ANGÉLICA
REIS
a_reis_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná
(Brasil)
A Evolução Anímica
Gabriel
Delanne
(Parte 7)
Damos continuidade nesta
edição ao estudo do
clássico A Evolução
Anímica, que será
aqui estudado em 17
partes. A fonte do
estudo é a 8ª edição do
livro, baseada em
tradução de Manoel
Quintão publicada pela
Federação Espírita
Brasileira.
Questões preliminares
A. A descendência animal
do homem é um fato
inconteste?
Segundo Delanne, sim. A
descendência animal do
homem impõe-se com
evidência luminosa, a
todo pensador imparcial.
Somos o último ramo
aflorado da grande
árvore da vida. Do ponto
de vista anímico, as
manifestações do
Espírito em todos os
seres são graduadas de
modo a identificar uma
progressão ascendente,
que se acentua à
proporção que nos
aproximamos da
Humanidade.
(A Evolução Anímica, pp.
82 e 83.)
B. Que fatos levaram o
Sr. Dassier, que não
admitia nenhuma espécie
de alma no homem e nos
animais, a mudar de
opinião?
Foram as inúmeras
manifestações póstumas
de animais, que se
apresentavam sob as
mesmas formas que
tiveram na Terra.
Verifica-se desse modo
que a chamada luz ódica
de Reichembach, o duplo
fluídico da vidente de
Prévorst e os fantasmas
póstumos do Sr. Dassier
nada mais são que o
perispírito. Tanto nos
animais, como no homem,
o princípio pensante é
sempre individualizado
no fluido universal.
(Obra citada, pág. 87.)
C. O perispírito é algo
concreto, real?
Sim. O Espiritismo
mostra-nos que o
perispírito é real, que
ele reproduz,
fluidicamente, a forma
corporal dos animais, e
que se mantém estável, a
despeito do fluxo
perpétuo das moléculas
vivas, sendo assim o
instrumento no qual se
incorporam os instintos
e as modificações da
hereditariedade.
(Obra citada, pág. 90.)
Texto para leitura
67. O homem não é, pois,
um anjo decaído, a
lamentar a perda de um
paraíso imaginário, nem
carrega pecado original
algum que o estigmatize
desde o berço. Tampouco
de outrem depende sua
sorte. Não é preciso
apelar ao milagre para
explicar a criação.
Basta observar as forças
universais em sua
constante atividade. As
formas, tão
diversificadas dos seres
vivos, animais ou
vegetais, são todas elas
devidas a duas causas
permanentes, que jamais
deixaram de atuar e
continuam a manifestar o
seu poder: a influência
do meio e a lei de
seleção, o que vale
dizer: a luta pela vida.
(Pág. 78)
68. O solo, a atmosfera,
a água são povoados de
seres vivos em número
infinito. Por toda parte
os seres vivos se tocam,
se comprimem, se
abraçam, se alimentam
uns dos outros. A
fecundidade de algumas
espécies impressiona a
todos nós. O bacalhau,
por exemplo, chega a
produzir até 4.872.000
ovos. Uma pequena truta
põe cerca de 6.000 ovos.
No mundo microscópico os
números são ainda mais
impressionantes. Segundo
Davaine, um simples
pique inoculante de uma
única bactéria pode, em
72 horas, determinar o
nascimento de 71 milhões
de indivíduos. Cohn
estimou que em cinco
dias o oceano se
repletaria com a prole
de uma única bactéria,
se as condições
mesológicas a isso se
prestassem. (Pág. 80)
69. As plantas
oferecem-nos os mesmos
exemplos de proliferação
formidável, embora
grande parte de seus
frutos pereça. É a lei
inelutável, porque em
nosso orbe a evolução se
processa por meio de
lutas renascentes. Seja
ela surda e quase
imperceptível, como no
reino vegetal, ou seja
ostensiva, como entre os
grandes carnívoros, não
deixa de operar
incessante, em todos os
graus da escala. Uma
necessidade inelutável
combate a fecundidade
pela destruição, e tudo
isso redunda na
sobrevivência do mais
apto a suportar a luta
pela vida. (Págs. 80
e 81)
70. Desde o aparecimento
do protoplasma no seio
dos mares primitivos,
desde que as primeiras
mônadas manifestaram
fenômenos vitais, essa
luta jamais teve um
hiato e prossegue,
imperturbável, no
facetamento dos
organismos com uma
perseverança implacável.
