ALTAMIRANDO
CARNEIRO
alta_carneiro@uol.com.br
São Paulo, SP
(Brasil)
A má-fé dos novos
tradutores da Bíblia
A atitude de muitos
tradutores da Bíblia
desmente sua afirmação
de que os textos
publicados são fiéis aos
textos originais
Há dias recebi um e-mail interessante
sobre as falsas
traduções da Bíblia,
perpetradas por aqueles
que se dizem seus
modernos tradutores,
pretensos estudiosos,
que cometem o erro
infantil de dar falsos
conselhos contra o
Espiritismo, verdadeira
infâmia, pois o
Espiritismo surgiu no
século XIX, muito tempo
depois das traduções
iniciais da Bíblia.
Tal atitude desmente a
afirmação desses religiosos
que têm a Bíblia como
sua regra de fé e
prática, de que os
referidos textos estão
em conformidade com os
textos originais.
O texto do e-mail enfatiza:
“É certo que as
alterações começaram
pelos próprios gregos,
mas, se para a maioria,
os textos são fiéis aos
originais, por que as
casas publicadoras vivem
fazendo correções?
Estarão consertando os
erros de Deus ou
ajeitando o texto
propositadamente,
segundo interesses
pessoais?”
A neura para tudo isso é
o diálogo com os
Espíritos, que na cabeça
dessas pessoas é um
erro. E a passagem do
Velho Testamento a que
se apegam é o
Deuteronômio, 18:10-11
(a respeito da proibição
de consultar os mortos),
onde cada casa
publicadora coloca o que
quer, no intuito de
atacar o Espiritismo.
Como sabemos, na lei
mosaica, há duas partes
distintas: a lei de
Deus, promulgada no
monte Sinai, e a lei
civil ou disciplinar,
decretada por Moisés. A
primeira é invariável e
a outra, apropriada aos
costumes e ao caráter do
povo, se modifica com o
tempo.
Uma dessas leis foi a
proibição de conversar
com os Espíritos, por
haver muita banalidade
nas comunicações e a
tentativa do próprio
Moisés tentar implantar
o monoteísmo, pois o
povo acreditava que os
Espíritos que se
manifestavam eram
deuses.
Segue a análise das três
últimas recomendações
citadas nessa passagem:
10 – que em teu meio
alguém que queime seu
filho ou sua filha, nem
que faça presságio,
oráculo, adivinhação ou
magia (tradução da
Bíblia de Jerusalém) –
católica.
10 - Entre
ti não se achará quem
faça passar pelo fogo o
seu filho ou
a sua filha, nem
adivinhador, nem
prognosticador, nem agoreiro,
nem feiticeiro
(tradução de João
Ferreira de Almeida) –
protestante.
Bíblias católicas –
(11)
Bíblia de
Jerusalém: ou
que pratique
encantamentos, que
interrogue Espíritos ou
adivinhos, ou ainda que invoque
os mortos.
Barsa: que
consulte Píton,
adivinhos, nem quem
indague dos mortos a
verdade.
Ave Maria: Espiritismo
- à
adivinhação - à
evocação dos mortos.
Paulinas: consulte
aos nigromantes - adivinhos
- indague dos mortos a
verdade.
Santuário: Espiritismo
- aos
sortilégios - à
evocação dos mortos.
do Peregrino: Espiritistas
- adivinhos
- nem
necromantes.
Vozes: que consulte
médiuns, que interrogue
Espíritos, evoque
os mortos.
Pastoral: consulte
Espíritos – adivinhos –
invoque os mortos.
Bíblias protestantes: (11)
SBB: nem
encantador de
encantamentos, nem quem
consulte um Espírito
adivinhante, nem mágico,
nem quem consulte os
mortos.
Novo Mundo: alguém
que vá consultar um
médium espírita – um
prognosticador
profissional de eventos
– consulte os mortos.
Mundo Cristão: Necromante
– mágico – consulte os
mortos.
Há um episódio que os
pastores e padres não
citam, mas que consta em
todas as traduções da
Bíblia. Está no livro
Números, 11: 26 a
29, sobre a reunião dos
setenta médiuns na
tenda, para a
manifestação de Jeová.
Eldad e Medad haviam
ficado no campo. E lá
foram tomados e
profetizaram, isto é,
deram comunicações de
Espíritos. Um jovem
denunciou o fato a
Josué, que pediu a
Moisés que proibisse as
comunicações.
A resposta de Moisés é
uma chicotada aos
detratores do
Espiritismo e da
mediunidade (que não é
um privilégio dos
espíritas):
Estás ciumento por minha
causa? Oxalá todo o povo
de Iahweh fosse profeta,
dando-lhe Iahweh o seu
Espírito! (Bíblia de
Jerusalém); Porém Moisés
lhe disse: Tens tu
ciúmes de mim? Tomara
que todo o povo do
SENHOR fosse profeta,
que o SENHOR lhes
desse o seu Espírito!
(Tradução de João
Ferreira de Almeida) -
protestante.
No livro Visão
espírita da Bíblia (Edições
Correio Fraterno),
Herculano Pires comenta
a explicação do
professor Romeu do
Amaral Camargo, que foi
diácono da I
Igreja Presbiteriana de
São Paulo e autor do
livro espírita De
cá e de lá:
“Médium de
extraordinárias
faculdades, Moisés sabia
que Eldad e Medad não
eram mercenários nem
mistificadores, não
procuravam comunicar-se
com o mundo invisível,
mas eram procurados
pelos Espíritos”.