ANGÉLICA
REIS
a_reis_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná
(Brasil)
A Evolução Anímica
Gabriel
Delanne
(Parte
12)
Damos continuidade nesta edição
ao
estudo do clássico A
Evolução Anímica,
que será aqui estudado
em 17 partes.
A fonte do estudo é a
8ª edição do livro,
baseada em tradução de
Manoel Quintão publicada pela Federação
Espírita Brasileira.
Questões preliminares
A. No sonambulismo o
esquecimento do que nele
ocorre é regra geral?
Sim. O paciente no
estado de vigília não se
recorda do que se passou
no estado sonambúlico.
Esse fato foi verificado
por vários
experimentadores e
assistentes, embora, a
rigor, o esquecimento
não constitua regra
absoluta. Pode ser que,
sendo breve o transe, o
paciente desperto se
recorde de uns tantos
episódios sonambúlicos.
Mas, seja como for, o
esquecimento constitui a
regra geral.
(A Evolução Anímica,
pág. 172.)
B. Por que nos é
impossível recordar as
existências anteriores?
O motivo disso é que o
perispírito, conjugado à
força vital, tomou ao
encarnar um movimento
vibratório bastante
fraco para que o mínimo
de intensidade
necessário à renovação
de suas lembranças possa
ser atingido. Para que
isso ocorra, é preciso
que o ser encarnado se
separe do corpo físico,
isto é, que este morra.
Nesse caso, o
perispírito passa a
irradiar com sua
tonalidade vibratória
natural e a memória pode
abranger o panorama
imenso das pregressas
existências.
(Obra citada, pp. 175 e
176.)
C. Foi por indução que
se admitiu a conservação
indefinida no
perispírito de todas as
sensações e atos de
nossa vida?
Não. Foi a experiência
que o comprovou.
Depoimentos diversos de
criaturas afogadas e
salvas in extremis
são concordes quanto ao
fato de terem visto
desdobrar-se em sucessão
progressiva os mais
insignificantes
incidentes de sua
existência, com
pormenores bastante
nítidos, formando um
panorama completo dessa
existência. Todas as
comunicações
concernentes à passagem
da alma para a vida
espiritual estabelecem
que, no momento da
morte, se dá uma
revivescência dos
acontecimentos da
existência terrena, como
Kardec ensina em “O Céu
e o Inferno”.
(Obra citada, pp. 176 e
177.)
Texto para leitura
122. A modificação dos
centros nervosos
determina uma alteração
correspondente no estado
perispiritual. Se o
paciente se apresenta
deprimido, o estado
hipnótico
proporciona-lhe as
faculdades intelectuais
que teria na vida comum,
se a enfermidade não
entorpecesse o seu
funcionamento. É o que
Pierre Janet verificou
nos seus pacientes
Lúcia, Rosa ou Leonina,
que se mostravam mais
inteligentes no sono do
que quando acordadas. A
conclusão é óbvia:
quanto menos preso ao
corpo estiver o
Espírito, mais as suas
faculdades independerão
das condições materiais
para se manifestarem, e
de feição superior às
que revela no estado
comum. (Págs. 170 e
171)
123. Duas proposições
resumem as principais
modificações da memória
no caso do sonambulismo
provocado: 1a.
– o paciente no estado
de vigília não se
recorda do que se passou
no estado sonambúlico; 2a.
– uma vez sonambulizado,
ele se recorda não só
dos seus estados
sonambúlicos transatos,
como dos pertinentes ao
estado de vigília. A
exatidão da primeira
proposição pôde ser
verificada por todos os
experimentadores e
assistentes, embora, a
rigor, o esquecimento
não constitua regra
absoluta. Pode dar-se
então que, sendo breve o
transe, o paciente
desperto se recorde de
uns tantos episódios
sonambúlicos. Seja como
for, o esquecimento
constitui a regra geral.
(Pág. 172)
124. Por muito tempo se
acreditou que havia uma
única espécie de
sonambulismo. A escola
de Salpêtrière
demonstrou, porém, que
podem distinguir-se no
estado hipnótico três
fases: a letárgica, a
cataléptica e a
sonambúlica, cada qual
assinalada por
caracteres físicos
próprios e uma mnemônica
peculiar. (Pág. 173)
125. O coronel de
Rochas, no seu livro “As
Forças Não Definidas”,
distingue quatro
estados: de credulidade,
de catalepsia, de
sonambulismo e de
relação, todos eles
separados por uma fase
letárgica e
caracterizando-se por
uma lembrança peculiar.
