A Revue Spirite
de 1864
Allan Kardec
(Parte
15)
Damos prosseguimento
nesta edição ao estudo da Revue
Spirite
correspondente ao ano de
1864. O texto condensado
do volume citado será
aqui apresentado em 26
partes, com base na
tradução de Júlio Abreu
Filho publicada pela
EDICEL.
Questões preliminares
A. No tratamento da
obsessão, a ação
fluídica é fundamental?
Ela integra o que Kardec
chama de uma tríplice
ação: 1.) a ação
fluídica, que liberta o
perispírito do doente da
pressão do Espírito
malévolo. 2.) o
ascendente exercido
sobre este último pela
autoridade que sobre ele
dá a superioridade
moral. 3.) a influência
moralizadora dos
conselhos que se lhe
dão. A ação fluídica –
afirma Kardec – é, no
entanto, simples
acessório das duas
outras, porque, se chega
momentaneamente a
afastar o Espírito, nada
o impede de voltar à
carga. É a fazê-lo
renunciar
voluntariamente a seus
maus propósitos que a
gente se deve aplicar,
moralizando-o.
(Revue Spirite de 1864,
pág. 230.)
B. Que oração foi
recomendada por Kardec
como a mais indicada
para as preces da manhã
e da noite?
O Codificador do
Espiritismo recomendou a
Oração dominical, como
sendo a mais indicada
para todos os dias, de
manhã e de noite, desde
que dita com
inteligência, de
coração, e não apenas
com os lábios. Na
sequência, ele sugeriu
que uma vez por semana,
por exemplo, no domingo,
devia-se consagrar à
prece um tempo mais
longo, a isto
acrescentando a leitura
de algumas passagens do
Evangelho e a de algumas
boas instruções, ditadas
pelos Espíritos, com o
que nascia, no meio
espírita, o chamado
culto do Evangelho no
lar.
(Obra citada, pp. 234 a
236.)
C. Que fator facilita as
tentações que sofremos
dos maus Espíritos?
Esse fator é a
imperfeição, que
constitui uma porta
aberta à influência
deles. Kardec diz que
tudo que poderíamos
fazer para os afastar
será inútil, se não lhes
opusermos uma vontade
inquebrantável no bem e
uma renúncia absoluta ao
mal. É, pois, contra nós
mesmos que devemos
dirigir nossos esforços
e, então, os maus
Espíritos afastar-se-ão
naturalmente, porque é o
mal que os atrai,
enquanto o bem os
repele.
(Obra citada, pág. 239.)
Texto para leitura
174. O número de agosto
começa noticiando a
volta dos fenômenos de
Morzine, objeto das
edições de dezembro de
1862, janeiro,
fevereiro, março e maio
de 1863. Segundo a
Revue, a epidemia
demoníaca -
denominação usada pelos
jornais leigos -, que
teve começo em 1857,
reapareceu com nova
intensidade. (PP. 225 a
228)
175. Tudo indica - diz
Kardec - que os
fenômenos de Morzine
fossem causados pelos
Espíritos e é por isso
que os meios espirituais
empregados pela Igreja
resultaram ineficazes.
Com efeito,
atribuindo-os aos
demônios, ela não
buscava a sua melhora,
mas apenas o afastamento
deles através de signos,
fórmulas e aparelhos de
exorcismo, do que eles
se riam, visto que é um
fato comprovado pela
experiência que tais
recursos nenhum poder
exercem sobre os
Espíritos, ao passo que
se têm visto os mais
endurecidos e perversos
ceder a uma pressão
moral e voltar aos bons
sentimentos. (PP. 229 e
230)
176. O Espiritismo, ao
contrário, propõe que em
tais casos o tratamento
consista em uma tríplice
ação: a ação fluídica,
que liberta o
perispírito do doente da
pressão do Espírito
malévolo; o ascendente
exercido sobre este
último pela autoridade
que sobre ele dá a
superioridade moral, e,
por fim, a influência
moralizadora dos
conselhos que se lhe
dão. (P. 230)
177. A
primeira - esclarece
Kardec - é simples
acessório das duas
outras, porque, se
momentaneamente chega a
afastar o Espírito, nada
o impede de voltar à
carga. É a fazê-lo
renunciar
voluntariamente a seus
maus propósitos que a
gente se deve aplicar,
moralizando-o. (P. 230)
178. Nos casos
individuais isolados, os
que se dedicam ao alívio
dos aflitos geralmente
são ajudados pela
família e pela
vizinhança, muitas vezes
pelos próprios doentes,
sobre cujo moral devem
atuar por meio de
palavras boas e
encorajadoras, que os
devem excitar à prece.
Mas semelhantes curas
não se obtêm
instantaneamente. (P.
231)
179. Escrevendo sobre a
prece, Kardec lembra
que, segundo São Paulo,
uma condição essencial
da prece é ser
inteligível. Observando
que o mais perfeito
modelo de concisão, no
caso da prece, é a
Oração dominical, o
Codificador a recomenda
como sendo a mais
indicada para as preces
da manhã e da noite,
desde que dita com
inteligência, de
coração, e não com os
lábios. (P. 234)
180. Uma vez por semana,
por exemplo, no domingo,
pode-se consagrar à
prece um tempo mais
longo, a isto
acrescentando a leitura
de algumas passagens do
Evangelho e a de algumas
boas instruções, ditadas
pelos Espíritos. (P.
234)
181. Kardec esclarece
que, conforme as
circunstâncias e o tempo
disponível, pode-se
dizer a Oração dominical
simples ou a
desenvolvida,
intercalada por
comentários, conforme
sugestão contida na
Revue . (N.R.: A
Oração dominical
desenvolvida foi
reproduzida na íntegra
no cap. 28, item 3, d’O
Evangelho segundo o
Espiritismo.) (PP.
234 a 240)
182. Num dos trechos da
Oração desenvolvida,
esta assinala que a
justiça de Deus não
falta a ninguém e que a
prosperidade material do
perverso é efêmera como
a sua existência
corpórea e terá
terríveis retornos, ao
passo que será eterna a
alegria reservada àquele
que sofre com
resignação. (P. 238)
183. Na mesma prece,
Kardec reconhece que
cada uma de nossas
infrações às leis de
Deus é uma ofensa ao Pai
e uma dívida contraída
que, mais cedo ou mais
tarde, teremos que
resgatar. (P. 238)
184. Relativamente às
tentações que sofremos
dos maus Espíritos,
Kardec diz na prece que
cada imperfeição é uma
porta aberta à
influência deles e que
tudo que poderíamos
fazer para os afastar
será inútil, se não lhes
opusermos uma vontade
inquebrantável no bem e
uma renúncia absoluta ao
mal. É, pois, contra nós
mesmos que devemos
dirigir nossos esforços
e, então, os maus
Espíritos afastar-se-ão
naturalmente, porque é o
mal que os atrai,
enquanto o bem os
repele. (P. 239)
185. Examinando a
questão da destruição
dos aborígines do
México, proposta por um
confrade de Bordeaux, a
Sociedade Espírita de
Paris acusou no dia
8-7-1864 importante
orientação assinada pelo
Espírito de Erasto. (P.
241) (Continua no próximo
número.)