ANGÉLICA
REIS
a_reis_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná
(Brasil)
A Evolução Anímica
Gabriel
Delanne
(Parte
17 e final)
Concluímos nesta edição
o
estudo do clássico A
Evolução Anímica,
que foi aqui estudado
em 17 partes.
A fonte do estudo foi a
8ª edição do livro,
baseada em tradução de
Manoel Quintão publicada pela Federação
Espírita Brasileira.
Questões preliminares
A. Em que ambiente se
deu a primeira
manifestação de vida em
nosso planeta?
Foi no seio tépido dos
mares primitivos, sob a
ação da luz, do calor e
de uma pressão hoje
difícil de reproduzir,
que se formou uma massa
viscosa, a que chamamos
protoplasma, primeira
manifestação da vida
inteligente que se
desenvolveu progressiva
e paralelamente, dando
origem a inumerável
multidão de formas
vegetais e animais,
antes da aparição do
homem.
(A Evolução Anímica,
pág. 238.)
B. O princípio
inteligente percorreu
todas as escalas da vida
orgânica?
Sim. O princípio
pensante percorreu,
lentamente, todas as
escalas da vida orgânica
e foi por meio de uma
ascensão ininterrupta,
no transcurso de séculos
inumeráveis, que ele
pôde fixar, pouco a
pouco, demoradamente, no
invólucro fluídico todas
as leis da vida
vegetativa, orgânica e
psíquica.
(Obra citada, págs. 239
a 244.)
C. Que modificações no
modo de ver a vida
resultarão da crença nas
vidas sucessivas?
Com a certeza das vidas
sucessivas muitos
problemas revelar-se-ão
sob novos prismas. As
lutas sociais poderão
ser suavizadas pela
convicção de não ser a
existência planetária
mais que um momento
transitório no curso de
uma eterna evolução. Com
menos orgulho nas
camadas altas e menos
inveja nas baixas,
surgirá uma
solidariedade efetiva,
em contacto com estas
doutrinas consoladoras,
e talvez possamos ver
desaparecer da face da
Terra as lutas
fratricidas, ineptos
frutos da ignorância, a
se dissiparem diante dos
ensinamentos de amor e
fraternidade, que são a
coroa radiosa do
Espiritismo.
(Obra citada, pág. 252.)
Texto para leitura
177. As modalidades da
matéria ou da força
movimentam-se num ciclo
fechado – o ciclo das
transformações. Elas
podem mover-se umas nas
outras e substituir-se
alternativamente, por
mudanças na frequência,
na amplitude ou na
direção dos movimentos
vibratórios. A alma é
una, e cada essência
espiritual é individual,
é pessoal. Nenhuma alma
pode transmudar-se
noutra, substituir
outra. Ela é, pois, uma
unidade irredutível, que
tem a existência em si
(Pág. 234)
178. As faculdades da
alma têm um
desenvolvimento próprio,
peculiar. Para a alma há
progresso, modificação
íntima, ascensão, sem
retorno possível a um
estado menos
desenvolvido. Esse
progresso manifesta-se
por um poder sempre
crescente sobre o
não-eu, isto é, a
matéria. (Pág. 235)
179. Estudando a matéria
através dos seus
diferentes estados
físicos, sabemos que ela
se vai rarefazendo à
proporção que a passamos
do estado sólido ao
gasoso. Chegada a este
estado, suas moléculas
adquirem grande
instabilidade, porque
animadas de movimento
rotativo extremamente
rápido e de outro
movimento retilíneo em
todas as direções. Este
último resulta do choque
mesmo das moléculas
animadas do movimento
rotatório. Com efeito, a
natureza mostra-nos que
a matéria nebulosa
implica um estado de
grande rarefação.
(Pág. 235)
180. Possível se torna,
assim, imaginarmos uma
substância primitiva,
invisível e
imponderável, que
corresponda ao estado
primordial da matéria,
ou seja, o fluido
universal. A matéria,
sob sua forma primitiva,
ocupa a extensão
infinita e existe em
todos os graus de
rarefação, desde o
estado inicial até o de
materialidade visível e
ponderável. Ensinam os
Espíritos que esses
estados diferenciais de
rarefação representam o
que chamamos fluidos.
(Pág. 236)
181. A
evolução terrestre
– Foi no seio tépido dos
mares primitivos, sob a
ação da luz, do calor e
de uma pressão hoje
difícil de reproduzir,
que se formou essa massa
viscosa chamada
protoplasma, primeira
manifestação da vida
inteligente que se
desenvolveu progressiva
e paralelamente, dando
origem a inumerável
multidão de formas
vegetais e animais,
antes da aparição do
homem. (Pág. 238)
182. A
vida surgiu, assim, na
Terra em um dado
momento. A vida, como
vimos, não é mais que
uma modificação da
energia, a preludiar-se
naturalmente na
construção geométrica
dos cristais que se
organizam e têm a
capacidade de reparar
suas fraturas quando
mergulhados em uma
solução apropriada. Essa
matéria é, contudo,
inerte e desprovida de
espontaneidade.
