TÂNIA REGINA
REATO
taniareato@hotmail.com
São João da Boa
Vista, SP
(Brasil) |
Crimes hediondos
Veremos nos
trechos abaixo,
extraídos das
obras de Kardec,
a confirmação da
urgente
necessidade da
aplicação das
lições de O
Evangelho
segundo o
Espiritismo
e de sua
propagação por
estar nele
contido a
solução para os
males que sofre
a humanidade.
Dentre eles
destacamos a
violência,
existente desde
remotas eras.
Temos hoje os
mesmos crimes
hediondos de
ontem.
Entenda-se não
somente os
crimes
divulgados pela
mídia, mas,
também, os
“camuflados”
pela sociedade
em geral.
“Ignorais que há
muitas ações que
são crimes aos
olhos de Deus de
pureza e que o
mundo sequer
conta falta
leve.”
Ao ler “Caridade
para os
criminosos”, nos
deparamos com
sérias
dificuldades de
acatar o sábio
conselho diante
dos crimes
hediondos
exibidos pela
mídia. Nem
sempre
encontrando
recursos
suficientes em
nosso íntimo
para exercê-la
na íntegra.
É o momento do
“buscai e
achareis”.
Poderemos achar
e obter esta
ajuda na prece e
nos
esclarecimentos
fornecidos pela
Doutrina
Espírita, em
especial no
E.S.E. Estes
ensinamentos nos
levam ao
entendimento das
leis que regem o
universo e a
devida educação
dos pensamentos
gerando a
educação dos
sentimentos.
Poderemos
avaliar a nossa
conduta mental
medindo a dose
de capacidade
que possuímos de
perdoar e
compreender. O
outro, ao
revelar-se pelos
atos cometidos,
revela ainda o
grau evolutivo
em que nos
encontramos e a
realidade viva
da agressividade
e descaso para
com a vida!
“Permite Deus
que vivam entre
vós grandes
criminosos para
que vos sirvam
de ensinamento.”
E mais, “No
vosso mundo
precisais do mal
para sentirdes o
bem; da noite
para admirardes
a luz; da doença
para apreciardes
a saúde...”
Face à mídia,
como divulgadora
de crimes
hediondos, nos
pondo a julgar,
a condenar e a
ditar penas aos
criminosos, sem
que paremos para
ouvir e analisar
nossos
pensamentos: não
raras vezes de
uma ferocidade
igual ou maior
que o próprio
delito
praticado. Temos
aí o Evangelho a
nos alertar “Oh,
não julgueis...
Não vos cabe
dizer de um
criminoso; um
miserável”;
“Não! Não é
assim que vos
compete falar.”
Valendo-nos das
lições: “Há
muitas moradas
na casa do Meu
Pai”, e segundo
as instruções
dos Espíritos
aprendemos que:
“Nos mundos mais
atrasados que a
Terra, os seres
são
rudimentares,
seus instintos
não têm a
abrandá-los
qualquer
SENTIMENTO de
delicadeza ou de
benevolência,
nem as noções do
justo e do
injusto. A força
bruta é entre
eles a única
lei. Carentes de
indústrias e de
invenções,
passam a vida na
conquista de
alimentos”.
Fácil supor o
grande
sofrimento que
aguardam os
criminosos, caso
não se
arrependam das
faltas cometidas
e se dirijam a
estes mundos
após o
desencarne. A
este respeito
Kardec nos fala
em consulta a um
Espírito: RE de
outubro de 1858,
sobre um crime
praticado por um
menino de doze
anos. Este
menino, tratado
como jovem H, ao
brincar com
cinco crianças,
entre quatro e
nove anos, as
convence a
entrar num baú.
Isso feito,
senta-se sobre o
baú até não mais
ouvir os gemidos
das crianças.
Abre, então, o
baú e as nota
ainda vivas;
fecha de novo o
baú e o tranca,
saindo em
seguida para o
jardim. É visto
por uma jovem
que por lá
passava. Após
darem pelo
sumiço das
crianças a jovem
denuncia o
rapaz, dizendo
tê-lo visto com
elas. O jovem H,
com isso,
confessa o crime
com a maior
frieza. Esta
notícia foi
publicada na
gazeta da cidade
de Silésia e
data de out/1857.
Kardec
interroga,
então, o
Espírito:
1 ”Ouviste o que
acabamos de
ler?”
R – Sim. Minha
pena exige que
eu ouça, ainda,
abominações da
Terra.
