ORSON PETER
CARRARA
orsonpeter@yahoo.com.br
Matão, São Paulo
(Brasil)
Onde é o Céu?
Com este título,
Allan Kardec
publicou na
Revista Espírita,
de março de
1865, compacto
texto, extraído
do então ainda
inédito O Céu
e o Inferno,
que foi
publicado em
agosto do mesmo
ano,
apresentando uma
extraordinária
síntese da
própria Doutrina
Espírita, em
muitos pontos,
guardadas as
limitações da
temática, para
oferecer
raciocínios de
profundidade
sobre a morada
dos
bem-aventurados.
Apresentando
considerações de
importância
sobre a
evolução, a
encarnação e a
reencarnação,
origem e
destinação dos
Espíritos e
mesmo sobre a
questão da
felicidade,
normalmente
atribuída
àqueles que
alcançaram o
céu, como se
costuma dizer, o
texto é um
primor.
Na Revista
Espírita
apresenta-se
como pergunta,
conforme acima
reproduzimos
como título; já
no livro O
Céu e o Inferno,
o texto está
situado no
capítulo
terceiro e
dividido em 19
itens. Para
atingir o
objetivo a que
nos propomos
aqui, destacamos
trecho do item
6, conforme
classificação na
quarta obra da
Codificação
Espírita: “(...)
A felicidade
está em razão do
progresso
alcançado; de
sorte que, de
dois Espíritos,
um pode não ser
tão feliz como o
outro,
unicamente
porque não é tão
avançado
intelectualmente
e moralmente,
sem que tenham
necessidade de
estarem, cada
um, em lugar
distinto. Embora
estando um ao
lado do outro,
um pode estar
nas trevas,
enquanto tudo é
resplandecente
ao redor do
outro,
absolutamente
como para um
cego e um
vidente que se
dão as mãos:
este percebe a
luz da qual
aquele não
recebe a mínima
impressão.
(...)”. Solicito
ao leitor reler
atentamente o
trecho
transcrito.
A transcrição
leva-nos a
conclusão já
conhecida:
céu e inferno
são estados
conscienciais,
pois que a
felicidade, ou o
céu se assim
desejamos nos
expressar, é
inerente às
qualidades
possuídas pelos
Espíritos,
estejam
encarnados ou
não.
Ora, as
qualidades
dependem do
esforço
individual no
progresso
intelecto-moral
conjugado. E
todos esses
raciocínios
somente
encontram
respaldo sólido
no estudo
contínuo,
sistematizado,
perseverante e
determinado.
Com essas
afirmações
notamos a
atualidade da
consagrada
campanha
Comece pelo
Começo,
inicialmente
deflagrada em
1975 pela USE,
em nível
estadual, cuja
proposta é a
valorização das
Obras da
Codificação
Espírita. Ela é
sempre atual
porque sempre
temos gente nova
em nossas
instituições e
mesmo nós, os
veteranos, temos
sempre imensa
necessidade de
estudar as Obras
Básicas. Há
tesouros de
conhecimento,
próprios da
lucidez de
Kardec e do
ensino dos
Espíritos, ali
dispostos para
nossa reflexão.
O mais marcante
é que quanto
mais
amadurecemos no
conhecimento
espírita, e
mesmo na idade
ou na
experiência de
vida, mais
empolgantes e
atuais esses
textos da
Codificação se
tornam, tamanho
o caráter
inesgotável de
seu conteúdo.
Somente o estudo
constante da
Codificação
Espírita é capaz
de formar
espíritas
conscientes,
maduros,
doutrinariamente
preparados e
potencialmente
capazes de
saltarmos de
nossas carências
e fragilidades
para agirmos com
lucidez,
serenidade e
amor no coração
diante dos
obstáculos e
adversidades
apresentados em
nosso
cotidiano.
O Comece
pelo Começo
é muito mais que
uma campanha que
precisa
continuamente
ser lembrada e
relembrada. É
convite à
lucidez, ao
equilíbrio, à
felicidade, ao
céu
do estado
consciencial de
quem age, e
conhece, com
consciência, com
retidão, com
ações no bem
próprio e geral,
comprometido com
a causa de
Jesus. Causa que
espera homens e
mulheres, ou
Espíritos,
empenhados na
construção do
Reino de Deus –
estado de céu
interior –, que
trabalha e
contribui para o
bem geral, uma
vez que, como
afirmou o
Mestre, o
reino dos céus
está dentro de
vós.
Como compreender
tudo isso? Não
há outra maneira
senão estudando
os fundamentos
desses
raciocínios,
presentes todos
na incomparável
e inesgotável
fonte de
conhecimentos
que é a
Codificação
Espírita. Por
isso,
dirigentes,
palestrantes,
coordenadores de
estudos, autores
e escritores
estamos todos
comprometidos em
estimular o
estudo
sistematizado da
Doutrina
Espírita,
transformando a
invicta campanha
Comece
pelo Começo
em instrumento
valioso de
repercussão
junto à
programação
doutrinária de
nossas
instituições. Ao
invés de
reuniões
sonolentas,
podemos levar o
conforto e
clareza do
Espiritismo a
todos os
corações que
buscam razões
para os sempre
presentes
questionamentos
humanos,
especialmente
utilizando a
vocação atraente
e estimuladora
da campanha em
ferramenta para
que o céu
interior
do conhecimento
e da moral
habite no
coração de todos
nós. Afinal,
O Livro dos
Espíritos e
demais obras que
lhe sucederam
constitui
tesouro a ser
continuamente
conhecido.
E como o
conhecimento
espírita está em
Kardec, o ideal
e o melhor
é começar
pelo começo.