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Estudando a série André Luiz
Ano 3 - N° 136 – 6 de Dezembro de 2009

MARCELO BORELA DE OLIVEIRA
mbo_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)  
 

Entre a Terra e o Céu

André Luiz

(Parte 13)

Continuamos a apresentar o estudo da obra Entre a Terra e o Céu, de André Luiz, psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier e publicada em 1954 pela Federação Espírita Brasileira.

Questões preliminares

A. Quem era Lina Flores, pivô do suicídio de Júlio?

Lina Flores era descendente de uma das famílias de Mato Grosso aprisionadas pelos paraguaios, na invasão de dezembro de 1864. Esteves a conheceu em casa de respeitável família que a adotara por filha. Em janeiro de 1869, com apoio do Marquês de Caxias, aproveitando um momento de trégua, eles se casaram. (Entre a Terra e o Céu, cap. XVII, pp. 106 a 108.) 

B. Que motivo levou Júlio ao suicídio?

Depois de haver traído Esteves, que era seu esposo, passando então a viver com Júlio, Lina igualmente traiu a confiança deste que, de volta a casa, encontrou-a certo dia nos braços de Armando. "Menos forte que eu mesmo – informou Esteves –, Júlio esqueceu-se do revés com que me dilacerara, semanas antes, e, cego de absorvente afeição, ingeriu grande dose de corrosivo... Socorrido a tempo, na caserna, conseguiu sobreviver, mas, incapaz de suportar os males corpóreos decorrentes da intoxicação, depois de alguns dias embebedou-se deliberadamente e arrojou-se às águas do Paraguai, aniquilando-se, enfim..." (Obra citada, cap. XVII, pp. 109 e 110.) 

C. Que ligação havia entre Esteves, Júlio e Armando?

Eles eram amigos inseparáveis na caserna. Pouco tempo depois do casamento de Esteves e Lina, os dois amigos foram pela primeira vez em visita ao lar de Esteves. Colocados à frente de Lina, ambos se sentiram, porém, incompreensivelmente ligados àquela jovem bela e simples, cuja presença exerceu sobre os dois intraduzível atração. Júlio foi tomado por surda paixão, enquanto Armando, em respeito a Esteves, tentou retrair-se. Júlio insinuou-se junto à recém-casada, cobrindo-a de gentilezas, e Lina acabou envolvendo-se nas atenções do rapaz, fazendo-lhe concessões. "Recordo-me do dia em que Esteves me procurou, desolado, comentando o golpe que recebera...", relatou Amaro. (Obra citada, cap. XVIII, pp. 111 e 112.) 

Texto para leitura

48. O caso Esteves - Clarêncio, ajudando Mário Silva a firmar-se de novo sobre os pés, perguntou-lhe: "Por que razão te afeiçoaste à can­tora, com tamanho desvario? Por que não atendeste aos avisos da cons­ciência, que, decerto, te rogava não despertasses o ódio naquele que te aniquilaria o corpo físico?" Apresentando a expressão de um louco, Mário desferiu uma gargalhada e, com a ajuda do Ministro, que lhe afa­gava a cabeça para reavivar-lhe a memória, relatou que saíra de Assun­ção com o espírito irremediavelmente desiludido, ao ser traído e des­prezado por Lina Flores, sua amiga e esposa, sua esperança e razão de ser. Lina, que era descendente de uma das famílias de Mato Grosso aprisio­nadas pelo inimigo, na invasão de dezembro de 1864, fora conhe­cida por ele em casa de respeitável família que a adotara por filha. O período de namoro fora um sonho... "Ah! quando lhe fitava os olhos claros e doces, sentia-me transportado a céus imensos...", relembrou o enfer­meiro, cujo nome, na época, era Esteves. Em janeiro de 1869, com apoio do Marquês de Caxias, aproveitando um momento de trégua, eles se casa­ram. Viviam então tranquilos, como duas aves entrelaçadas no mesmo ninho, até que a apresentou a seus companheiros Armando e Júlio. Lina e eles se fizeram íntimos em pouco tempo. Toda folga eles a passavam em sua casa, como verdadeiros amigos, unidos por sincera confiança. Um dia, porém, de retorno a casa, Esteves encontrou Lina e Júlio abraça­dos um ao outro, como se o tálamo conjugal lhes pertencesse. Não que­rendo acreditar no que via, interpelou a mulher amada, mas Lina ati­rou-lhe no rosto o mais frio desprezo, afirmando rudemente que não po­dia amá-lo, senão como irmã que se compadecesse de um companheiro ne­cessitado. O casamento fora feito simplesmente para fugir às humi­lhações que experimentava numa terra estrangeira... Envergonhado, Es­teves saiu de Assunção, mas era então uma pessoa diferente. A segu­rança do caráter que cultivara, brioso, fora abalada nos alicerces. Viciou-se, con­fiou-se ao álcool e ao jogo. De militar responsável, desceu à condição de aventureiro infeliz. Foi nesse estado que en­controu Lola e Leo­nardo, não hesitando em exterminar-lhes a felici­dade. (Cap. XVII, págs. 106 a 108) 

