Brasil |
Ano 3 - N° 128 -
11 de Outubro de
2009 |
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THIAGO BERNARDES
thiago_imortal@yahoo.com.br
Curitiba, Paraná
(Brasil) |
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O Pacto Áureo sessenta
anos depois
Foi no dia 5 de outubro
de 1949 que se celebrou
o acordo
que
deu origem ao Conselho
Federativo Nacional,
instalado em
1º de janeiro de 1950
O chamado Pacto Áureo
foi um acordo celebrado
entre a Federação
Espírita Brasileira (FEB)
e representantes de
várias Federações e
Uniões de âmbito
estadual, visando à
unificação do
movimento espírita brasileiro.
Foi assinado na
sede FEB, na cidade do Rio
de Janeiro,
em 5
de outubro de 1949.
A expressão “Pacto
Áureo” é atribuída a Artur
Lins de Vasconcellos
Lopes
(foto), um de
seus signatários .
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Como consequência, em 1º
de janeiro do ano
seguinte (1950),
foi instituído o Conselho
Federativo Nacional (CFN),
com a posse dos seus
onze membros pelo
presidente da FEB. Em 8
de março desse
mesmo ano, o CFN lançou
a Proclamação
aos Espíritas e
desde então o CFN exerce
a função de dirimir
dúvidas, orientando o
movimento espírita e
recomendando normas e
diretrizes para os Centros
Espíritas.
A célebre reunião foi
dirigida pelo presidente
da FEB Antônio Wantuil
de Freitas, com a
participação de
representantes das
seguintes entidades:
Federação Espírita
Catarinense, Federação
Espírita do Paraná,
Federação Espírita do
Rio Grande do Sul, União
Espírita Mineira, União
Social Espírita de São
Paulo (USE), Liga
Espírita do Brasil e
Comissão Executiva do
Congresso Brasileiro de
Unificação Espírita.
Na Ata da reunião, que
se compõe de 18 itens,
destaca-se este: “A FEB
criará um Conselho
Federativo Nacional,
permanente, com a
finalidade de executar,
desenvolver e ampliar os
planos da sua atual
Organização Federativa”.
A “Caravana da
Fraternidade” foi
importante na
divulgação
do Pacto e adesão dos
espíritas
A assinatura do Pacto
Áureo foi
a base para um
entendimento entre as
instituições espíritas
no país, possibilitando
uma nova fase de difusão
da Doutrina
Espírita e
viabilizando a
convivência entre elas,
sem prejuízo da
liberdade de pensamento
e da ação individuais.
Seus críticos
questionaram, à época, o
modo pelo qual o
documento foi
apresentado e aprovado,
com presença de um
número reduzido de
dirigentes e "ad
referendum" das
entidades federativas,
sem que tivesse havido
uma maior discussão e
aprovação pelas bases.
A verdade, porém, é que,
contrariamente ao que
por vezes é dito, a
unificação do Movimento
Espírita não teve por
fim a colocação de
amarras nem em
instituições nem em
pessoas, como também não
se propôs a delimitar
terrenos ou áreas de
ação aos que se engajam
no trabalho de
divulgação. Conforme
propôs a própria FEB, o
trabalho de unificação é
uma atividade-meio que
tem como objetivo
fortalecer e facilitar a
ação do Movimento
Espírita na sua
atividade-fim de
promover o estudo, a
difusão e a prática da
Doutrina.
Em seguida à instalação
do CFN, foi realizado
importante trabalho de
esclarecimento junto às
entidades espíritas
sobre a importância e as
diretrizes da tarefa de
organização e unificação
do Movimento Espírita
brasileiro, no qual se
destacou principalmente
a “Caravana da
Fraternidade”,
que teve por
finalidade, além de
divulgar os objetivos da
unificação, colher
adesões de onze Estados
do Norte e do Nordeste
ao “Pacto”. Artur Lins
de Vasconcellos, Carlos
Jordão da Silva,
Francisco Spinelli, Ary
Casadio e Leopoldo
Machado foram ativos
participantes da
Caravana.
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Numa visita de alguns
caravaneiros a Chico
Xavier, em Pedro
Leopoldo, no dia 11 de
dezembro de 1950, estes
foram brindados com uma
mensagem de Emmanuel, em
que o Autor espiritual
comenta: “Cultuemos,
acima de tudo, a
solidariedade legítima.
Nossa união, portanto,
há de começar na luz da
boa vontade. Guardemos
boa vontade uns para com
os outros, aprendendo e
servindo com o Senhor, e
felicitando aos
companheiros que se
confiaram à tarefa
sublime da
confraternização, usando
o próprio esforço”.
