ADILTON
PUGLIESE
santospugliese@hotmail.com
Salvador,
Bahia (Brasil)
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A lei de compensação
“O que hoje percas a
favor de alguém, amanhã
receberás sem prejuízo
de ninguém.” - Joanna de Ângelis – Vida Feliz,
cap. CXLIV.
A Lei de Compensação é
lei Divina, Universal e, consequentemente,
telúrica, que abarca
todos os seres que
habitam a Terra, atuais
e futuros. Sem exceção,
todas as criaturas estão
ligadas, por meio de
poderosos vínculos, ao
seu passado, onde estão
as causas matrizes das
ocorrências do seu
momento presente, e que
irão influenciar na
construção do seu
futuro.
Magnífica Lei essa, a
qual ninguém poderá se
evadir, e cujos
mecanismos estão
permanentemente em
funcionamento. Os
adeptos da Escola
Determinista consideram
que o homem é um escravo
de forças estranhas, que
o tornam joguete
de um destino
imutável, de origem
desconhecida, que o
arrastam para
determinados
acontecimentos, quando
ele gostaria - e tenta
esse desiderato – de
algo diferente,
contrário ao apelo que o
impele a certa atitude
ou impulso.
Enfermidades dolorosas,
ocorrências dramáticas e
desagradáveis, funestas,
que afetam a felicidade
tão desejada, se
apresentam como um
enigma, um
contrassenso, uma “falta
de sorte”, um
sortilégio. O indivíduo
tudo faz para fugir
desses dissabores, que
comprometem o seu
bem-estar, seu
equilíbrio e vê inúteis
suas tentativas de
modificar esses
infortúnios. E quanto
maior a resistência de
escapar a esses
golpes inesperados da
vida parece que
aumenta o grau de
intensidade dos fatos
indesejáveis.
Elucida-nos a Doutrina
Espírita, porém, que
somos herdeiros de
nossos equívocos, das
mágoas e desgostos que
provocamos, graças ao
uso irregular do nosso
livre-arbítrio, no caso
das ocorrências de
insucesso. Porém, como a
Lei é de Compensação,
vista também sob a
denominação de Lei de
Ação e Reação, ou,
ainda, Lei de Causa e
Efeito, uma vida
auspiciosa, de
realizações concretas e
felizes, significa a
prática adequada e
coerente com as Leis
Divinas da nossa livre
capacidade de agir.
Quando erramos, a Lei
exigirá a indispensável
reparação. Como diz
Spinoza: “Sendo dada uma
determinada causa, daí
resulta inevitavelmente
um efeito”. É o
efeito bumerangue,
tal como se refere o
Espírito Manoel
Philomeno de Miranda no
livro Trilhas da
Libertação,
psicografado pelo médium
Divaldo Franco.
Ante esses fatos que
sempre sensibilizaram os
estudiosos do
comportamento humano,
Allan Kardec, o nobre
Codificador do
Espiritismo, naqueles
recuados e especiais
dias na Cidade de Paris,
quando “no silêncio da
meditação elaborou a
primeira edição de O
Livro dos Espíritos”,
indagou aos Espíritos
Amigos na questão 621: “–
Onde está escrita a Lei
de Deus?” Ao que
eles responderam: “–
Na consciência”.
O indivíduo com a
consciência culpada, em
certo momento, faz uma
análise profunda dos
acontecimentos que
norteiam sua vida, com
lances de harmonia e
desarmonia, de
satisfações e dores, de
segurança e de
incertezas e identifica,
nos porões do
inconsciente, no
reduto do perispírito,
o lado escuro, a nódoa
que macula o perfeito
funcionamento de sua
mente imortal. Ali, no
ser profundo, estão os
registros dos
enganos praticados,
exigindo que sejam
substituídos por novas
atitudes, que se
consegue através da
prática do Amor e da
Caridade; verdadeiros
tumores conscienciais
a exigirem cirurgia
emergencial e sua
extirpação através da
ação terapêutica de atos
enobrecedores.
Quedas e danos, tudo
aquilo que se chama
“infelicidade”,
certamente são os
ecos de um passado
de culpas, um grito
de nossa consciência
requerendo, alto e bom
som, em certos casos com
dolorosa acústica, a
inadiável reparação.
Aceita a contenda
libertadora e
vencida a pugna com
resignação, determinação
e paciência, que somente
uma visão espiritual
reencarnacionista pode
nos conceder de forma
sustentável e sem
vacilações, num clima de
fé raciocinada,
receberemos o galardão
da vitória, na vida
futura que a todos nos
aguarda, em expectativa
de libertação total e
enriquecedora.