2. O que pode
levar uma
criança a
cometer tal
crime com essa
frieza?
R. A maldade não
tem idade...
3. Quando ela
existe na
criança não
denota a
encarnação de um
Espírito
inferior?
R. Ela, a
maldade, vem do
seu coração. É o
Espírito que o
domina e o leva
à perversidade.
4. Ele pertencia
à Terra ou a um
mundo mais
inferior?
R. Devia
pertencer a um
mundo bem
inferior à
Terra.
5. Nesta idade,
a criança tem
responsabilidade
do crime como
Espírito?
R. Ele tinha a
idade da
consciência.
6. Este Espírito
pode voltar ao
mundo em relação
à sua natureza?
R. A punição é
justamente
essa..., será
obrigado a
retornar para um
mundo da sua
natureza
espiritual.
7. Em que a
Terra é superior
ao mundo que
pertence o
Espírito que
falamos?
R. Nele há uma
fraca noção de
justiça; os
homens aí vivem
senão para a
satisfação de
suas paixões e
instintos.
8. Qual a
posição deste
Espírito em nova
existência?
R. Se o
arrependimento
vier, pelo menos
em parte, apagar
a gravidade de
suas faltas, ele
ficará na Terra;
se persistir
nisso, irá para
uma morada onde
o homem está a
nível do animal.
10. Assim, pode
ele expiar na
Terra sua falta,
sem retornar
para um mundo
inferior?
R. O
arrependimento é
sagrado aos
olhos de Deus;
porque é o homem
que JULGA A SI
MESMO, o que é
raro na Terra.
Assinalando este
fato verificamos
como o homem tem
avançado
precariamente no
aspecto moral em
relação ao
avanço das
ciências e
tecnologias,
visto a
repetição dos
crimes hediondos
praticados por
homens, mulheres
e crianças, em
todos os tempos.
Deduz-se daí o
quanto é
improdutivo
ficar a julgar
quem quer que
seja. Basta para
esse fim a
justiça das leis
terrenas e a
justiça de Deus.
Quando o
Evangelho nos
aconselha a orar
pelos criminosos
nos induz a usar
de caridade para
conosco mesmos.
O fato de nos
sentirmos
tocados por
sentimentos
traduzidos por
desejos de
vingança, de
justiça coroada
de violências,
ao sabor “do
olho por olho e
dente por
dente”,
revelamos o que
vai à nossa
alma. Temos aí a
necessidade de
despojá-la
destes, a fim de
serem banidos de
nosso coração,
já que a
vibração
despendida em
razão destes
pensamentos nos
coloca no mesmo
padrão
vibratório dos
autores dos
crimes,
alimentando com
fluidos nocivos
a atmosfera
física e
terrena, pelos
quais
responderemos!
Não devem ser
usados para
apontarmos a
“trave no olho
dos outros” e
sim para nos
servirmos deles
para autoanálise
e correção! “O
juízo que
proferirdes
ainda mais
severamente vos
será aplicado e
precisais de
indulgência para
os pecados que
sem cessar
incorreis.”
Devemos avaliar,
com coragem, o
tipo de
sentimento
impresso em
nosso íntimo e a
partir daí
trabalhemos para
modificá-los.
Oremos pelos
criminosos,
pois,
imperfeitos e
filhos de Deus,
como nós,
precisam mais de
educação
sentimental e
moral cristã do
que condenação,
portanto, dignos
de nossa
piedade.
Confiemos nas
promessas
contidas no
Evangelho que
nos diz: “estão
próximos os
tempos que nesse
planeta reinará
a grande
fraternidade,
onde os homens
obedecerão à lei
do Cristo que
será freio e
esperança e
conduzirá as
almas às moradas
ditosas.
Amai-vos como
filhos do mesmo
Pai...”
Assim, finalizo
com as palavras
de Emmanuel:
“Educa a
Inteligência e
atingirás a
Sabedoria. Educa
a Palavra e
colherás
Cooperação.
Educa o
Pensamento e
conquistarás a
Ti mesmo.
Amigos, o
Espiritismo,
sobretudo, é
obra de
Educação.
Façamos da
Educação com o
Cristo o culto
de nossa vida
para que a nossa
vida possa
educar-se e
educar com o
Senhor, hoje e
sempre”.
Referências:
O
Evangelho
segundo o
Espiritismo.
Capítulo III,
item 8; e
capítulo XI,
item 14.
Revista Espírita,
outubro de 1858.