Na seção de Cartas
desta edição, Geraldo
Alexandrino diz o seguinte:
“Aprendi
com o Espiritismo que fomos
criados simples e
ignorantes, mas que o
Criador já nos dotou de
todas as virtudes que
caracterizam o Espírito
Evoluído, para que, pelo
nosso esforço, dedicação,
estudo buscássemos através
da experiência a sabedoria
de que necessitamos através
da evolução. Bom, minha
dúvida consiste nisto: - Em
que momento essas qualidades
nos foram outorgadas? Se no
ato de nossa criação,
portanto, como integrante da
mônada já os tínhamos ou
quando adquirimos a
consciência de nós mesmos,
portanto na fase Hominal?”
O assunto está diretamente
relacionado com a questão da
evolução anímica, a que já
nos referimos nesta mesma
seção na edição 111.
Vejamos o que sobre o
assunto nos é ensinado pelo
Espiritismo.
Na questão 607 de O Livro
dos Espíritos lemos que
o princípio inteligente se
elabora e se individualiza
numa série de existências
que precedem o período a que
chamamos humanidade. Nesses
seres é que o princípio
inteligente se elabora, se
individualiza pouco a pouco
e se ensaia para a vida: “É,
de certo modo, um trabalho
preparatório, como o da
germinação, por efeito do
qual o princípio inteligente
sofre uma transformação e se
torna Espírito. Entra então
no período da humanização,
começando a ter consciência
do seu futuro, capacidade de
distinguir o bem do mal e a
responsabilidade dos seus
atos”.
Para compreender a parte
final do texto ora
transcrito, lembremos que,
conforme está dito na
questão 621 do mesmo livro,
a lei de Deus está escrita
na consciência.
No cap. VI do livro A
Gênese, Galileu
(Espírito) confirma o que
acabamos de ler afirmando
que o Espírito não chega a
receber a iluminação divina,
que lhe dá, simultaneamente
com o livre-arbítrio e a
consciência, a noção de seus
altos destinos, sem haver
passado pela série
divinamente fatal dos seres
inferiores, entre os quais
se elabora lentamente a obra
da sua individualização.
Apenas a contar do dia em
que o Senhor lhe imprime na
fronte o seu tipo augusto, o
Espírito toma lugar no seio
das humanidades.
Gabriel Delanne e outros
autores, como André Luiz,
ratificaram tal
entendimento, o que nos
permite concluir que é
passando pelos diversos
graus da animalidade que a
alma se ensaia para a vida e
desenvolve, pelo exercício,
suas primeiras faculdades.
Chegada, então, ao grau de
desenvolvimento que esse
estado comporta, ela recebe
as faculdades especiais que
constituem a alma humana,
fato que elucida, segundo
nosso entendimento, a dúvida
formulada pelo leitor.
|