MARIA FÁTIMA DE
ALMEIDA
mfatimaalmeida@yahoo.com.br
São Paulo, SP
(Brasil)
Doenças, doentes
e cura
Desde
o início dos
tempos, nosso
raciocínio
movimenta
energias e
desencadeia
ações e reações.
As imagens
gravadas pela
“filmadora da
consciência” que
registra todos
os pensamentos,
sentimentos e
atitudes, ficam
arquivadas no
perispírito.
Como não é
possível apagar
esse filme ou
excluir esse
arquivo, os
efeitos retornam
sem a
intervenção de
nenhum tipo de
entidade que não
o próprio autor
da ação. E
quando as ações
produzem reações
em outras
criaturas, estas
podem reagir
sobre nós,
vingando-se, até
que a sintonia
seja desfeita
pela vontade dos
envolvidos por
meio do perdão.
A violação de
qualquer lei
traz
desequilíbrio.
Qualquer lei
pode ser violada
a qualquer hora
e momento.
Entretanto, os
resultados disso
interferem no
cotidiano do
agente, gerando
doenças ou
sensações de
sofrimento.
Causas de
doenças segundo
a ciência -
Quando nos
perguntamos
sobre por que
adoecemos, é
necessário
observar que
qualquer doença
necessita, para
surgir, de
vários fatores
que se conjugam,
ou seja,
tendências
inatas ou
predisposições,
educação,
cultura,
condições de
habitat, estado
emocional,
hábitos, vícios
e um estímulo
detonador. Como
exemplo,
analisemos uma
crise de rinite:
a predisposição
somada à
exposição de
agentes como
poeiras, odores,
fungos, ácaros,
mudanças
climáticas,
poluição são
fatores
suficientes para
sensibilizar o
nariz. Nesse
caso, limpar
livros antigos,
por exemplo,
pode ser o
estímulo
detonador da
crise de
espirros,
coriza, coceira
no nariz etc.
Causas de
doenças segundo
a
espiritualidade –
Esta aceita
todos os fatores
causais
preconizados
pela ciência com
o diferencial da
reencarnação. O
indivíduo é
herdeiro de suas
escolhas feitas
em outras vidas,
e sua
personalidade e
seus defeitos é
que fazem toda a
diferença.
Finalidade das
doenças segundo
a ciência –
A ciência vê a
doença como
probabilidade
ligada a fatores
externos ao
indivíduo.
Alguns
cientistas já
aceitam que
fatores como
temperamento,
por exemplo,
podem
influenciar em
seu surgimento,
embora não
admitam a
responsabilidade,
pois creem em
heranças
ancestrais como
fator principal
da continuidade
do modo de ser.
Tenta-se fugir
da
responsabilidade
que exige
mudanças,
mantendo o
estudo da doença
no físico,
centrado em
sofisticados
exames
laboratoriais.
Finalidade das
doenças segundo
a
espiritualidade
- Como
foi colocado por
Jesus,
“Bem-aventurados
os aflitos”
(Mateus, 5:5.),
a doença é um
motivador para a
reflexão. Uma
crise que
propicia
mudanças
redireciona
energias,
recicla
raciocínios,
comportamentos,
leva à
interpretação de
sentimentos e
sensações e,
além disso, à
interiorização.
A observação
mostra-nos que
pessoas
parecidas em
personalidade
costumam ter
doenças
semelhantes,
pois cada
característica
desarmônica
produz bloqueio
energético, que
irá se
manifestar no
órgão físico
correspondente,
desencadeando
doença.
A lei do
livre-arbítrio
aplica-se aos
seres dotados de
raciocínio
contínuo -
Pensamento e
vontade são
forças
energéticas, e
toda vez que o
ser humano
pensa, sente e
age emite
vibrações e,
automaticamente,
põe em ação
essas forças
sobre o meio,
recebendo seu
choque de
retorno cedo ou
tarde, quer
queira ou não,
quer acredite ou
não. O fator
psíquico não
anula a lei
física de ação e
reação, mas a
pessoa pode
diminuir o
choque de
retorno,
mudando, assim,
as condições
vibratórias,
promovendo um
reajuste de
pensar-sentir-agir.
Do ponto de
vista material,
a Lei de Ação e
Reação é de
efeito absoluto,
mas na esfera
mental-emocional
é de efeito
relativo. A cada
momento, o
indivíduo pode
atenuar o choque
de retorno,
gerando impulsos
e vibrações
contrárias às
ações
anteriores.
Exemplificando:
vibrações de
ódio podem ser
neutralizadas
por vibrações de
amor de igual
intensidade.
