Juventude
e sexualidade
O uso da
sexualidade
reclama
equilíbrio e
responsabilidade,
muito mais que
puritanismo e ideias
pré-formuladas,
porém não
meditadas
“Pois que somos
templo de Deus
vivo.”
–
Paulo
(1)
Dentre as várias
temáticas que
permeiam a
modernidade, a
sexualidade,
certamente,
ganha papel de
importância.
Isto porque,
embora seja
reiterada e às
vezes denegrida,
a energia sexual
é força inerente
a toda criatura
humana. Na
realidade, à
própria vida
(2). E, de fato,
Freud, o
eminente pai da
psicanálise,
surpreendeu o
mundo ao
declarar que,
desde a
infância, o
homem traz em
sua constituição
uma carga desta
energia.
Analisando-se
ainda mais a
questão, vê-se
que, desde os
reinos
inferiores da
natureza, esta
potência aparece
com grande
impulso. Assim,
cada indivíduo
traz em si, mais
ou menos, a
herança das
experiências
sexuais
adquiridas (3),
do ponto de
vista
reencarnacionista,
em vidas
pretéritas; e,
do ponto de
vista
evolucionista,
no processo
evolutivo, o
qual tem seus
primórdios ainda
entre os animais
irracionais,
quando, então,
gerava-se o
instinto sexual.
Esta
sexualidade,
portanto, está
posta no
universo para
garantir as suas
perpetuidades,
felicidade e
harmonia, sendo
ela mesma um
“recurso da lei
de atração”, e,
assim, uma
faceta do amor
(4).
Por tudo isto,
muito embora no
estágio da Terra
ela se exprima
primordialmente
pelo ato sexual,
a sua
manifestação
pode-se dar por
diversas formas,
uma vez que o
impulso de
criatividade é
uma de suas
fundamentais
características
(5). E, desse
modo, ao mesmo
tempo em que
pode ser
sublimada, dá
margens para ser
transformada em
outras criações,
também, a
serviço da
humanidade.
É desta forma
que se consegue
entender
indivíduos
invulgares que
conseguem
abster-se da
cópula, muito
embora
recoloquem esta
força em prol de
outras
atividades
nobres em prol
da humanidade.
Paralelamente a
isto, a
juventude se
apresenta para o
ser como sendo o
período de
intenso
transbordar de
energia (6),
isto se
refletindo na
chamada
puberdade, forte
momento de
transição
corpórea em que
o corpo do jovem
não é mais igual
ao de uma
criança. No
aspecto
espiritual,
igualmente, a
Doutrina
Espírita explica
que o Espírito,
muito embora já
tenha encerrado
seus laços
reencarnatórios
fluídicos no
momento do
nascimento pelo
parto, somente
neste novo
período
fascinante vai,
mais ou menos
inconscientemente,
relembrando de
suas tendências
de vidas
passadas (7).
Desta forma,
também no
aspecto de como
será conduzida a
sua sexualidade,
é nesta faixa
que se tomam
decisões, tão
delicadas, quão
importantes, as
quais, muitas
vezes, serão
decisivas no
desenrolar da
vida.
Importa,
portanto, colega
jovem,
considerares que
não são somente
interações
biológicas que
se efetuam
durante o fazer
sexual, mas
igualmente “se
estabelece um
circuito de
forças pelo qual
a dupla se
alimenta
psiquicamente de
energias
espirituais, em
regime de
reciprocidade”
(8). Além disso,
pelo simples
fato de o ser
humano não ser
uma máquina,
faz-se, mais ou
menos
intensamente, um
verdadeiro
compromisso
afetivo de
elevado ou baixo
teor.
O uso da
sexualidade,
pois, reclama
equilíbrio e
responsabilidade,
muito mais que
puritanismo e
ideias
pré-formuladas,
porém não
meditadas.
Desta maneira,
em todo ato, e
em especial
nesta área, vale
a pena recorrer
a algumas
perguntas antes
de se entregar à
consumação dos
fatos: para quê
eu irei fazer
isto? Como
ficarei depois
de fazer isto?
Será que tenho
condições de
arcar com
todas as
consequências
disto?
Estas servem
tanto para novas
experiências no
campo sexual,
como para a
primeira. Aliás,
no último caso,
pelo grande
passo que
representa, é
comum aparecerem
algumas questões
como – “Quando
ter a primeira
experiência
sexual?”.
Na realidade,
não há passagens
do Novo
Testamento, nem
da Codificação
Espírita que
indiquem uma
faixa etária
específica para
se iniciar nesta
área. Aliás,
estes livros
esclarecem e nos
chamam à
responsabilidade
de assumir os
próprios atos.
Contudo, há que
se levar em
conta as três
perguntas acima,
e outras mais,
para se
verificar se,
realmente, se
está em
condições para
tal.
Como explica
Ivan de
Albuquerque, e
concordamos com
ele, muito
embora seja
questão
pertinente ao
casal, se este
deverá
“vivenciar o
sexo carnal,
antes ou após o
casamento”, o
importante é
saber como se
ficará “depois
das intimidades,
perante as
consequências
fisiológicas e
psicológicas que
se apresentarão”
(9).
Vale salientar,
entretanto, que,
em matéria de
sexualidade, a
precipitação, a
mais das vezes,
sempre gera
consequências
desditosas.
Mas, afinal, por
qual motivo a
pressa, se esta
energia pode ser
convertida em
outras áreas
também
prazerosas? Sim,
porque, se ela é
eminentemente
uma energia
criativa, pode
ser, igualmente,
canalizada para
outras esferas
da vida. Aliás,
inúmeros jovens
lograram, no
eclodir das
energias sexuais
na adolescência,
por não se
sentirem
preparados para
empreendimentos
em tal esfera,
realizar grandes
feitos em outros
campos, como nas
artes, nas
ciências, na
filosofia e na
religião.
Sendo assim,
jovem,
relembremos que,
conforme falou
Paulo, somos
templo de Deus
vivo e, por isso
mesmo, devemos
utilizar as
nossas
potencialidades
de maneira
equilibrada e
pensada, uma vez
que, como
aconselhou o
mesmo apóstolo,
tudo nos é
permitido, “mas
nem tudo
edifica” (10).
Referências:
1) 2 Cor 6:16.
2) Xavier,
Francisco
Cândido. Pelo
Espírito
Emmanuel. 4.ed.
Vida e Sexo.
Rio de Janeiro :
FEB, p.25.
3) Xavier,
Francisco
Cândido. Pelo
Espírito
Emmanuel. 4.ed.
Vida e Sexo.
Rio de Janeiro :
FEB, p.102.
4) Xavier,
Francisco
Cândido. Pelo
Espírito
Emmanuel. 4.ed.
Vida e Sexo.
Rio de Janeiro :
FEB, p. 10 e 25.
5) Xavier,
Francisco
Cândido. Pelo
Espírito
Emmanuel. 4.ed.
Vida e Sexo.
Rio de Janeiro:
FEB, p.25.
6) Denis, Léon.
O Grande
enigma.
10.ed. Rio de
Janeiro : FEB,
p.200-201.
7) Kardec,
Allan. O
Livro dos
Espíritos.
86.ed. Rio de
Janeiro : FEB,
questão 385.
8) Xavier,
Francisco
Cândido. Pelo
Espírito
Emmanuel.
Vida e Sexo.
4.ed. Rio de
Janeiro : FEB,
p.30.
9) Teixeira,
Raul. Pelo
Espírito Ivan de
Albuquerque.
Cântico da
Juventude.
1.ed. Rio de
Janeiro :
Editora Frater,
1990, p. 78.
10) 1 Cor 10:23.