WEB

BUSCA NO SITE

Edição Atual
Capa desta edição
Edições Anteriores
Adicionar
aos Favoritos
Defina como sua Página Inicial
Biblioteca Virtual
 
Biografias
 
Filmes
Livros Espíritas em Português Libros Espíritas en Español  Spiritist Books in English    
Mensagens na voz
de Chico Xavier
Programação da
TV Espírita on-line
Rádio Espírita
On-line
Jornal
O Imortal
Estudos
Espíritas
Vocabulário
Espírita
Efemérides
do Espiritismo
Esperanto
sem mestre
Divaldo Franco
Site oficial
Raul Teixeira
Site oficial
Conselho
Espírita
Internacional
Federação
Espírita
Brasileira
Federação
Espírita
do Paraná
Associação de
Magistrados
Espíritas
Associação
Médico-Espírita
do Brasil
Associação de
Psicólogos
Espíritas
Cruzada dos
Militares
Espíritas
Outros
Links de sites
Espíritas
Esclareça
suas dúvidas
Quem somos
Fale Conosco
 
Crônicas e Artigos
Ano 3 - N° 128 – 11 de Outubro de 2009

VINÍCIUS LOUSADA
vlousada@hotmail.com
Porto Alegre, Rio Grande do Sul (Brasil)
 
 

Vivendo na compaixão

“Temei conservar-vos indiferentes, quando puderdes ser úteis.” (1)


Em geral, fechamo-nos numa vidinha medíocre. Ocupamo-nos em conquistar a satisfação dos sentidos físicos e até procuramos na relação afetiva alguém que nos sirva aos anseios pessoais.  

Lutamos por títulos, dinheiro, reconhecimento social e, não raramente, ostentamos uma rotina religiosa aliada à barganha com o sagrado. 

Depositamos a felicidade na ilusão e, com a atenção ludibriada e absorta no que é efêmero, permanecemos com a mente alienada a respeito da realidade em derredor e ao propósito que nos cabe diante dela.  

Assim, experimentamos uma certa apatia em relação ao bem que podemos edificar porque nos encarceramos na concha do egocentrismo infeliz. 

Ficamos absorvidos por quinquilharias, nada obstante, uma simples observação da dinâmica da existência permitiria a qualquer um identificar seu aspecto transitório provocando-lhe, por conseguinte, um estado de inteligente desilusão para com a “adoração” às coisas materiais. 

Ensinam os Espíritos que a virtude da nossa geração é a atividade intelectual; seu vício é a indiferença moral (2); convocando-nos à observância do seguinte fato: a grande maioria dos terrícolas vive para si, desconhecendo a dor que campeia nas diversas paragens do planeta, formando correntezas de lágrimas em que estamos todos envolvidos. 

Não somos ilhas isoladas umas das outras. Não consistimos em conchas fechadas, estamos mergulhados em regime de interdependência de uns para com os outros, da mesma forma que nossas palavras, pensamentos e ações estão em complexa imbricação com os acontecimentos, com nosso estado de saúde ou doença e vice-versa.  

O que deliberamos fazer de nós mesmos reflete-se na coletividade, no ambiente e no cosmo. O que acontece na sociedade, no globo terrestre e em toda a Criação tem a ver conosco.   

O nosso pensamento, por exemplo, influencia e é influenciável. Ele se propaga, via fluido cósmico universal, alcançando outras mentes que sintonizam com a sua natureza, vindo a ser promovida, dessa forma, extensa rede de sintonia. Do mesmo modo, captamos pensamentos alheios que viajam pelo universo, tendo ressonância em nossa intimidade segundo as escolhas e preferências que instituímos no roteiro existencial que trilhamos.  

Considerando que tudo está ligado a tudo e todos os seres estão conectados entre si, verdadeiramente, o sofrimento do próximo é o nosso sofrimento, e a felicidade do próximo é a nossa própria felicidade. 

Mas, para vivermos conscientemente esta verdade universal, atendendo ao chamado que confere sentido elevado à nossa participação no mundo, precisamos transcender a nós mesmos, inundando o coração de compaixão.  

O princípio de compaixão consiste numa aquisição moral do Espírito que só logra ser desenvolvido pelo seu exercício.  

Um caminho para a educação dessa abertura das comportas da alma ao sofrimento do outro ser está na prática meditativa de olharmos para todos os seres da vida com olhos de compaixão. 

Olhar com compaixão exige um refinamento da leitura de nós mesmos e dos demais, uma aliança entre o discernimento pautado na compreensão da Lei Natural e o sentimento de fraternidade que nos religa a todas as criaturas, reconhecendo-as como irmãos e filhos de Deus, portadores da vocação de se tornarem, um dia, Espíritos Puros.  

Num primeiro momento nos conscientizamos da infelicidade alheia, sentindo o pesar por ela despertado.  

A seguir, somos cativados de tal forma pelo sofrimento do próximo que nos reconhecemos impelidos a fazer algo visando a transformar a sua situação desditosa, contribuindo com seu processo evolutivo. 

Assim, compaixão e responsabilidade andam de mãos dadas, porque sentir compaixão não basta a quem tem por modelo ético Jesus.  

É fundamental que a corporifiquemos na ação lúcida em favor da libertação daquele que sofre, indo ao seu encontro, descobrindo maneiras de ajudá-lo a identificar e remover as causas das suas dores, no sentido de romper efetivamente com o ciclo vicioso de amarguras a que tem estado algemado. 

Quem experimenta a compaixão não julga, não doutrina, nem assume os deveres do outro, mas responsabiliza-se por ele e sua felicidade, cercando-o de amorosidade e cuidado.  

Na sua atitude perante os infortunados que identifica, passa a “ter por única ocupação tornar feliz os outros!” (3) 

Imerso nesse sentimento, o Espírito está em contínuo diálogo com os seres que padecem e, sem se deixar afetar em demasiado, coloca a caridade como diretriz orientadora de sua práxis junto deles. 

O ser compassivo cresce em altruísmo – vencendo as investidas do ego na proporção em que se entrega ao prazer de servir – avançando na senda do progresso espiritual a passos seguros. 

Viver na compaixão resume-se em permanecer impregnado pelo amor cristão, acordado ao entendimento de que “amor é devotamento; devotamento é o olvido de si mesmo; essa abnegação em favor dos desgraçados é a virtude por excelência, a que em toda a sua vida praticou o divino Messias e ensinou na sua doutrina tão santa e tão sublime”. (4) 

 

Referências:

(1) KARDEC, Allan. O Evangelho segundo o Espiritismo. 124. ed. Rio de Janeiro: Federação Espírita Brasileira, 2004, pág. 265.

(2) KARDEC, Allan. O Evangelho segundo o Espiritismo. 124. ed. Rio de Janeiro: Federação Espírita Brasileira, 2004, pág. 187.

(3) KARDEC, Allan. O Evangelho segundo o Espiritismo. 124. ed. Rio de Janeiro: Federação Espírita Brasileira, 2004, pág. 255.

(4) KARDEC, Allan. O Evangelho segundo o Espiritismo. 124. ed. Rio de Janeiro: Federação Espírita Brasileira, 2004, pág. 264.


 


 


Voltar à página anterior


O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita