A Revue Spirite
de 1865
Allan Kardec
(Parte
5)
Damos prosseguimento ao
estudo da Revue
Spirite
correspondente ao ano de
1865. O texto condensado
do volume citado será
aqui apresentado em 22
partes, com base na
tradução de Júlio Abreu
Filho publicada pela EDICEL.
Questões preliminares
A. A atividade na vida
espiritual é constante?
Sim. Em todos os graus,
a vida espiritual é uma
atividade constante,
embora isenta de
fadigas.
(Revue Spirite de 1865,
pp. 69 e 70.)
B. Que tarefas competem
aos Espíritos puros?
Os Espíritos puros são
os Messias ou
mensageiros de Deus.
Transmitem e executam a
vontade do Pai; realizam
as grandes missões;
presidem à formação dos
mundos e à harmonia
geral do universo,
encargo glorioso a que
só se chega pela
perfeição.
(Obra citada, pág. 70.)
C. A morte é capaz de
afastar aqueles que se
amam?
Não. Os Espíritos, a
exemplo do que disse a
Sra. Foulon, pouco tempo
depois de
desencarnar, afirmam que
a morte em nada afasta
os que se amam, porque o
amor aproxima as almas,
seja no plano físico,
seja no plano
espiritual. “Só há
distância para os corpos
materiais; ela não
existe para os
Espíritos”, disse a Sra.
Foulon.
(Obra citada, pp. 77 e
78.)
Texto para leitura
49. Nos Espíritos o
progresso é fruto do
próprio trabalho. São
eles, pois, os artífices
de sua situação, feliz
ou infeliz, conforme o
ensinamento do Cristo:
“A cada um segundo as
suas obras”. (Pág.
67.)
50. A
suprema felicidade é
apanágio dos Espíritos
que chegaram à
perfeição, isto é, dos
Espíritos puros,
condição que eles só
atingem depois de
haverem progredido em
inteligência e
moralidade. (Pág.
68.)
51. Como uma única
existência corporal é
manifestamente
insuficiente para que o
Espírito adquira tudo o
que falta em bem e se
desfaça de tudo o que em
si é mau, Deus lhe
concede tantas
existências quantas
forem necessárias para
atingir o objetivo
final, que é a
perfeição. (Pág. 68.)
52. No intervalo das
diferentes existências
corpóreas, o Espírito
entra no mundo
espiritual, onde é feliz
ou infeliz, conforme o
bem ou o mal que haja
feito. O estado corporal
é transitório e
passageiro. No estado
espiritual o Espírito
recolhe os frutos do
progresso realizado
durante a encarnação e
se prepara para as novas
lutas que deverá
enfrentar no seu retorno
à existência corporal.
(Pág. 69.)
53. A
felicidade dos Espíritos
bem-aventurados não é a
ociosidade
contemplativa, que seria
uma eterna e fastidiosa
inutilidade. Em todos os
graus, a vida espiritual
é uma atividade
constante, embora isenta
de fadigas. (Págs. 69
e 70.)
54. Os Espíritos puros
são os Messias ou
mensageiros de Deus;
transmitem e executam a
vontade do Pai; realizam
as grandes missões;
presidem à formação dos
mundos e à harmonia
geral do universo,
encargo glorioso a que
só se chega pela
perfeição. (Pág. 70.)
55. Como a felicidade
depende das qualidades
dos indivíduos e não do
estado material do meio
em que se acham, ela
existirá em toda a parte
onde houver Espíritos
capazes de ser felizes e
nenhum lugar
circunscrito lhe é
assinado no universo.
Atraídos uns para os
outros pela similitude
de ideias, gostos e
sentimentos, os
Espíritos felizes formam
grupos ou famílias
homogêneas, no seio das
quais cada indivíduo
irradia suas próprias
qualidades e se penetra
dos eflúvios serenos e
benéficos que emanam do
conjunto. (Pág. 71.)
56. Na imensidade do
universo onde fica,
pois, o céu? Por toda a
parte e nenhum muro o
limita. Os mundos
felizes são as últimas
estações que a ele
conduzem, visto que as
virtudes abrem aos
Espíritos o caminho,
enquanto os vícios lhes
barram o acesso.
(Pág. 72.)
57. A
3 de fevereiro de 1865
se deu o falecimento da
Sra. Foulon, que, três
dias depois, se
manifestou na Sociedade
Espírita de Paris.
Informando ter estado
lúcida desde o
trespasse, a Sra. Foulon
não conheceu a
perturbação pós-morte.
“Só os que têm medo –
explicou ela – são
envolvidos por suas
espessas trevas.”
(Págs. 73 a 75.)
58. No dia 8 a Sra.
Foulon comunicou-se pela
segunda vez, quando
então pôde descrever
melhor as peripécias de
sua desencarnação e o
seu despertar no
além-túmulo. “Sofri –
disse ela –, mas meu
Espírito era mais forte
que o sofrimento
material que o
desprendimento o fazia
experimentar.” Após o
supremo suspiro, ela
permaneceu, como em
síncope, sem consciência
do seu estado, sem
pensar em nada, e numa
vaga sonolência, que
durou bastante tempo.
Depois, como se voltasse
de um longo desmaio,
despertou entre irmãos
que não conhecia, os
quais lhe prodigalizaram
cuidados e carícias e a
informaram de que não
mais pertencia à Terra.
(Págs. 77 e 78.)
59. Reportando-se aos
familiares que ainda se
encontravam na Terra,
ela esclareceu que tinha
missão a cumprir junto
aos seus netos e afirmou
que a morte em nada
afasta os que se amam,
porque o amor aproxima
as almas, seja no plano
físico, seja no plano
espiritual. “Só há
distância para os corpos
materiais; ela não
existe para os
Espíritos.”(Pág. 78.)
(Continua no próximo
número.)