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Crônicas e Artigos
Ano 3 - N° 142 - 24 de Janeiro de 2010

JANE MARTINS VILELA
limb@sercomtel.com.br
Cambé, Paraná (Brasil)
 

Acontecimentos da vida
 

Um senhor de cerca de 55 anos, andando com dificuldades, de muletas, com o tornozelo muito inchado, contou-nos que há 9 meses estava sofrendo por causa do seu pé. Era um dia de chuva e ele, voltando do trabalho, para desviar-se de um feixe de lenha que estava na calçada, temeroso por causa da chuva, saiu da calçada e foi pela rua, para o outro lado, e escorregou, pisando sobre algo que nunca imaginávamos que pudesse estar no asfalto naquele momento ou em momento algum: uma chapa de Raios-X. Ele não enxergou, na chuva – a chapa é quase da cor do asfalto. Escorregou. Quebrou o pé em quatro partes e já havia passado por várias cirurgias ortopédicas tentando resolver o problema, e ainda teria que fazer outras. 

Quando ele nos contou isso, nós ficamos atônitas. Uma chapa de Raios-X! Isso era lugar para estar esse exame? Jogado no chão! 

Ficamos imaginando a responsabilidade da pessoa que fez isso, como ficará o Espírito quando chegar ao mundo espiritual e verificar o que sua ação provocou em outro ser humano. 

Jogar lixo no chão. Isso é algo que tem sido sempre combatido, pelos desastres que provoca e muitos ainda não aprenderam. 

Tudo o que fazemos resulta, pela lei de causa e efeito, em retorno para nós, sempre de acordo, é claro, com a capacidade intelectual, conhecimento, compreensão, além da intenção daquele que age. 

“Muito será pedido a quem muito foi dado.” 

Aquele que mais sabe tem maior responsabilidade por seu modo de agir do que aquele que não sabe, que muitas vezes terá atenuada a sua falta pela sua ignorância, lembrando ainda que “o amor cobre uma multidão de pecados” e que, necessariamente, um Espírito não precisa ser punido por aquilo que errou dentro da lei de Talião se sua escolha for a escolha do amor em suas atitudes, mas o mal que realizou sempre deverá ser reparado, para que fique quite com sua consciência. 

Quanto ao nosso irmão de muletas, passar exatamente em cima do exame de Raios-X e escorregar não é mera coincidência. Ninguém passa pelo que não necessita. 

Na imprensa, chamou a atenção um artigo sobre um bebê que caiu da altura de vários andares e a um metro do chão sua fralda descartável o prendeu num objeto da parede do prédio diminuindo o impacto da queda e evitando sua morte. Ela finalmente se soltou e ele caiu, sofrendo algumas fraturas quando poderia ter morrido. Não estava isso em sua programação reencarnatória naquele momento. 

O nosso homem com as muletas pode ter tido uma provação amenizada, quem sabe? Talvez fosse para acontecer algo pior; não sabemos, mas as coisas não são por acaso. 

Na questão 527, de O Livro dos Espíritos, respondem a Kardec que se um homem tem em sua programação a morte provocada por um raio, por certo os Espíritos não provocariam isso, mas poderão inspirar ao homem a ideia de se abrigar sob uma árvore sobre a qual cairá um raio. 

Do mesmo modo, se ele não precisasse passar por isso, eles o inspirariam a sair dali, pois os Espíritos, segundo a questão 525 do mesmo livro, quando Kardec pergunta se exercem eles alguma influência nos acontecimentos da vida, respondem: “Certamente, pois que vos aconselham”. 

O que não podemos é ficar pensando que tudo são eles. O nosso livre-arbítrio está sempre à frente. Um pensamento pode ser sugerido, mas será sempre a nossa escolha segui-lo ou não. 

Sejamos cautelosos, prudentes, principalmente nessa hora difícil da Terra, para que nada de mal nos aconteça. Vigilância no pensamento e na ação. 

Oração e serviço, pois são dois escudos que protegem, para que tenhamos paz e não tomemos atitudes que possam nos acarretar sofrimentos. 
 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita