Acontecimentos da vida
Um senhor de cerca de 55
anos, andando com
dificuldades, de
muletas, com o tornozelo
muito inchado,
contou-nos que há 9
meses estava sofrendo
por causa do seu pé. Era
um dia de chuva e ele,
voltando do trabalho,
para desviar-se de um
feixe de lenha que
estava na calçada,
temeroso por causa da
chuva, saiu da calçada e
foi pela rua, para o
outro lado, e
escorregou, pisando
sobre algo que nunca
imaginávamos que pudesse
estar no asfalto naquele
momento ou em momento
algum: uma chapa de
Raios-X. Ele não
enxergou, na chuva – a
chapa é quase da cor do
asfalto. Escorregou.
Quebrou o pé em quatro
partes e já havia
passado por várias
cirurgias ortopédicas
tentando resolver o
problema, e ainda teria
que fazer outras.
Quando ele nos contou
isso, nós ficamos
atônitas. Uma chapa de
Raios-X! Isso era lugar
para estar esse exame?
Jogado no chão!
Ficamos imaginando a
responsabilidade da
pessoa que fez isso,
como ficará o Espírito
quando chegar ao mundo
espiritual e verificar o
que sua ação provocou em
outro ser humano.
Jogar lixo no chão. Isso
é algo que tem sido
sempre combatido, pelos
desastres que provoca e
muitos ainda não
aprenderam.
Tudo o que fazemos
resulta, pela lei de
causa e efeito, em
retorno para nós, sempre
de acordo, é claro, com
a capacidade
intelectual,
conhecimento,
compreensão, além da
intenção daquele que
age.
“Muito será pedido a
quem muito foi dado.”
Aquele que mais sabe tem
maior responsabilidade
por seu modo de agir do
que aquele que não sabe,
que muitas vezes terá
atenuada a sua falta
pela sua ignorância,
lembrando ainda que “o
amor cobre uma multidão
de pecados” e que,
necessariamente, um
Espírito não precisa ser
punido por aquilo que
errou dentro da lei de
Talião se sua escolha
for a escolha do amor em
suas atitudes, mas o mal
que realizou sempre
deverá ser reparado,
para que fique quite com
sua consciência.
Quanto ao nosso irmão de
muletas, passar
exatamente em cima do
exame de Raios-X e
escorregar não é mera
coincidência. Ninguém
passa pelo que não
necessita.
Na imprensa, chamou a
atenção um artigo sobre
um bebê que caiu da
altura de vários andares
e a um metro do chão sua
fralda descartável o
prendeu num objeto da
parede do prédio
diminuindo o impacto da
queda e evitando sua
morte. Ela finalmente se
soltou e ele caiu,
sofrendo algumas
fraturas quando poderia
ter morrido. Não estava
isso em sua programação
reencarnatória naquele
momento.
O nosso homem com as
muletas pode ter tido
uma provação amenizada,
quem sabe? Talvez fosse
para acontecer algo
pior; não sabemos, mas
as coisas não são por
acaso.
Na questão 527, de O
Livro dos Espíritos,
respondem a Kardec que
se um homem tem em sua
programação a morte
provocada por um raio,
por certo os Espíritos
não provocariam isso,
mas poderão inspirar ao
homem a ideia de se
abrigar sob uma árvore
sobre a qual cairá um
raio.
Do mesmo modo, se ele
não precisasse passar
por isso, eles o
inspirariam a sair dali,
pois os Espíritos,
segundo a questão 525 do
mesmo livro, quando
Kardec pergunta se
exercem eles alguma
influência nos
acontecimentos da vida,
respondem: “Certamente,
pois que vos
aconselham”.
O que não podemos é
ficar pensando que tudo
são eles. O nosso
livre-arbítrio está
sempre à frente. Um
pensamento pode ser
sugerido, mas será
sempre a nossa escolha
segui-lo ou não.
Sejamos cautelosos,
prudentes,
principalmente nessa
hora difícil da Terra,
para que nada de mal nos
aconteça. Vigilância no
pensamento e na ação.
Oração e serviço, pois
são dois escudos que
protegem, para que
tenhamos paz e não
tomemos atitudes que
possam nos acarretar
sofrimentos.