EURÍPEDES
BARBOSA
euripedesb@gmail.com
Taguatinga,
Distrito Federal
(Brasil)
A importância do
estudo e
O Livro dos
Espíritos
"Espíritas!
amai-vos,
este o
primeiro
ensinamento;
instruí-vos,
este o
segundo." (O
Evangelho
segundo o
Espiritismo,
cap. VI,
item 5.)
Nos centros de
cultura
evangélica dos
tempos
apostólicos, as
cartas de Paulo
de Tarso aos
cristãos de
várias
comunidades eram
lidas e trocadas
para as
elucidações
devidas e o
primeiro culto
do evangelho no
lar na casa de
Pedro mostra a
importância do
estudo em
família.
Revivendo o
cristianismo puro,
os Centros Espíritas
têm mantido estudos
sistemátucos,
destinados a clarear
o pensamento
religioso e traçar
diretrizes à vida
espiritual.
No livro
Estude e Viva,
ditado por
Emmanuel, no
capítulo “Na
Escola da Alma”,
encontramos o
seguinte
trecho:
“Não
alcançaremos a
libertação
verdadeira sem
abolir o
cativeiro da
ignorância
do reino do
espírito. Quem
aspire a
entesourar os
valores da
própria
emancipação
íntima, à frente
do universo e da
vida, deve e
precisa
estudar”.
Segundo os
ensinamentos
espirituais,
“nós, espíritas,
somos induzidos
a estudar
voluntariamente
porque sabemos
que o
Espiritismo é
luz no coração e
no espírito. O
estudo deve ser
para nós
obrigação, em
qualquer idade
ou circunstância
da vida”. E
Emmanuel, In
“Entrevistas”,
pergunta 63, nos
diz:
“Todos nós,
sejamos crianças
ou jovens,
adultos ou já
muitíssimo
maduros, devemos
estudar
sempre”.
Na questão 204,
do livro O
Consolador,
foi perguntado a
Emmanuel: a Alma
humana
poder-se-á
elevar para Deus
tão-somente com
o progresso
moral, sem os
valores
intelectivos? E
obteve-se como
resposta:
“O
sentimento e a
sabedoria são as
duas asas com
que a alma se
elevará para a
perfeição
infinita”.
Após o
desencarne, o
Espírito possui
oportunidade de
se aperfeiçoar
na erraticidade.
Então, há cursos
no mundo
espiritual?
André Luiz nos
conta no livro
No Mundo
Maior,
capítulo XVII,
que quando ele e
Calderaro
estavam reunidos
à comissão de
trabalho
socorrista que
operaria nas
cavernas de
sofrimento, a
irmã Cipriana,
que chefiava as
atividades,
perguntou: “-
Pretende o irmão
André seguir em
nossa
companhia?”
Calderaro
respondeu: “-
Foi o próprio
Instrutor
Eusébio que
lembrara a
conveniência da
visita de André
aos abismos
purgatoriais,
uma vez que se
achava
interessado em
obter informes
da vida nas
esferas
inferiores para
relatá-los aos
encarnados”.
A diretora fixou
em André o olhar
lúcido e meigo,
como a lastimar
a
impossibilidade
e acrescentou:
“- Nosso
estimado André
não tem o curso
de Assistência
aos sofredores
nas Sombras
espessas”.
Depois, afagou
André de leve
com a destra
carinhosa e
disse: “- Se nos
é indispensável
obter difíceis
realizações
preparatórias a
fim de colhermos
o benefício das
Grandes Luzes,
é-nos
imprescindível a
iniciação, para
ministrarmos
esse mesmo
benefício nas
“Grandes
Trevas”.
Do livro
Evangelho em
Casa, Terceira Reunião,
ditado pelo
Espírito de
Meimei e
psicografado por
Francisco
Cândido Xavier,
retiramos o
trecho
intitulado “O
Sustento do
Corpo e do
Espírito”:
“Certo aprendiz,
em conversa com
o professor,
queixou-se de
grande
incapacidade
para reter as
lições.
Sentia-se
sonolento,
desmemoriado...
Ao cabo de
alguns instantes
de leitura,
esquecia de todo
os textos mais
importantes,
ainda mesmo os
que se
referissem às
suas mais
prementes
necessidades.
Que fazer para
evitar a
perturbação?
Travou-se então
entre os dois o
seguinte
diálogo:
- Meu filho,
quando tens
sede, foges do
copo d’água?
- Impossível.
Morreria
torturado.
- Quando nu,
abandonas a
veste?
- De modo algum.
Não dispenso o
agasalho.
- Esqueces de
levar o alimento
à boca, ao te
apresentarem a
refeição?
- Nunca. Como
poderia andar
sem comer?
- Pois também
não podes viver
sem educação –
concluiu o
orientador.
- Lembra-te
dessa verdade e
estarás acordado
para os
ensinamentos de
nossos mestres.