O caso Lúcia, referido
por Pierre Janet,
ilustra bem esses
estados. Lúcia 3
lembrava-se
perfeitamente da sua
existência normal, bem
como dos estados
sonambúlicos provocados
anteriormente e de tudo
quanto Lúcia 2 houvera
dito, enquanto Lúcia 2
não podia dizer o que se
passara com Lúcia 3.
(Págs. 174 e 175)
126. Conclusão de
Delanne: As modificações
produzidas pela vontade
do operador sobre o
perispírito do paciente
resultam na formação de
várias zonas ou camadas
perispirituais, cada
qual caracterizada por
um movimento vibratório
especial, à medida que a
ação se prolongue. A
alma registra em cada
uma dessas camadas
fluídicas as sensações
percebidas nesse estado.
Como o último estado é
superior ao antecedente,
em movimento vibratório,
poderá conhecer a todos
eles. Cessada a ação
magnética, a vibração
nervosa e perispiritual
diminui, uma zona
mergulha no inconsciente
e sucessivamente outra e
outra, até que se
reintegre no estado
normal. Sempre que uma
causa qualquer acarrete
um estado vibratório já
produzido, as lembranças
desse estado
reaparecerão, assim como
as das zonas menos
vibrantes, obnubilando a
memória dos estados
superiores. (Pág.
175)
127. Esquecimento de
existências passadas
– Pode-se compreender,
assim, a impossibilidade
de recordar as
existências anteriores,
visto que o perispírito,
conjugado à força vital,
tomou ao encarnar um
movimento vibratório
assaz fraco para que o
mínimo de intensidade
necessário à renovação
de suas lembranças possa
ser atingido. (Pág.
175)
128. Para que isso
ocorra, é preciso que o
ser encarnado se separe
do corpo físico, isto é,
que este morra. Nesse
caso, retoma ele a sua
vida própria, o
perispírito passa a
irradiar com a sua
tonalidade vibratória
natural e a memória pode
abranger o panorama
imenso das pregressas
existências. O poder de
evocação do passado
depende da elevação do
Espírito, uma vez que a
potência vibratória do
perispírito é sempre
proporcional ao
progresso moral e
intelectual do ser.
(Pág. 176)
129. Entre os encarnados
é possível desdobrar a
memória do sonâmbulo
atuando sobre ele pela
vontade. Na vida
espiritual, os Espíritos
superiores têm a mesma
prerrogativa e podem,
para a melhora de um
Espírito atrasado,
despertar nele
temporariamente a
lembrança de suas
existências anteriores,
atuando sobre o seu
invólucro perispiritual.
(Pág. 176)
130. Não é por indução –
lembra Delanne – que se
admite a conservação
indefinida no
perispírito de todas as
sensações e atos de
nossa vida. É a
experiência que no-lo
prova. Há depoimentos
diversos de criaturas
afogadas e salvas in
extremis
perfeitamente concordes
quanto ao fato de terem
visto desdobrar-se em
sucessão progressiva os
mais insignificantes
incidentes de sua
existência, não como
simples esboço, mas com
pormenores bastante
nítidos, formando um
panorama completo dessa
existência, mesmo porque
todo ato era acompanhado
de um sentimento de bem
ou de mal-estar. Todas
as comunicações
concernentes à passagem
da alma para a vida
espiritual estabelecem
que, no momento da
morte, se dá uma
revivescência dos
acontecimentos da
existência terrena, como
Kardec ensina em “O Céu
e o Inferno”. (Págs.
176 e 177)
131. Se colocarmos um
paciente, por meio da
sugestão, nas condições
de determinada época,
veremos que lhe renascem
os acontecimentos
passados, suscitados por
associações de ideias
formadas nessa época e
que vivem eternamente
conosco, ainda quando
pareçam desaparecidas
para sempre nas brumas
do esquecimento. Nessas
condições, ao reviver
nele uma época do seu
passado, a lembrança do
eu atual se lhe
desvanece, assim como
todos os conhecimentos
adquiridos
posteriormente à data
fixada pela sugestão.
Verifica-se, pois, uma
separação entre o estado
atual e o estado
sugerido. (Pág. 178)
132. Para levar o
paciente a uma fase
anterior de sua
existência, os srs.
Bourru e Burot
socorreram-se de dois
processos: um,
simplíssimo, consiste em
sugestionar o paciente,
persuadindo-o de que ele
vive em tal idade, ou de
que nos encontramos no
ano tal; o segundo, mais
complexo, é a invocação
direta de um estado
psicológico antigo, em
data determinada. Uma
vez emergente, esse
estado suscita, por
associação de ideias,
toda uma série de
fenômenos coetâneos.
Delanne relata o caso
Joana R..., levada à
regressão da memória
pelos srs. Bourru e
Burot. (Pág. 178 a
180)
(Continua no próximo
número.)