TÂNIA REGINA
REATO
taniareato@hotmail.com
São João da Boa
Vista, SP
(Brasil)
Rótulos
Quando nos
dispomos a
meditar ou a
refletir sobre
determinado
tema, nos
rotulam
desocupados...
Quando aderimos
a uma visão
religiosa que
nos atenda a fé
raciocinada mas
que, ainda, não
totalmente
absorvida ou
vivenciada, nos
rotulam
hipócritas...
Quando adotamos
uma posição de
coerência com
aquilo que
aprendemos, nos
rotulam
fanáticos...
Quando tomamos
atitudes, tidas
ou vistas, como
altruístas, nos
rotulam
“santos...”
Quando sorrimos
da vida e para
vida, nos
rotulam
imaturos...
Quando optamos
para ceder a
esta ou àquela
opinião, que
antes não nos
parecia certa,
nos rotulam
falsos ou
sem
personalidade...
Quando não
dominamos um
assunto, em
profundidade,
nos rotulam
incultos...
Quando um
assunto não nos
merece atenção
pela futilidade
nele contida,
nos rotulam
antissociais...
Quando buscamos
o outro a fim de
auxiliá-lo a
evitar uma
situação que
poderia vir a
prejudicá-lo,
nos rotulam
intrometidos...
Quando emitimos
opiniões
contrárias às
demais, nos
rotulam
polêmicos...
Quando nos
calamos para
esta ou aquela
situação, nos
rotulam
omissos...
Quando temos
pequenos e raros
lances de
sabedoria,
nos rotulam
vaidosos...
Quando nos
exercitamos
na prática da
caridade
material usando
de critérios
racionais, nos
rotulam
“seletivos” ou
discriminadores...
Quando
prudentes ou
precavidos,
nos rotulam
vacilantes na
fé,
negativistas,
ou ainda,
acovardados...
Quando não
adotamos,
aprovamos ou
compactuamos com
condutas e
comportamentos
que entendemos
desconexos ou
contrários às
leis naturais
ou, à da nossa
própria natureza
biológica e
anatômica, nos
rotulam
preconceituosos
ou
ultrapassados...
Quando colocamos
freios nos
impulsos das
paixões
desgovernadas,
nos rotulam
repressores...
Quando uma ação
ou atitude nos
toca o coração
de modo a nos
entristecer,
nos rotulam
“desesperançados”
ou
melindrosos...
Quando nos
expressamos
verbalmente,
onde a
ternura
ganha espaço,
nos rotulam
“poéticos” ou
sedutores...
Quando falamos
de
Espiritualidade,
nos rotulam "visionários"...
E, por aí
afora...
Rótulos esses
que chegam a nos
causar dores.
Dores que,
muitas vezes,
são confundidas
com “orgulho
ferido”, ou
seja, rótulos!
E nossa alma
sente e
ressente.
Perde-se e
encontra-se. Se
confunde e se
autoconsola...
É o preço da
evolução à qual
estamos todos
fadados!
Por essas e por
outras, enquanto
não dominarmos a
linguagem
puramente
vibracional
transmitida pelo
pensamento
através do
fluido cósmico
universal, não
saberemos, com
precisão, uns
dos outros. Não
amaremos com
discernimento,
não perdoaremos,
esquecendo ou
ignorando as
ofensas e o
ofensor.
Todos nós
sabemos o tanto
que rotulamos e
o quanto somos
rotulados...
Isso não é
novidade!
Entretanto,
podemos observar
com os
resultados
destas posições
por nós
adotadas, que
esta não é a
melhor política
a ser aplicada
na rotina de
nossas vidas.
Deveríamos,
então, tentar o
novo!
E fazê-lo de
forma a usar o
que temos em
mãos.
E o que temos em
mãos é a
linguagem verbal
que, se educada
nos ensinamentos
do Mestre Jesus,
deitarão por
terra os tais
rótulos, nos
deixando livres
para apreciar a
beleza das
diferenças de
opiniões e o
valor que isso
representa para
o nosso
aprimoramento e
crescimento
moral
espiritual.
Já nos alertou
Jesus na lição
evangélica a ser
conferida:
“Hipócritas,
bem profetizou
de vós Isaías,
quando disse:
Este povo me
honra de lábios,
mas conserva
longe de mim o
coração; é em
vão que me
honram ensinando
máximas e
ordenações
humanas”.
“O que sai da
boca procede do
coração e é o
que torna impuro
o homem;
porquanto, do
coração é que
partem os maus
pensamentos, os
assassínios, os
adultérios, as
fornicações, os
latrocínios, os
falsos-testemunhos,
as blasfêmias e
as
maledicências. –
Essas são as
coisas que
tornam impuro o
homem.” (Mateus,
cap. XV/v 1 a
20.)
Cuidemos para
não rotularmos
quem quer que
seja, em
qualquer
condição que se
encontre; moral
ou intelectual.
Façamos uso do
diálogo,
ignorando as
ideias
pré-concebidas e
busquemos nos
desarmar para
que não
transformemos
nossa fala em
dardos que
ferem, condenam,
maltratam,
deseducam e
comprometem a
evolução do
Espírito.
Cultivemos a
arte de abrirmos
mão do somente
falar, para
também o ouvir,
com a fascinante
disposição de
descobrir se
descobrindo e,
se descobrindo,
“Amar a Deus
sobre TODAS AS
COISAS” e,
consequentemente,
ao próximo como
a nós mesmos!
Finalizamos com
as palavras de
André Luiz...
“A palavra é
indubitavelmente
um dos fatores
determinantes no
destino das
criaturas.
Ponderada –
favorece o
juízo.
Leviana –
descortina a
imprudência.
Alegre – espalha
otimismo.
Triste – semeia
desânimo.
Generosa – abre
caminhos à
elevação.
Maledicente –
cava
despenhadeiros.
Gentil – provoca
o
reconhecimento.
Atrevida – traz
a perturbação.
Serena – produz
calma.
Fervorosa –
impõe a
confiança.
Descrente –
invoca a frieza.
Bondosa – ajuda
sempre.
Cruel – fere
implacável.
Sábia – ensina.
Ignorante –
complica.
Nobre – tece o
respeito.
Sarcástica –
improvisa o
desprezo.
Educada –
auxilia a todos.
Inconsciente –
gera amargura.
Por isso mesmo,
exortava Jesus:
– ‘Não procures
o argueiro nos
olhos de teu
irmão, quando
trazes uma trave
nos teus’.
A palavra é a
bússola de nossa
alma, onde
estivermos.
Conduzamo-la na
romagem do mundo
para a
orientação do
Senhor, porque,
em verdade, ela
é a força que
nos abre as
portas do
coração às
fontes luminosas
da vida ou às
correntes da
morte.”
(Pelo Espírito
André Luiz –
Endereços da Paz,
Médium:
Francisco
Cândido Xavier.)
* Texto
inspirado em
O Evangelho
segundo o
Espiritismo.
Capítulo VIII –
item 8 – Allan
Kardec /
Tradução de J.
Herculano Pires.