EDUARDO AUGUSTO
LOURENÇO
eduardoalourenco@hotmail.com
Americana, São
Paulo (Brasil)
A importância do
casamento
e da
família
“Deus
ordenou: Por
isso deixará o
homem pai e mãe,
e unir-se-á a
sua mulher; e
serão os dois
uma só carne?
Assim já não são
mais dois, mas
uma só carne.
Portanto, o que
Deus ajuntou,
não o separe o
homem.”
(Mateus
19:5-6)
O homem através
da revolução da
caça cultivou em
si, como em toda
humanidade
também, um alto
grau de
cooperação
humana, o
desabrochar do
nobre sentimento
chamado amor e a
capacidade de
repartir;
desenvolvendo a
inteligência, e
possuindo
capacidade muito
superior do que
a das outras
espécies.
Principalmente
os homens
paleolíticos que
foram se
diferenciando
sempre mais dos
seus
antepassados.
Eles
desenvolveram
sua vida em
sociedade, suas
atitudes e
hábitos sociais,
como a vida
familiar, a vida
em grupos, a
participação
coletiva. Neste
período
introduziram
cerimônias
religiosas,
aperfeiçoaram a
arte, o
artesanato,
passaram a
construir casas
e abrigos, a
fazer agasalhos,
descobriram o
fogo e
inventaram os
meios de
comunicação e
transporte.
A organização
social se
baseava em
pequenos grupos
humanos, e
unidos por laços
familiares. Com
o passar do
tempo a vida em
grupo evoluiu e
começaram a se
organizar
socialmente.
Havia uma
divisão simples
do trabalho de
acordo com a
idade e o sexo,
onde as mulheres
cuidavam das
crianças e,
juntamente com
elas, eram
responsáveis
pela coletas de
frutos e raízes;
os homens
caçavam,
pescavam e
defendiam o
território,
sempre
realizavam as
tarefas em
grupo.
A grande verdade
é que, desde os
primórdios da
civilização, os
homens se
agruparam em
torno de algo ou
de alguém,
construindo uma
família, o
mecanismo social
de origem mais
primitiva já
reconhecida. Os
agrupamentos
humanos
apresentaram-se
no decorrer dos
séculos sob
diversas formas
e com diferentes
finalidades.
Sabemos que num
primeiro momento
histórico não
havia normas que
disciplinassem
as uniões,
inexistindo
entre os homens
e as mulheres
vínculos de
exclusividade e
responsabilidade;
nesta fase
primitiva da
evolução do
homem ainda
animalesco, as
relações sexuais
eram
indiscriminadas
e praticadas por
todos os membros
do grupo ou
tribo, tendo-se
como exemplo a
poligamia, onde
um homem
desposava várias
mulheres, e a
poliandria, onde
uma única mulher
possuía mais de
um homem, bem
como o chamado
“matrimônio em
grupo”. Os
homens e as
mulheres viviam
de forma nômade
e sem regras
orientadoras de
convivência,
sendo muito
comum a
promiscuidade
entre eles.
As relações
entre os homens
e as mulheres
eram guiadas
pela paixão
fugaz, sem
qualquer freio
moral ou social,
sem qualquer
organização ou
ordem
preestabelecida.
Teriam sido
características
deste primeiro
momento da
evolução social:
a indisciplina,
a
irregularidade,
a
transitoriedade.
A força bruta e
a resistência
física teriam
sido primordiais
neste primeiro
momento.
Allan Kardec
pergunta na
questão 701 de
“O Livro dos
Espíritos” –
Qual das duas, a
poligamia ou a
monogamia, é a
mais conforme a
lei natural?
Resposta – “A
poligamia é uma
lei humana, cuja
abolição marca
um progresso
social. O
casamento,
segundo as
vistas de Deus,
deve fundar-se
na afeição dos
seres que se
unem. Na
poligamia não há
verdadeira
afeição: não há
mais do que
sensualidade.
Se a poligamia
estivesse de
acordo com a lei
natural, devia
ser universal, o
que, entretanto,
seria
materialmente
impossível em
virtude da
igualdade
numérica dos
sexos”.
Entretanto, com
a evolução e o
progresso no
campo moral,
onde o homem
começa a usar a
razão e as
emoções mais
salutares,
deixando as
paixões e os
instintos
primários, passa
então a exercer
e a praticar a
natureza
monogâmica,
tendo como ponto
de partida um
agrupamento
familiar mais
nobre e belo,
sob os cuidados
da mulher e do
homem, e passam
a vivenciar esta
instituição
sagrada, que é o
meio que nos
propaga a
reencarnação e a
educação pautada
nos ensinamentos
de Jesus, usando
a pedagogia do
amor acima de
tudo.
Os homens, que
antes eram
andarilhos em
busca de terra
fértil,
conseguem
estabelecer
moradas fixas e
viver da
agricultura e a
mulher passa ser
autoridade
máxima dentro do
núcleo familiar,
o que foi
chamado de
período
matriarcal.
Neste período, a
figura feminina
foi praticamente
venerada pelos
homens que a
comparavam com a
terra, a
geradora da vida
e a supridora
das necessidades
humanas. Ao
redor dela foi
considerada como
figura principal
para que
pudessem ser
geradas as
famílias e
fossem
garantidos os
primeiros
vínculos de
parentesco.
Considerando
que, na sua
origem, a
família tem um
caráter
matriarcal, pois
a madre sempre é
conhecida e é a
partir dela que
o filho cresce,
se alimenta e se
educa.