É dessa concorrência
encarniçada que resultou
a vitória dos mais
aptos, dos mais
robustos. E foram esses
esforços perpétuos do
ser, reagindo às
influências destrutivas
no afã de adaptar-se ao
meio para lutar com os
seus inimigos, que
engendraram o progresso
evolutivo das formas e
das inteligências.
(Pág. 81)
71. Podemos, então,
concluir com Darwin,
dizendo: “Assim é que a
guerra natural, a fome e
a morte originam
diretamente o efeito
mais admirável que
possamos conceber: - a
formação lenta dos seres
superiores”. (Pág.
81)
72. A teoria
transformista leva-nos a
compreender que os
animais contemporâneos
não são mais que os
últimos produtos de uma
elaboração de formas
transitórias,
desaparecidas na
voragem dos tempos. É
por isso que todo animal
que nasce, reproduz no
início de sua vida fetal
todos os tipos
anteriores pelos quais
passou a raça, antes
dele. (Pág. 82)
73. A descendência
animal do homem
impõe-se, pois, com
evidência luminosa, a
todo pensador imparcial.
Somos, evidentemente, o
último ramo aflorado da
grande árvore da vida.
Do ponto de vista
anímico, as
manifestações do
Espírito em todos os
seres são graduadas de
modo a identificar uma
progressão ascendente,
que se acentua à
proporção que nos
aproximamos da
Humanidade. (Pág. 83)
74. O perispírito e
suas propriedades
funcionais – As leis
que regem a evolução
atestam que nada aparece
súbita e perfeitamente
acabado. O sistema
solar, o nosso planeta,
os vegetais, os animais,
a linguagem, as artes,
as ciências são o
resultado de longa e
gradual ascensão, a
partir das mais
rudimentares formas. Lei
geral e absoluta, dela
não poderia aberrar a
alma humana e constituir
uma exceção. (Pág.
85)
75. O Sr. Dassier, que
não admitia qualquer
espécie de alma no homem
e nos animais, não
tardou a mudar de
opinião, em face das
inúmeras manifestações
póstumas de animais, que
se apresentavam sob as
mesmas formas que
tiveram na Terra. A
chamada luz ódica de
Reichembach, o duplo
fluídico da vidente de
Prévorst, o fantasma
póstumo do Sr. Dassier,
nada mais são que o
perispírito. Tanto nos
animais, como no homem,
o princípio pensante é
sempre individualizado
no fluido universal.
(Pág. 87)
76. Se o princípio
inteligente do animal
sobrevive, possível se
torna aplicar-lhe as
mesmas regras aplicáveis
à alma humana, que
necessita da
reencarnação para
evolver. O princípio
inteligente viria,
assim, sucessivamente
utilizar organismos cada
vez mais aperfeiçoados,
à medida que se tornasse
mais apto a dirigi-los.
Nossos cavalos
domésticos – observa
Viana de Lima – são
capazes de reconhecer o
almíscar (odor muito
ativo) dos inimigos de
seus ancestrais,
presente numa simples
cama de palha. Como
explicar o pavor que
esses animais sentem
numa situação assim? Se
admitirmos a existência
de um princípio
inteligente no animal e
que esse princípio se
revista de um
perispírito no qual se
armazenem os instintos,
as sensações e a
memória, tudo se torna
compreensível. (Págs.
88 a 90)
77. O Espiritismo, sem
nada inventar,
mostra-nos simplesmente
que o perispírito é
real; que ele reproduz,
fluidicamente, a forma
corporal dos animais, e
que se mantém estável, a
despeito do fluxo
perpétuo das moléculas
vivas, sendo assim o
instrumento no qual se
incorporam os instintos
e as modificações da
hereditariedade.
Imutável em si mesmo, o
perispírito é, por assim
dizer, o estatuto das
leis que regem a
evolução do ser.
(Pág. 90)
(Continua no próximo
número.)