ALTAMIRANDO
CARNEIRO
alta_carneiro@uol.com.br
São Paulo, SP
(Brasil)
O
progresso moral
Há 40 anos, o homem
pisou na Lua, dando
início a eventos
posteriores que
evidenciaram o
progresso da Ciência, no
campo das descobertas
espaciais.
Porém, há que se
observar o atraso moral
do homem, apesar de todo
o progresso material
realizado. Observa-se
que o progresso material
marcha na
frente, ao passo que a
moral vai sempre
marchando atrás.
Uma das
consequências desse
atraso é a violência que
campeia no dia-a-dia.
Em O
Livro dos
Espíritos, questão
742, as Entidades
venerandas respondem à
pergunta de Allan
Kardec:
“Qual a causa que leva o
homem à guerra?”
A resposta se aplica não
apenas à guerra, mas a
todo o tipo de
violência:
“Predominância da
natureza animal sobre a
espiritual e satisfação
das paixões. No estado
de barbárie, os povos só
conhecem o direito do
mais forte, e é por isso
que a guerra, para eles,
é um estado normal. À
medida que o homem
progride, ela se torna
menos frequente, porque
ele evita as suas
causas, e quando ela se
faz necessária ele sabe
adicionar-lhe
humanidade”.
Mais adiante, na questão
754, os Espíritos
explicam que o senso
moral, mesmo quando não
está desenvolvido, não
está ausente, “porque
ele existe, em
princípio, em todos os
homens; é esse senso
moral que os transforma
mais tarde em seres bons
e humanos. Ele existe no
selvagem como o
princípio do aroma no
botão de rosa de uma
flor que ainda não se
abriu”.
Na questão 755, Kardec
faz uma pergunta-chave,
que complementa
maravilhosamente o
assunto:
“Como se explica que nas
civilizações mais
adiantadas existam
criaturas às vezes tão
cruéis como os
selvagens?”
A resposta: “Da mesma
maneira que numa árvore
carregada de bons frutos
existem temporãos. Elas
são, se quiseres,
selvagens que só têm da
civilização a aparência,
lobos extraviados em
meio de cordeiros. Os
Espíritos de uma ordem
inferior, muito
atrasados, podem
encarnar-se entre homens
adiantados com a
esperança de também se
adiantarem; mas, se a
prova for muito pesada,
a natureza primitiva
reage”.
Este é um raciocínio
lógico, quando
compreendemos a bênção
da reencarnação. Como se
vê na explicação dos
Espíritos (questão 756):
“A Humanidade progride.
Esses homens dominados
pelo instinto do mal,
que se encontram
deslocados entre os
homens de bem,
desaparecerão pouco a
pouco como o mau grão é
separado do bom quando
joeirado. Mas renascerão
com outro invólucro.
Então, com mais
experiência,
compreenderão melhor o
bem e o mal. Tens um
exemplo nas plantas e
nos animais que o homem
aprendeu como
aperfeiçoar,
desenvolvendo-lhes
qualidades novas. Pois
bem: é só depois de
muitas gerações que o
aperfeiçoamento se torna
mais completo. Esta é a
imagem das diversas
existências do homem”.
É assim que os Espíritos
evoluem, lentamente,
encarnando e
desencarnando nos
diversos mundos
(primitivos, de expiação
e provas – a condição
atual da Terra – de
regeneração, ditosos,
celestes ou divinos) até
chegarem, depois de
muitos séculos, à morada
dos bem-aventurados,
onde exclusivamente
reina o bem e tudo é
movido por ambições
nobres e todos os
sentimentos são
elevados, engrandecidos
e purificados.