Nos primeiros
núcleos
familiares, a
segurança gerada
pelos clãs
constituídos,
ainda que de
forma muito
primitiva aos
seus membros,
era muito mais
relevante que a
consanguinidade.
Exercendo uma
função de
protetora contra
as agressões
externas, em um
momento
histórico de
fragilidade do
Estado, a
família começou
a se fortalecer.
O parentesco
somente passou a
ser observado
nas famílias
gregas e nas
famílias
romanas,
identificando-se
com o culto aos
antepassados.
Com a
perpetuação da
própria espécie,
pela união da
tribo,
percorrendo um
caminho lento e
progressivo, com
a transformação
deste ser
inteligente que
aos poucos foi
se
autoconhecendo,
e a criação da
família, deu-se
o casamento que
é uma
instituição
antiga, nascida
dos costumes,
incentivada pelo
sentimento moral
e religioso e na
atualidade
completamente
incorporada ao
direito pátrio.
Historicamente,
o casamento
tinha o objetivo
na gerência da
estabilidade
social, sendo
mais importante
do que o amor
entre os casais.
As funções do
casamento
voltavam-se para
a criação dos
filhos, a
transmissão de
valores,
servindo como
núcleo econômico
e organizador
das tarefas
diárias da vida.
O casamento aos
olhos humanos
foge da
verdadeira
realidade do
matrimônio
conjugal, muitos
interesses
pessoais às
vezes são
colocados em
primeiro lugar,
principalmente
financeiros,
esquecendo-se da
real essência da
união entre
homem e mulher.
A Doutrina
Espírita vem nos
ensinar que o
verdadeiro
casamento é a
união de almas
que se
comprometeram
antes mesmo de
reencarnar,
resgatando
algumas lições
que foram
interrompidas
por interesses
pessoais,
paixões
avassaladoras,
traições e
débitos gerados
por atos
impensados
violentamente.
Almas que estão
algemadas pelo
egoísmo, orgulho
e vaidade. Por
isso nos alerta
o Espírito
Emmanuel no
livro “Sexo e
Vida”,
dizendo que:
“inteligências
que traçaram
entre si a
realização de
empresas
afetivas ainda
no Mundo
Espiritual,
criaturas que já
partilharam
experiências no
campo sexual em
estâncias
passadas,
corações que se
acumpliciaram em
delinquência
passional,
noutras eras, ou
almas
inesperadamente
harmonizadas na
complementação
magnética,
diariamente
compartilham as
emoções de
semelhantes
encontros, em
todos os lugares
da Terra”.
O casamento é um
progresso na
marcha da
Humanidade, diz
a Doutrina dos
Espíritos,
porque é a
criação da
instituição
denominada
família. Diz
“O livro dos
Espíritos”
que: “A união
livre e fortuita
dos sexos
pertence ao
estado de
natureza. O
casamento é um
dos primeiros
atos do
progresso nas
sociedades
humanas porque
estabelece a
solidariedade
fraterna e se
encontra entre
todos os povos,
embora nas mais
diversas
condições. A
abolição do
casamento seria,
portanto, o
retorno à
infância da
humanidade e
colocaria o
homem abaixo
mesmo de alguns
animais, que lhe
dão o exemplo
das uniões
constantes”.
Sabemos que os
verdadeiros elos
que unem uma
família não são,
pois, os da
consanguinidade,
mas são as
afinidades, os
pensamentos e os
sentimentos que
cada um guarda
consigo próprio.
Diz o livro
“O Evangelho
segundo o
Espiritismo”:
“De onde se
segue que dois
seres nascidos
de pais
diferentes podem
ser mais irmãos
pelo Espírito do
que se o fossem
pelo sangue;
podem se atrair,
se procurar,
dar-se bem
juntos, enquanto
dois irmãos
consanguíneos
podem se
repelir, como se
vê todos os
dias; problema
moral que só o
Espiritismo
podia resolver
pela pluralidade
das
existências”.
Esta maravilhosa
instituição
familiar será,
para o futuro
ser
reencarnante,
seu abrigo. O
primeiro passo
da educação
começa no lar,
resgatando
valores e
sentimentos que
enobrecem o
Espírito,
preparando para
a vida estas
pequenas
criaturas que
serão os futuros
cidadãos, que
têm seus deveres
e que devem ser
educados para
servir seu
próximo, amando
seus semelhantes
como a si mesmo,
colocando-se
sempre no lugar
do outro antes
mesmo de tomar
qualquer
atitude.
Nos assuntos que
mencionam os
complexos
conflitos
familiares, o
Espiritismo nos
ensina que
através deste
núcleo familiar
resgatamos
débitos e faltas
cometidas em
vidas
pregressas; na
grande maioria
dos casamentos,
é uma forma de
solucionarmos
nossos problemas
em outras
existências,
pois geralmente
nossos desafetos
acabam se
encontrando em
nossa família.
Temos então a
oportunidade de
perdoar,
tolerar,
compreender e,
principalmente,
aprender amar.
A destruição da
família, como do
casamento, é
fruto da
intolerância, do
egoísmo, da
infantilidade
espiritual;
indivíduos que
são
influenciados
por modismos,
comportamentos
extremamente
sexual, desejos
pautados no
materialismo, na
desvalorização
do ser humano,
que é
transmitida por
vários meios de
comunicação de
massa, induzindo
ao consumismo
das fantasias
sexuais, da
beleza
passageira, dos
padrões
extravagantes e
bizarros, da
autodestruição
íntima,
esquecendo do
verdadeiro
sentimento
religioso, da
fé, da esperança
que se perde nos
vícios de
caráter,
diminuindo
sensivelmente a
nossa capacidade
de suportar o
sofrimento.