– Que é que
falta para
que os
descendentes
da raça
negra possam
ter os
mesmos
direitos e a
mesma
participação
que os
brancos
desfrutam em
nossa
sociedade
atual?
Raul
Teixeira:
Creio que,
enquanto
estivermos
dando um
excessivo
valor às
diferenças
raciais, a
tendência
será a
perpetuação
dos
desregramentos
emocionais
vigentes, à
semelhança
das
violências
entre
estouvados
que torcem
por times
diferentes,
admitindo
que o seu
seja sempre
o melhor. Os
descendentes
da raça
negra,
devidamente
conscientizados
pelo lar,
pela escola,
de que no
Brasil a
legislação
não sustenta
qualquer
tipo de
racismo, e
aprendendo
que não
deverá
valorizar
qualquer
racismo
individualista
ou grupal,
mas que
deverá
pautar sua
vida na
dignidade,
no trabalho
nobre, na
participação
consciente e
ativa nos
variados
episódios e
segmentos da
sociedade,
estará
laborando
para que
seja
respeitado
como ser
humano,
independente
da sua raça.
O
entendimento
e o respeito
às Leis de
Deus, que
regem a vida
das
criaturas da
Terra, em
muito
clarificará
entendimentos
para que não
nos
atropelemos,
gerando ou
mantendo
qualquer
nível de
preconceito.
A educação
cristã, o
entendimento
espírita,
acerca da
reencarnação,
a firmeza de
propósitos
no bem,
enquanto na
convivência
social,
certamente é
o de que
carecemos
para
desmantelar
as
edificações
extraoficiais
do racismo,
do
preconceito
e seus
sequazes.
Hoje,
infelizmente,
saímos de um
contexto de
escravidão
física dos
homens de
epiderme
negra, para
vermos toda
a Terra,
brancos,
negros e
outras
raças,
chafurdada
no mais
tremendo
processo de
escravidão
que podemos
conhecer: a
escravidão
da alma aos
vícios e
desequilíbrios,
o que
constitui a
escravidão
moral.
Unamo-nos,
todos, de
todas as
raças, para
conjurar
esse flagelo
terrível,
sob a luz
das lições
do nosso
Mestre
Jesus, com a
bússola que
nos enseja a
Doutrina
Espírita.
Extraído de
entrevista
publicada
pelo jornal
O Imortal
na edição de
maio de
1988.