– Há um
descompasso
da época em
que vivemos
com relação
à educação
dos filhos.
Os tempos
diferentes
da
atualidade,
diretamente
afetados
pela
velocidade
da
comunicação
virtual,
trouxeram
uma
realidade
difícil e
complexa
para pais e
educadores,
o que também
afetou o
movimento
espírita,
antes bem
mais
dedicado à
evangelização
infantil e
às
atividades
da mocidade
espírita.
Como vencer
o
desinteresse
de
dirigentes
espíritas
quanto à
importância
da atenção a
jovens e
crianças em
nossas
instituições?
Raul
Teixeira:
Em
realidade,
toda a nossa
vida está
pautada em
algo que
chamamos
escala de
valores.
Cada
indivíduo,
assim, tem
valores
distintos
dos outros.
Para quem
tem a
educação dos
filhos como
algo
importante,
apesar dos
tempos
difíceis e
dos desafios
vividos,
têm-nos
junto dos
seus
corações,
amigos,
companheiros,
apesar de
ter cada
qual sua
personalidade,
seu
temperamento,
suas
idiossincrasias.
Para quem
pensa
primeiro nos
recursos
financeiros,
nas
aparências
sociais, sem
clara noção
de que seus
filhos são
Espíritos e
que lhes não
pertencem
como
objetos, com
certeza
encontrarão
todos os
impedimentos
provocados
pelas
mídias,
pelos
companheiros
dos filhos,
e por tudo
mais que
teime em
intervir no
relacionamento
doméstico.
Vivendo no
mesmo mundo
midiático
que todos
nós,
atravessando
as horas de
aperto e
violência
como nós,
bem como
enfrentando
as mesmas
exigências
econômicas,
vemos irmãos
de outras
crenças bem
junto aos
seus
familiares,
indo às suas
igrejas em
conjunto,
orando e
vivendo. Por
que somente
os espíritas
não
conseguiremos
trazer os
filhos,
educá-los
conforme
manda o
figurino e
fazê-los
pessoas de
bem? Alguma
coisa está
errada e,
com certeza,
não é com o
Espiritismo,
mas, sim,
com as
nossas
escalas de
valores.
Quanto aos
centros
espíritas e
seus
serviços de
evangelização
de crianças
e de jovens,
cabe-nos
avaliar a
sua
qualidade,
pois nessa
época
referida de
comunicação
virtual, de
internets,
de blogs e
de tudo o
mais, não se
admite que
as nossas
“aulinhas”
ainda sejam
dadas à base
de
historinhas
contadas
oralmente
─
nem sempre
há bons
contadores
de histórias
nas casas
espíritas, o
que torna
enfadonha a
exposição
─
e pelos
quadros de
giz, sem que
os
jovenzinhos
participem,
façam,
busquem,
investiguem,
cantem ou
“naveguem na
rede”. É
incontestável
que nem
todos os
centros
espíritas
dispõem de
recursos
materiais
para
oferecerem
aos
evangelizandos
o que há de
mais moderno
em termos
didático-pedagógicos.
Assim,
deveremos
investir na
melhor
qualificação
dos nossos
evangelizadores
para que
consigam
cativar da
garotada,
desde a
simpatia com
que a receba
até o modo
como lhe
serão
apresentados
os assuntos.
Olhando por
outro
prisma, não
há como
imaginar que
filhos
gostem de ir
ao centro
espírita
para receber
as
instruções
espíritas,
sendo que
seus
genitores
não vão, não
se dedicam
e, quando em
casa, têm
uma vida
relacional
bastante
sofrível com
a família.
É, de fato,
o exemplo
que costuma
arrastar.
Extraído de
entrevista
publicada
pelo jornal
O Imortal
na edição de
março de
2009.