O mentor do
grupo esboçou
silencioso gesto
de bom humor e
salientou:
- Nossa alma
precisa estudar
e conhecer,
tanto quanto
nosso corpo
necessita de
respirar e
nutrir-se”.
Atentos às
recomendações
espirituais e
orientações da
FEB, os Centros
Espíritas, de
modo geral, têm
implantado o
Estudo
Sistematizado da
Doutrina
Espírita – ESDE
–, cujo objetivo
geral é o de
estudar o
Espiritismo de
forma
sistematizada.
Através do ESDE,
estudamos os
princípios da
Doutrina
Espírita em
todos os seus
aspectos:
científico,
filosófico e
religioso. Ele
objetiva, ainda,
divulgar as
obras básicas e
complementares
do Espiritismo,
desenvolver nos
participantes o
interesse pelo
estudo, pela
renovação moral,
pela causa, além
de integrá-los
na Casa
Espírita.
Para o
engajamento dos
participantes na
dinâmica do
estudo e no
trabalho do
movimento
espírita, a
implantação do
ESDE é de grande
importância.
Agindo assim, o
Centro Espírita
atenderá às suas
finalidades
precípuas de
esclarecer e
consolar os
seres humanos e
se tornará um
centro de estudo
sério e
metódico,
envolvendo a
todos os seus
trabalhadores e
demais
frequentadores,
sempre unidos
pelos elos do
amor e da
fraternidade.
O Espírito de
Emmanuel, na
resposta da
questão 392, de
O Consolador,
assevera:
“... O médium
tem obrigação de
estudar muito,
observar
intensamente e
trabalhar em
todos os
instantes pela
sua própria
iluminação...”.
Devemos,
portanto,
“começar pelo
começo”, ou
seja, estudar
primeiro as
obras básicas da
codificação
Kardequiana. A
primeira obra a
ser publicada
foi O Livro
dos Espíritos,
ocorrida em 18
de abril de
1857, num sábado
pela manhã. A
sua elaboração
aconteceu no
gabinete de
trabalho de
Kardec, em sua
residência à Rue
des Martyrs, 8
(2º andar,
fundos). O
lançamento da
obra inaugural
da Doutrina
Espírita ocorreu
nas dependências
do histórico
Palais Royal
(palácio real) a
uma quadra curta
do Museu do
Louvre. No
interior da
histórica e
portentosa
galeria
comercial Palais
Royal, existiu a
editora e
livraria Dentu,
no nº 13 da
Galerie d’Orléans.
Inicialmente, em
formato grande,
in – 8º, com 176
páginas de texto
e distribuição
dos assuntos em
duas colunas,
com perguntas e
respostas na
coluna da
esquerda e o
texto corrido
equivalente na
coluna da
direita. Havia
um interessante
índice
alfabético das
matérias
ocupando 5
páginas, índice
que foi
cancelado nas
edições
seguintes. Os
XVII itens da
introdução são
desenvolvidos
por Kardec,
enquanto que os
prolegômenos
contêm algumas
considerações de
Kardec e em que
termos os
Espíritos deram,
por escrito e
por muitos
médiuns, a
missão de
escrevê-lo. O
Livro, em
sua primeira
edição, é
composto por 501
perguntas e
respectivas
respostas dos
Espíritos
superiores,
acrescidas de
notas e
comentários do
Codificador. A
obra é dividida
em três partes:
Doutrina
Espírita com dez
capítulos, Leis
Morais com onze
capítulos e
Esperanças e
Consolações com
três capítulos.
Há, ainda, um
epílogo com
menos de uma
página. As notas
e comentários de
Kardec, em
número de 17,
vêm todas no
final, ocupando
12 páginas.
Sendo o seu nome
muito conhecido
do mundo
científico:
HIPPOLYTE LÉON
DENIZARD RIVAIL
e podendo
originar
confusão, talvez
mesmo prejudicar
o êxito do
empreendimento,
ele adotou o
alvitre de
assiná-lo com o
nome de ALLAN
KARDEC, nome
que, segundo lhe
revelara o guia
(Zéfiro,
Espírito
protetor de
Kardec), ele
tivera ao tempo
dos druidas nas
Gálias
(França).
Em 1957, Canuto
de Abreu
publicou edição
bilíngue da
primeira edição
de O Livro
dos Espíritos,
sob o título “O
Primeiro Livro
dos Espíritos”,
(São Paulo,
Companhia
Editora Ismael).
Em 18 de março
de 1860, foi
lançada a edição
definitiva.
Nela, Kardec põe
na parte
superior do
frontispício as
palavras
“filosofia
espiritualista”.
Com relação ao
número de
questões dessa
edição, a FEB,
em nota especial
nº 2, no final
do livro, à 75ª
edição,
escreveu: “Em
edições
anteriores a
esta, as
questões nºs
1012 a 1019
figuravam sob os
nºs 1011 a 1018,
respectivamente,
sem ter sido
atribuído número
à questão
imediatamente
seguinte à de nº
1010,
mantendo-se, não
obstante, o
texto em sua
incolumidade
original. (...)
