Quando ditas de coração, são boas as preces de todos os cultos
1. Há pessoas que contestam a eficácia da prece com fundamento no princípio de que, conhecendo Deus as nossas necessidades, desnecessário e inútil se torna expô-las ao Pai Eterno. Tal argumento, contudo, não é correto porque, independentemente de Deus conhecer nossas necessidades, a prece proporciona por si só a quem ora um bem-estar muito grande, visto que aproxima a criatura do Criador e, filha primogênita da fé, nos encaminha para a senda que conduz a Deus.
2. Como sabemos, não existe uma fórmula especial para que alguém ore. Quando ditas de coração e não apenas de lábios, são boas as preces de todos os cultos. Independentemente de fórmula, o principal é que as preces sejam claras, simples, concisas.
3. A prece pode ter por objeto um pedido, um agradecimento ou uma glorificação. Dirigidas a Deus, são ouvidas pelos Espíritos incumbidos pelo Criador de executar sua vontade. Eis por que pela prece o homem obtém o concurso dos bons Espíritos, que acorrem a sustentá-lo em suas boas resoluções e a inspirar-lhe ideias sãs. Aquele que ora com fervor adquire, desse modo, a força moral necessária a vencer as dificuldades e a volver ao caminho reto, se deste se afastou, podendo também, por esse meio, desviar de si os males que atrairia com suas faltas.
4. Embora Jesus tenha dito que tudo o que pedirmos com fé, em oração, nós o receberemos, seria ilógico deduzir que basta pedir para obter, do mesmo modo que seria injusto acusar a Providência se esta não acede a toda súplica que lhe fazemos. É preciso ter sempre em mente que Deus sabe, melhor do que nós, o que realmente nos convém nessa ou naquela circunstância. Um pai criterioso também recusa ao filho o que seja contrário aos seus interesses.
A prece elevada é manancial de magnetismo criador e vivificante
5. O que o homem não deve esquecer, em todos os momentos e circunstâncias da vida, é a prece do trabalho e da dedicação, no santuário das lutas purificadoras, porque Jesus abençoará as suas realizações de esforço sincero.
6. O santuário doméstico que encontre criaturas amantes da oração e dos sentimentos elevados converte-se em campo sublime das mais belas florações e colheitas espirituais. Para tanto, não pode a prece ser um movimento mecânico de lábios, nem disco de fácil repetição no aparelho da mente. A prece é – e deve ser – vibração, energia, poder.
7. A pessoa que ora, mobilizando as próprias forças, realiza trabalhos de grande significação e põe-se em contacto com as fontes superiores da vida. Os raios divinos expedidos pela prece santificadora convertem-se em fatores adiantados de cooperação eficiente e definitiva na cura do corpo, na renovação da alma e na iluminação da consciência.
8. Toda prece elevada é manancial de magnetismo criador e vivificante e, por causa disso, toda criatura que cultiva a oração, com o devido equilíbrio, transforma-se gradativamente em foco irradiante de energias da Divindade.
É preciso humildade para compreender as respostas de Deus
9. Aprendamos, pois, a orar e igualmente a entender as respostas do Alto às nossas súplicas. Se vamos expor em prece ao Senhor os nossos obstáculos, pedindo as providências que nos sejam necessárias à paz e à execução dos encargos que a vida nos delegou, supliquemos também ao Pai nos ilumine o entendimento para que saibamos receber dignamente suas decisões.
10. Entre o pedido que parte da Terra e o suprimento que vem do Alto, é imperioso funcione a alavanca da vontade humana, com decisão e firmeza, para que se efetive o auxílio solicitado.
11. Confiemos em Deus e supliquemos o seu amparo, mas – se quisermos receber a bênção divina – procuremos esvaziar o coração de tudo o que discorde das nossas petições, a fim de oferecer à bênção divina clima de aceitação, base e lugar.
12. Todos, em verdade, podemos endereçar a Deus, em qualquer parte e em qualquer tempo, as mais variadas preces; contudo, precisamos todos nós cultivar paciência e humildade para esperar e compreender as respostas de Deus.
Respostas às questões propostas
1. Que resultados a prece sincera produz àquele que ora?
A prece proporciona a quem ora um bem-estar muito grande, visto que aproxima a criatura do Criador e, filha primogênita da fé, nos encaminha para a senda que conduz a Deus.
2. A prece pode ter por objeto três coisas. Quais são elas?
A prece pode ter por objeto um pedido, um agradecimento ou uma glorificação.
3. Como devemos entender o ensinamento de Jesus quando afirmou que tudo o que pedirmos com fé, em oração, nós o receberemos?
Devemos entender que, embora Jesus tenha dito essa frase, seria ilógico deduzir que basta pedir para obter, do mesmo modo que seria injusto acusar a Providência se esta não acede a toda súplica que lhe fazemos. É preciso ter sempre em mente que Deus sabe, melhor do que nós, o que realmente nos convém nessa ou naquela circunstância.
4. Que é preciso para que, entre o pedido que parte da Terra e o suprimento que vem do Alto, se efetive o auxílio solicitado?
É preciso que funcione a alavanca da vontade humana, com decisão e firmeza, para que se efetive o auxílio solicitado.
5. Que virtudes são necessárias para esperar e compreender as respostas de Deus às nossas preces?
Podemos endereçar a Deus, em qualquer parte e em qualquer tempo, as mais variadas preces; contudo, precisamos todos nós cultivar paciência e humildade para esperar e compreender as respostas de Deus.
Bibliografia:
O Evangelho segundo o Espiritismo, de Allan Kardec, capítulos XXVII e XXVIII.
O Consolador, de Emmanuel, psicografado por Francisco Cândido Xavier, questão 306.
Ceifa de Luz, de Emmanuel, psicografado por Francisco Cândido Xavier, p. 157.
Rumo Certo, de Emmanuel, psicografado por Francisco Cândido Xavier, pp. 71 a 73.
Missionários da Luz, de André Luiz, psicografado por Francisco Cândido Xavier, pp. 64 a 67.
Cartas e Crônicas, de Irmão X, psicografado por Francisco Cândido Xavier, p. 15.