O simbolismo da
doença, segundo
a ciência, simboliza
apenas o
sofrimento; mas,
segundo a
espiritualidade,
vai-se mais
além. Cada tipo
de doença e o
lugar afetado
por ela são
recados claros
de desajustes em
andamento, como
autocabotagem,
carência
afetiva,
preocupação,
ansiedade,
medos, temores,
tristezas,
depressão,
frustração,
culpa, fuga etc.
Algumas
enfermidades
costumam se
repetir em
muitas pessoas.
Dessa foram,
cada um de nós
tem o dever de
se auto-observar
para progredir e
se curar, ativa
e
definitivamente.
A doença é
transformadora.
Ao mesmo tempo
em que mostra
defeitos de
caráter, ajuda a
corrigi-los.
Determinada
doença aponta a
intolerância
deste; outra, o
orgulho daquele;
outras ainda
mostram a
impaciência, a
irritabilidade,
a inveja, a ira,
a
suscetibilidade
etc.
A evolução ativa
e a reforma
íntima se
apresentam como
o único remédio
possível - A
pessoa
amadurecida
observa, reflete
e conclui que
viver é tarefa
fascinante de
autoconhecimento
e
auto-aprimoramento,
e procura
perceber isso e
executar tal
tarefa sem
interferir na
dos outros.
Busca harmonia e
conexão com o
todo; angaria
ajuda, mas não
cria dependência
dela; percebe
dificuldades e
obstáculos como
fases a serem
superados.
Aceita que
doenças e
sofrimentos
refletem
escolhas
inadequadas do
seu passado,
reunindo forças
e modificando-as
no presente.
Descobre o valor
do tempo e das
oportunidades
sem perdê-lo em
choros e
lamentações.
Sente-se
responsável pelo
próprio corpo,
respeitando-o no
combate aos
vícios e hábitos
danosos, na
busca de
longevidade sem
doenças, e pelo
meio ambiente do
qual é parte
integrante, bem
como pelo
próximo. Mas,
também, sente-se
feliz no final
do dia ao
constatar que
progrediu, sem
se desanimar com
as recaídas
quando submetida
a novas provas.
Diante disso,
reflete e
continua.
Como as mudanças
que se dispõe a
fazer estão
assentadas na
lei, ela não se
importa com o
que os outros
pensam a seu
respeito,
preocupando-se
com sua paz
interior.
Conhecedora dos
requisitos
mínimos para sua
transformação
íntima – saber
quem somos,
como agimos e
quais são nossas
intenções –, age
com
discernimento e
coragem,
definindo novos
objetivos e
traçando as
formas de
atingi-los.
Nesse contexto,
dispomos, ainda,
de dois recursos
valiosos: arrependimento
e perdão. O
perdão exige a
reparação dos
erros cometidos.
Para nós, é
ótimo, porque
evita as
obsessões e
novas quedas. O
perdão divino é
o esquecimento
temporário do
erro, nada mais,
para que
tenhamos as
condições ideais
de ressarcir
débitos
contraídos em
pretérito
remoto. Como a
justiça é
interativa, o
foro íntimo
registra, além
dos erros
próprios, os dos
outros que são
cometidos sob
nossa
influência.
Assim, perdoar
alguém em nome
de Deus é um
absurdo.
Concluindo a
nossa reflexão,
é interessante
destacarmos a
questão 466 de O
Livro dos
Espíritos. Kardec
pergunta aos
Espíritos
superiores por
qual razão Deus
permite que os
obsessores nos
induzam ao mal.
E os benfeitores
explicam: “Os
Espíritos
imperfeitos são
instrumentos
destinados a
experimentar a
fé e a
constância dos
homens na
prática do bem.
Como Espíritos,
deveis progredir na
ciência do
infinito, razão
porque passais
pelas provas do
mal, a fim de
chegardes ao
bem. Nossa
missão é a de
colocar-vos no
bom caminho, e
quando más
influências agem
sobre vós é que
as atrais, pelo
desejo do mal.
Os Espíritos
inferiores vêm
em vosso auxílio
no mal, sempre
que desejais
cometê-lo; e só
vós podeis
ajudar no mal
quando quereis o
mal. Então, se
vos inclinardes
para o
assassínio,
tereis uma nuvem
de Espíritos que
vos alimentarão
esse pendor.
Entretanto,
tereis outros
que procurarão
influenciar-vos
para o bem.
Assim se
restabelece o
equilíbrio e
ficais senhor de
vós mesmos”.
Referências:
COELHO, Rogério
– artigo
“Obsessão
Fisiológica”,
publicado pelo
Informativo
doutrinário da
Sociedade Muriaense de
Estudos
Espíritas – Ano
IX –
nº 99,
de abril de
2009.
CANHOTO,
Américo. “Saúde ou
Doenças – A
escolha é sua”.
Petit Editora.