Na sequência da
numeração das
questões, o
Codificador
salteou o nº
1011 na 2ª
edição francesa,
definitiva, de
março de 1860.
Todavia, o texto
foi mantido
assim, mesmo nas
quatorze edições
que se seguiram
até a
desencarnação de
Allan Kardec”.
Nessa edição
foram mantidas a
introdução e
prolegômenos sem
alterações. O
livro passa a
ter 4 partes: 1ª
Parte – Das
causas
primárias, com
quatro
capítulos; 2ª
Parte – Do mundo
espírita ou
mundo dos
Espíritos, com
onze capítulos;
3ª Parte – Das
leis morais, com
doze capítulos;
e 4ª Parte – Das
esperanças e
consolações, com
dois capítulos.
No lugar do
epílogo foi
colocada uma
conclusão com 9
itens, feita por
Kardec.
Fazendo uma
análise das
questões,
chegamos ao
seguinte:
·
na
1ª parte
- 75 questões,
da nº 1 a 75, e
12 subquestões,
somando 87;
·
Na
2ª parte
- das 76 a 613
temos 538, que
somadas com as
123 subquestões,
chega-se ao
número de 661;
·
a 3ª
parte - tem 306
questões, das
614 a 919, e
mais 42
subquestões,
totalizando 348;
e,
·
a 4ª
parte - com 100
questões, das
920 a 1019, 17
subquestões, e
mais 2 questões
que estão sem
número e sem
letra. Uma após
a 1012 e outra
após a questão
1014, perfazendo
um total de 119.
Vamos, pois, à
soma dos totais:
87+661+348+119 =
1.215 questões.
Ou seja, 1.187
perguntas/respostas
e 28 Itens de
dissertações e
afirmações.
Há, ainda, o que
poderíamos
chamar de
“respostas
mensagens”,
assinadas pelos
Espíritos, como
se seguem:
a 495, por S.
Luiz e Santo
Agostinho;
as 1004, 1006,
1007, 1008, 1010
e 1019, por S.
Luiz;
a 888, por
Vicente de
Paulo;
a 917, por
Fénelon;
a 919, por Santo
Agostinho; e
a 1009, por
Santo Agostinho,
Lamennais,
Platão e Paulo,
o Apóstolo.
A maior das
perguntas é a
394, traduzida
para o português
com 153
palavras,
considerando,
até mesmo, as de
uma letra só.
A menor é a de
nº 1, construída
com três
palavras.
A maior resposta
é a 1009, que
apresenta quatro
mensagens de
Espíritos Nobres
e a participação
final do
Codificador.
A menor é a 625,
respondida com
uma única e
insubstituível
palavra,
JESUS. (em
algumas
traduções, em
outras é “Vede
Jesus”.)
Por fim, vale
lembrar, também,
que a questão nº
222 é uma
imensa
dissertação de
Kardec,
intitulada
“Considerações
sobre a
Pluralidade das
Existências”. Na
questão nº
257,
Kardec disserta
sobre o “Ensaio
Teórico da
Sensação nos
Espíritos”, e na
questão nº
455, Kardec traz um
“Resumo Teórico
do Sonambulismo,
do Êxtase e da
Dupla Vista”.
Assim, o que
contém esse
luminoso livro?
Contém, conforme
diz, em síntese,
o frontispício
da obra, “os
princípios da
Doutrina
Espírita sobre a
imortalidade da
Alma, a natureza
dos Espíritos e
suas relações
com os homens,
as leis morais,
a vida presente,
a vida futura e
o porvir da
humanidade”. São
princípios
expostos de
forma lógica,
por meio de
diálogos com os
Espíritos, às
vezes comentados
por Kardec, e,
embora constitua
pelas
importantes
matérias que
versa o mais
completo tratado
de filosofia que
se conhece, sua
linguagem é
simples e
direta, não se
prendendo a
preciosismos de
sistemas
dificilmente
elaborados.
Enfim, O
Livro dos
Espíritos
contém a parte
filosófica da
Doutrina
Espírita. Desse
modo, comecemos
nosso estudo por
ele, lembrando
que “o espírita
sem estudo é
como um barco
sem velas”.
Referências:
O
Livro dos
Espíritos.
75ª edição – FEB
Allan Kardec.
Pesquisa
biobibliográfica
e ensaios de
interpretação.
Zêus Wantuil e
Francisco
Thiesen. Volumes
I, II e III –
FEB
O
Evangelho
segundo o
Espiritismo
-
FEB
Espiritismo
Básico.
Pedro Franco
Barbosa. 3ª
edição. FEB
Estude e viva.
Ditado por
Emmanuel.
Psicografia de
Francisco
Cândido Xavier –
FEB
O
Consolador.
Ditado por
Emmanuel.
Psicografia de
Francisco
Cândido Xavier –
FEB
No mundo maior.
Ditado por André
Luz. Psicografia
de Francisco
Cândido Xavier -
FEB