no
ensino, esse o
caráter
essencial da
doutrina, a
condição mesma
da sua
existência,
donde resulta
que todo o
princípio que
ainda não haja
recebido a
consagração do
controle da
generalidade não
pode ser
considerado
parte integrante
dessa mesma
doutrina. Será
uma simples
opinião isolada,
da qual não pode
o Espiritismo
assumir a
responsabilidade”.
Posto isto,
enfatizamos,
esta é a nossa
visão do
assunto; existem
outras. Nenhuma
delas representa
ainda a visão do
Espiritismo
sobre o assunto,
porque falta a
consagração do
controle da
generalidade.
Nossa
colaboração visa
unicamente,
tentar cooperar
para que algum
dia haja esta
consagração
sobre este
tema.
Referência:
A
Bíblia Sagrada.
Tradução de João
Ferreira de
Almeida.
Imprensa Bíblica
Brasileira. 14.
Impressão, 1962.