JOSÉ ARGEMIRO DA
SILVEIRA
joseargemirosilveira@gmail.com
Ribeirão Preto,
São Paulo (Brasil)
A
Justiça Divina
“Com a medida
com que medirdes
sereis medidos.”
(Mateus, 7:1.)
Encontramos nos
ensinamentos de
Jesus muitas
passagens onde
fica bem claro o
esclarecimento
sobre a lei de
causa e efeito.
“Todo o que
comete pecado é
escravo do
pecado” (João,
8:34). “Todos os
que tomarem
espada, morrerão
à espada” (Mt.
26:52). “Se
perdoarmos as
ofensas
recebidas, Deus
igualmente
perdoará nossos
pecados” (Mt.
6:14-15). “O que
quereis que vos
façam os homens,
isso mesmo fazei
vós a eles” (Lc.
6:31).
A humanidade
poderia estar em
melhor situação,
mais evoluída
espiritualmente,
se esses ensinos
tivessem sido
compreendidos e
praticados. As
pessoas se
tornariam mais
responsáveis,
mais honestas,
mais cumpridoras
dos seus deveres.
Entretanto, isto
não ocorreu. A
compreensão da
lei de causa e
efeito, ou ação
e reação, nos
faz sentir que
somos os
construtores dos
nossos destinos,
e que, portanto,
cabe a cada um
trabalhar para
melhorar o seu
futuro. A lei
funciona sempre
como as leis que
disciplinam os
fatos materiais:
lei de gravidade,
de astronomia,
de biologia etc.
Tudo o que
fazemos, por
atos, palavras e
pensamentos,
produz um
resultado
correspondente.
Para se
compreender bem
o mecanismo da
lei de ação e
reação é
necessário
admitir a
pré-existência
da alma, ou
seja, a vida do
Espírito antes
da existência
física atual. Só
na existência
atual,
efetivamente,
não há como
entender o
princípio de
causa e efeito.
Se admitirmos
que todos
partimos de um
mesmo ponto,
criados iguais
por Deus, sem
conhecimento,
sem
desenvolvimento,
mas com um
potencial, com
capacidades a
serem
desenvolvidas,
tudo fica
compreensível.
Se pela criação
se conhece o
Criador – tal
como pela obra
se conhece o
artífice –, a
reencarnação é
um pressuposto
indispensável
para aceitarmos
a bondade e a
justiça do
Supremo Pai.
Ora, um pai
trata igualmente
os seus filhos.
E o Pai não
criaria alguns
filhos dotados
de grande
inteligência,
enquanto outros
arrastam a
tragédia da
debilidade
mental ou da
idiotia. Um pai
ama igualmente
os seus filhos.
E o Pai não
daria vitalidade
e saúde para
uns, e
deformidade e
doença para
outros. Deus não
pode ser
injusto. Não
podemos imaginar
um Deus que
protege alguns
de seus filhos
em detrimento de
outros. Deus não
pode ser
injusto. Não se
pode admitir que
o Criador
distribua flores
aos filhos que
abençoa e
espinhos aos que
deserda. Quem
pensa isto não
conhece a lição
luminosa de
Jesus, ou, se a
conhece,
distorceu-a até
os limites do
absurdo. Afirmou
o Mestre: “Qual
dentre vós é o
homem que,
pedindo-lhe pão
o seu filho, lhe
dará uma pedra?
E, pedindo-lhe
peixe lhe dará
uma serpente? Se
vós, pois, sendo
maus, sabeis dar
boas coisas aos
vossos filhos,
quanto mais
vosso Pai, que
está nos céus,
dará coisas boas
aos que as
pedirem! (Mt.
7:9-11.)
Se admitirmos
que todos
partimos do
mesmo ponto, em
igualdade de
condições, com
um potencial a
desenvolver,
compreenderemos
que devemos ser
bons e evitar
ser maus por
causa da nossa
própria
realização e
aperfeiçoamento.
O Pai nos dá
tarefas, as
condições
adequadas, para
desenvolvermos
as faculdades,
atualizar as
potencialidades.
Cabe a cada um
apressar o seu
progresso, e
consequentemente
a conquista da
felicidade.
As diferenças
individuais se
referem ao grau
evolutivo de
cada um. Ou
porque já
viveram mais, ou
porque
aproveitaram
melhor o tempo,
já cresceram
mais em
conhecimento e
virtudes. Daí os
predicados que
parecem
beneficiar uns
em detrimento de
outros, mas a
injustiça é
aparente. Ocorre
porque só vemos
o presente. Na
verdade, cada um
constrói o seu
destino. O
presente é
resultado do
passado, assim
como no dia de
hoje estamos
construindo o
amanhã. A cada
um segundo suas
obras como
ensinou Jesus.
Huberto Rohden,
filósofo e sábio
brasileiro, foi
sacerdote
durante cerca de
30 anos. Depois
deixou a Igreja,
tornando-se um
pensador
independente.
Ele escreveu: “o
homem
medianamente
sensato não se
tornará melhor
por promessa de
prêmio, ou
ameaça de
castigo póstumo,
por dois motivos:
1º) porque os
mais sensatos
não acreditam no
céu ou no
inferno da
teologia; 2º)
porque os
crentes nesses
lugares póstumos
sabem, de acordo
com as próprias
teologias, que
bastam 5 minutos
de
arrependimento
ou confissão
para cancelar 50
anos de crimes e
maldades.
Ninguém se
sujeitaria a
meio século de
vida honesta, em
vez de alcançar
um céu eterno em
5 minutos”.
Se na infância e
na adolescência
da humanidade o
homem preferiu
se iludir com
teorias que lhe
acenavam com
conquista da
“salvação”
rapidamente, de
maneira até
bastante fácil,
hoje que já
crescemos um
pouco mais, que
nos achamos
amadurecidos, é
tempo de
encararmos a
realidade.
Estudar, meditar
e procurar
compreender os
ensinos do
Mestre Jesus,
empenhando-nos
para afeiçoarmos
nossas vidas a
eles, única
maneira de
realizarmos
nossa evolução
espiritual.
Edificar o
“Reino de Deus”
em nós, como
disse o Mestre.