O jornal Mundo Espírita
trouxe a público como
Lins de Vasconcellos viu
o Pacto Áureo
Atualmente, o Conselho
Federativo Nacional
reúne-se ordinariamente
uma vez por ano, durante
três dias, para tratar
de assuntos de interesse
do Movimento Espírita
que objetivem promover,
realizar e aprimorar o
estudo, a difusão e a
prática da Doutrina
Espírita.
As bases doutrinárias e
as diretrizes gerais do
trabalho de unificação
do Movimento Espírita
realizado pelo CFN são
as que constam dos
documentos que compõem o
opúsculo “Orientação ao
Centro Espírita” e dos
textos que integram a
Campanha de Divulgação
do Espiritismo. Mas
todas as Entidades que,
direta ou indiretamente,
integram o CFN
(Entidades Federativas
Estaduais, Entidades
Especializadas de Âmbito
Nacional, Centros e
demais Sociedades
Espíritas) mantêm sua
autonomia, independência
e liberdade de ação. Os
vínculos com o CFN têm
por fundamento a
solidariedade e a união
fraterna, livre,
responsável e
conscientemente
praticadas à luz da
Doutrina Espírita, com
vistas à sua difusão.
O jornal Mundo
Espírita, nº 780, de
8/10/1949, publicou
importante reportagem
sobre o evento e nela
ficaram registradas as
seguintes palavras de
Lins de Vasconcellos:
"A
grande aspiração da
quase totalidade dos
espíritas brasileiros
era a realização do
congraçamento geral de
todas as instituições
espíritas do Brasil.
Desde os primórdios da
propaganda,
manifestando-se em
diferentes ocasiões,
esse tema da união entre
todos permaneceu na
ordem do dia, sendo o
Dr. Bezerra de Menezes
um dos seus paladinos.
(...) No fundo, de forma
geral, todos desejavam a
mesma coisa. E se alguns
ainda acham impossível,a
harmonia entre todos em
torno de Kardec e sua
Doutrina, sob a égide do
Cristo, podem varrer de
sua mente essa
impossibilidade, porque
no dia 3 foi combinado e
no dia 5 do corrente foi
realizado um encontro em
que as nossas
instituições mais
expressivas, reunidas na
sede da Federação
Espírita Brasileira,
celebraram o Pacto Áureo
da Confraternização
Geral dos Espíritas do
Brasil.”
Guillon Ribeiro também
trouxe, por meio de
Vinícius,
seu apoio ao
Pacto ali firmado
“A reunião – escreveu
Lins de Vasconcellos –
transcorreu sob
vivíssima e geral
emoção. A impressão
geral era a de que do
céu descera a Luz e a
Paz. Uma intensa
vibração de
fraternidade.
O resultado dessa
reunião foi
verdadeiramente a
Vitória do Amor. Do
Amazonas ao Chuí e da
Ponta das Pedras às
cabeceiras do Javari, os
espíritas do Brasil
estão unidos para a
Grande Jornada cristã
das mais sublimes
realizações.
Entrelaçados pelo Amor,
empolgados pelo Bem,
demos graças a Deus, a
Jesus e àqueles que do
outro plano se irmanaram
para a vitória do
Evangelho.
A ata da reunião entre
os diretores da FEB, da
Liga Espírita do Brasil,
de várias Federações e
Uniões de âmbito
estadual, do dia 5 de
outubro de 1949, teve a
assinatura pelo Paraná
de João Ghignone,
presidente e Francisco
Raitani, membro do
Conselho da Federação
Espírita do Paraná.
O mundo espiritual se
fez presente, pela
psicofonia de Pedro de
Camargo - Vinícius,
manifestando-se com
palavras de aprovação,
de fé e de grande amor o
saudoso presidente da
Federação Espírita
Brasileira, Guillon
Ribeiro.
Naquela mesma noite, no
Grupo Ismael duas
belíssimas comunicações
foram recebidas,
atestando das presenças
espirituais ao
significativo ato:
Bittencourt Sampaio pela
psicografia e Ismael
pela psicofonia.
As linhas gerais da
criação do Conselho
Federativo Nacional ali
surgiram e aquele pugilo
de corações afervorados
à divulgação da Doutrina
Espírita estabeleceram
diretrizes básicas que
norteariam esse
Conselho, (...) com a
finalidade de executar,
desenvolver e ampliar os
planos(...) da
organização Federativa."
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