WILSON CZERSKI
wilsonczerski@brturbo.com.br
Curitiba, Paraná
(Brasil)
A
gripe suína
Há ainda alguns
raciocínios que
gostaríamos de
desenvolver sobre as
mortes coletivas
causadas por epidemias
como a gripe espanhola
que em menos de dois
anos (1917-1918) matou
entre 20 e 40 milhões de
pessoas e tantas outras
que, antes da ciência
descobrir meios de
prevenção e cura,
dizimaram populações
inteiras ao longo da
História. Fiquemos com
um caso recente.
Em abril de 2009 surgiu
no México o vírus de uma
nova gripe que logo foi
denominada de Gripe
Suína e, mais tarde,
também de Nova Gripe ou
Gripe A provocada pelo
vírus H1N1 e de lá se
espalhou pelo mundo
inteiro. No Brasil
chegou poucas semanas
depois e até o dia 3 de
setembro fez 657 vítimas
fatais. Estas e tantas
outras epidemias e
pandemias que assolam a
humanidade de tempos em
tempos nos remete,
quanto às causas
espirituais, a uma
analogia com a poluição
ambiental do planeta.
Lixos nos mares e rios
provocando sérios danos
na fauna e na flora e ao
próprio homem tanto na
transmissão de doenças
como enchentes urbanas,
etc. Mas,
principalmente, serve de
comparação a poluição do
ar pela emissão de gases
tóxicos provenientes das
indústrias e das
queimadas das florestas.
A natureza sempre cobra
preço elevado pelos
abusos humanos. O
aumento quantitativo e
de intensidade dos
furacões, ciclones e os
desequilíbrios
climáticos com
alternâncias bruscas e
extemporâneas de frio e
calor e a ocorrência de
chuvas torrenciais e
secas devastadoras
refletem, em grande
parte, segundo a
ciência, a nossa
irresponsabilidade e
ganância.
Independente disso,
costuma-se dizer que as
tempestades possuem o
dom benéfico não só de
irrigar o solo, mas de
promover um saneamento
da atmosfera. Grande
quantidade da poluição
acumulada no ar é lavada
pela chuva e pelas
descargas elétricas. A
violência com que
atingem o solo tem um
efeito purificador.
Espiritualmente ocorre o
mesmo, como esclarece a
Q. 783, aliás,
utilizando essa mesma
analogia: “(...) O homem
não percebe... nessas
comoções senão a
desordem e a confusão
momentâneas... aquele
que eleva seu
pensamento... admira a
Providência, que do mal
faz surgir o bem... A
tempestade...”.
André Luiz em suas obras
psicografadas por Chico
Xavier refere-se várias
vezes à psicosfera
planetária constituída
pelas vibrações
produzidas pelos
pensamentos, emoções,
sentimentos e atos
humanos que envolvem
todos os seres,
desencarnados,
inclusive.
Como prevalece entre nós
as vibrações de teor
negativo, o somatório
delas, sobrepujando as
positivas, torna-as cada
vez mais densas e
pesadas. Chegado a um
limite máximo, acaba por
provocar uma espécie de
derrame energético que
aparece na forma de
catástrofes, guerras e
doenças. Particularmente
estas encontram no
citado mentor uma
explicação especial.
Vibriões invisíveis, de
origem espiritual e
gerados pela
invigilância das mentes
humanas, pululam nesta
psicosfera e, de tempos
em tempos, acabam por se
materializar
organicamente na forma
de espécies novas de
bactérias, vírus e
bacilos mórbidos a
causarem doenças
desconhecidas e às vezes
letais para grande
número de pessoas.
O ataque desses agentes
patogênicos caracteriza
também uma forma de
expressão da lei de
causa e efeito atingindo
as coletividades em
caráter expiatório. Em
sociedade somos todos
responsáveis, em maior
ou menor grau, pelo que
sucede aos demais, tanto
fisicamente (poluição
material) como
espiritualmente
(poluição psíquica ou
energética). E do
resultado total
provocado cada um retira
o quinhão correspondente
à sua parcela de
contribuição.
Essa é a regra geral,
mas temos razões para
suspeitar que nem sempre
é assim. No caso da
Gripe A, os grupos de
risco, indivíduos mais
propensos a desenvolver
os sintomas, são
crianças, idosos e
mulheres grávidas,
sabidamente pessoas com
o sistema imunológico
mais vulnerável, além
dos portadores de outras
doenças como as
respiratórias,
hipertensão, etc. As
suscetibilidades por
conta da existência de
outras doenças podem
refletir componentes
cármicos com lesões
perispirituais prévias
ou sintomatologia
natural devido à velhice
e consequente desgaste
dos órgãos. Mas, e os
demais?
O fato de ser criança ou
a condição de gravidez
não é indicativo de
dívida moral com
necessidade expiatória.
Afora eventuais
comprometimentos
anteriores com a lei
divina em relação à vida
em sociedade, por que
elas? Por que, talvez,
um número imenso de
outros indivíduos foram
contaminados pelo vírus
e não manifestaram a
doença? E por que, entre
os que apresentaram
sintomas, uns os tiveram
mais leves e outros
foram levados a óbito?
Cremos que da mesma
forma como uma
tempestade, ao assolar
uma cidade ou região,
não distingue as vítimas
pela impossibilidade de
isolar umas das outras,
com ‘tempestades
espirituais’ ocorre a
mesma coisa. Talvez
muitas das vítimas dessa
gripe e de outras
enfermidades de natureza
infecto-contagiosas –
descartando aqui as
causas puramente de
falta de profilaxia,
condições de higiene,
vacinação que são de
responsabilidade dos
governos – possuíam,
sim, contas a ajustar
com as leis divinas.
Porém, muitas outras
foram atingidas
contingencialmente, isto
é, por habitarem um
mundo ainda atrasado
moralmente, necessitados
de experiências
dolorosas para provocar
o seu aperfeiçoamento
espiritual. Em outras
palavras, seriam provas
e não expiações. Não se
trata de débitos, mas de
esforço para crescimento
e aquisição de créditos.
De outro lado, muitos
outros que estiveram
expostos ao contágio,
mesmo pertencentes aos
grupos de risco e saíram
imunes, talvez devam
isso a uma proteção
maior adquirida por eles
mesmos ou até pelas
intervenções de
protetores espirituais,
como se dá no caso das
intercessões. Resumindo:
não seria demérito das
pessoas acometidas pela
doença e sim mérito das
que escaparam ilesas.