Torna-se-lhe necessária
a adjunção do princípio
intelectual para poder
animar-se, problema que
ficou resolvido com o
protoplasma. (Pág.
238)
183. Não existe
individualidade nessas
massas gelatinosas,
moles, viscosas, que
tomam indiferentemente
todas as formas; mas,
logo que se opera uma
condensação na massa,
essa condensação
chama-se núcleo. Depois,
o protoplasma reveste-se
de uma camada mais
densa; é o começo do
invólucro membranoso. A
partir daí está o ser
vivo constituído: é a
célula que há de ser
molécula vital, de que
se formam todos os seres
organizados, porquanto
animais e vegetais, do
mais simples ao mais
complexo, não passam de
associação de células
mais ou menos
diferenciadas. (Pág.
238)
184. Os primeiros
habitantes dos mares
laurentianos são células
albuminoides, moneras,
amebas, cujas primeiras
associação formaram as
algas que tapeçam o
fundo dos mares.
Nascidos diretamente do
protoplasma, os
primeiros organismos
animais são células
livres, dotadas de vida
própria. Nos seres
primários que daí
surgem, o único sentido
é o tato e sua
reprodução se faz por
fracionamento. (Pág.
239)
185. Delanne relata, na
sequência, e
minuciosamente, como
surgiram as diferentes
espécies de seres do
reino animal, para desse
modo demonstrar que o
princípio pensante
percorreu, lentamente,
todas as escalas da vida
orgânica e que foi por
meio de uma ascensão
ininterrupta, no
transcurso de séculos
inumeráveis, que ele
pôde fixar, pouco a
pouco, demoradamente, no
invólucro fluídico todas
as leis da vida
vegetativa, orgânica e
psíquica. (Págs. 239
a 244)
186. Conclusão –
No último capítulo do
livro, o Autor faz
importantes
considerações das quais
extraímos, de forma
resumida, os pontos que
se seguem: I – Nos
primórdios da vida, o
invólucro da alma é
grosseiro e mesclado dos
fluidos mais próximos da
matéria, com movimentos
tardos, incipientes. O
trabalho da alma
consiste na depuração
desse invólucro, de modo
a dar-lhe um movimento
cada vez mais radiante.
II – Cada existência
terrena deixa no
perispírito a sua
impressão. As lembranças
gravadas nesse invólucro
são, como ele mesmo,
inextinguíveis. III –
Chegada à humanidade, a
alma já está amadurecida
e o seu invólucro tem
fixado, sob a forma de
leis, de linhas de
força, os estados
sucessivamente
percorridos. IV –
Trazendo cada encarnação
um aperfeiçoamento, o
inconsciente psíquico
enriquece-se
progressivamente e o
esforço torna-se menos
considerável, à
proporção que aumenta o
número das clausuras
terrenas. V – O que
importa hoje é nos
desembaraçarmos das
paixões e dos instintos
residuais da nossa
passagem pelos reinos
inferiores, luta essa
demorada e difícil,
porque implica modificar
os primeiros movimentos
perispirituais que em
nós se encarnaram e que
eram os únicos
constituintes de nossa
vida mental. VI – A
existência do fluido
vital, ainda que posta
em dúvida na atualidade,
parece-nos indispensável
para explicar os
fenômenos da vida, visto
que a ciência moderna
não explica a forma e a
evolução de todos os
seres vivos, assim como
os fenômenos de
reconstituição orgânica.
VII – A matéria é cega,
inerte, passiva, e só se
move por influência da
vontade. O que
denominamos forças
nada mais é que
manifestações tangíveis
da inteligência
universal, infinita,
incriada, sinais
evidentes da Vontade
suprema que mantém o
Universo. VIII – Todas
as alterações
verificadas nos estados
da matéria não têm mais
que um fim: o progresso
do Espírito, que é a
única realidade
pensante. (Págs. 247
a 251)
187. Asseverando que já
havia chegado o tempo de
se rasgarem todos os
véus, em que todos os
espíritos chumbados às
suas velhas concepções
terão de abrir os olhos
diante da luz da
verdade, Delanne conclui
nestes termos esta obra:
“Com a certeza das vidas
sucessivas e da
responsabilidade dos
nossos atos, muitos
problemas revelar-se-ão
sob novos prismas. As
lutas sociais, que
atingem, nesta nossa
época, um caráter de
aguda aspereza, poderão
ser suavizadas pela
convicção de não ser a
existência planetária
mais que um momento
transitório no curso de
uma eterna evolução. Com
menos orgulho nas
camadas altas e menos
inveja nas baixas,
surgirá uma
solidariedade efetiva,
em contacto com estas
doutrinas consoladoras,
e talvez possamos ver
desaparecer da face da
Terra as lutas
fratricidas, ineptos
frutos da ignorância, a
se dissiparem diante dos
ensinamentos de amor e
fraternidade, que são a
coroa radiosa do
Espiritismo”. (Pág.
252)
- Fim -