49. Armando surge em cena - O Ministro, aproveitando uma pausa feita por Mário Silva, indagou-lhe se nunca mais havia recebido notícias de Lina. Exibindo sarcástico sorriso, Mário informou que três meses de­pois de sua saída do lar, Lina igualmente traíra a confiança de Júlio, que, de volta a casa, encontrou-a certo dia nos braços de Armando. "Menos forte que eu mesmo" – informou o enfermeiro, – Júlio esque­ceu-se do revés com que me dilacerara, semanas antes, e, cego de ab­sorvente afeição, ingeriu grande dose de corrosivo... Socorrido a tempo, na caserna, conseguiu sobreviver, mas, incapaz de suportar os males corpóreos decorrentes da intoxicação, depois de alguns dias em­bebedou-se deliberadamente e arrojou-se às águas do Paraguai, aniqui­lando-se, enfim..." Nada mais soubera acerca de Lina e Armando... "Sou um poço de fel. Não posso modificar-me... Haverá paz sem justiça e ha­verá justiça sem vingança?", indagou aquele que fora Esteves. Cla­rêncio, com sua voz calma, considerou, generoso: "É necessário esque­cer o mal, meu amigo. Sem aquela atitude de perdão, recomendada pelo Cristo, seremos viajores perdidos no cipoal das trevas de nós mesmos. Sem amor no coração, não teremos olhos para a luz". Nesse ponto, Amaro mostrou-se singularmente renovado; seu veículo espiritual parecia ha­ver regredido no tempo; revelava-se mais leve e mais ágil e sua face impressionava pelos traços juvenis. Quando o viu de rosto metamorfose­ado, Mário bradou entre o ódio e a angústia: "Armando! Ar­mando!... Pois és tu? O Amaro que hoje detesto é o mesmo Armando de ontem? onde me encontro? enlouqueci, porventura?!..." Não fora pre­ciso, explicou Clarêncio, grande esforço para que Amaro regredisse no tempo. O sofri­mento reparador conferiu-lhe à mente e à sensibilidade recursos novos. Amaro (o mesmo Armando à época da guerra do Paraguai) procurava esten­der braços amigos ao adversário, mas este re­cuou, de repente, gritando em desespero: "Não, não! não te acerques de mim! não me provoques, não me provoques!..." O Ministro interpôs-se e pediu-lhes calma; depois, dirigindo-se ao enfermeiro, disse que agora era indispensável que Amaro falasse, porque a justiça, em qualquer so­lução, deve apreciar todas as partes interessadas. Mário então calou-se, preparando-se para ouvir o relato de seu antigo companheiro Ar­mando. (Cap. XVII, págs. 109 e 110) 

50. O relato de Amaro - Amaro, cujo semblante era agora de um jovem, contou que a madrugada do Ano Novo de 1869 ficou marcada para sempre em sua memória. Vindo de Santo Antônio, eles deve­riam atacar a capi­tal, Assunção, mas a expectativa era angustiosa. Ele, Esteves e Júlio eram amigos inseparáveis na caserna. Na incerteza do que iria suceder, Esteves pediu-lhes, na hipótese de morrer em com­bate, notificar sua morte à jovem Lina Flores, que conhecera, dias an­tes, em Villeta, re­portando-se com entusiasmo ao amor que os ligava e aos seus projetos futuros. A capital paraguaia estava, porém, fatigada e desprevenida e em breve todos puderam comemorar, risonhos, a vitória. Semanas depois, Esteves comunicou-lhes o consórcio com Lina. Na verdade, ninguém podia casar-se em campanha, mas o enlace efetuou-se às ocultas, sob a bênção de um sacerdote e com a tolerância dos dirigentes da ocupação, de vez que a noiva era uma pobre menina brasileira, desde muito aprisionada. Em fevereiro do mesmo ano, ele e Jú­lio foram pela primeira vez em vi­sita ao lar de Esteves. Colocados à frente de Lina, ambos se sentiram, porém, incompreensivelmente liga­dos àquela jovem bela e simples, cuja presença exerceu sobre os dois intraduzível atração. Júlio foi tomado por surda paixão, enquanto ele, em respeito a Esteves, tentou retrair-se. Júlio insinuou-se junto à recém-casada, cobrindo-a de gentilezas, e Lina acabou envolvendo-se nas atenções do rapaz, fazendo-lhe con­cessões. "Recordo-me do dia em que Esteves me procurou, desolado, co­mentando o golpe que recebera...", relatou Amaro. "Chorou debruçado nos meus ombros. Desejava desapare­cer, aniquilar-se... Fiz-lhe obser­var, porém, a inoportunidade de qualquer violência..." (Cap. XVIII, págs. 111 e 112) (Continua no próximo número.)



 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita