MARCELO BORELA DE
OLIVEIRA
mbo_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná
(Brasil)
Entre a Terra e o Céu
André Luiz
(Parte
20)
Continuamos a apresentar
o
estudo da obra
Entre a Terra e o Céu,
de André Luiz,
psicografada pelo médium
Francisco Cândido Xavier
e
publicada em 1954 pela
Federação Espírita
Brasileira.
Questões preliminares
A. Em que condições
Amaro acordou no dia
seguinte ao seu encontro
com Odila?
Ele acordou em
excelentes disposições.
Sem recordar as
particularidades da
excursão, conservava no
cérebro a certeza de que
estivera com Odila em
algum lugar e a vira
reanimada e feliz.
Estava tão feliz que
sentiu até vontade de
rir e cantar... No
banheiro, cantarolou
baixinho uma canção que
lhe recordava o primeiro
casamento, e tornou
sorridente ao quarto de
dormir.
(Entre a Terra e o Céu,
cap. XXIV, pp. 151 a
153.)
B. Que efeito produz a
energia irradiada pelo
sentimento sincero de
carinho?
Ela produz grande
bem-estar. O sentimento
sincero dispõe de
recursos característicos
e emite forças que não
deixam margem a enganos.
“O sentimento puro com
que Amaro se dirige
agora à esposa é fator
decisivo para que ela se
reerga e se cure",
esclareceu Clarêncio.
(Obra citada, cap. XXV,
págs. 154 e 155.)
C. A oração é reforçada
por nossas atitudes no
bem?
Sim. Foi o que Odila
disse à Evelina: "Não
olvides a prece,
querida, mas a súplica
que não age pode ser uma
flor sem perfume.
Peçamos o socorro do
Senhor, algo realizando
para contribuir em seu
apostolado divino”. E
ajuntou: "Uma rosa sobre
a mesa, uma vassoura
diligente, uma peça de
roupa cuidadosamente
guardada, uma escova no
lugar que lhe compete,
são serviços de Jesus,
no santuário da família,
com os quais devemos
valorizar o pensamento
religioso... Não te
detenhas tão-somente nas
boas intenções.
Movimenta-te no trabalho
encorajador da harmonia.
Sê o anjo do serviço em
nossa casinha singela!
Zulmira necessita de uma
irmã, de uma filha!...
Aproveita a oportunidade
e faze o melhor!..."
(Obra citada, cap. XXV,
págs. 156 e 157.)
Texto para leitura
70. Odila passa a
ajudar em casa -
O diálogo entre Odila e
Amaro prosseguiu por
mais alguns instantes,
em que ambos confessaram
o mútuo amor que os
unia. A primeira esposa
do ferroviário
disse-lhe, então, que
via agora o horizonte
mais largo. O carinho
que se isola, a
pretexto de conservar a
ventura só para si, não
tem sentido.
"Renovemo-nos, Amaro!
Nunca é tarde para
recomeçar o bem!...
Trabalhemos,
valorizando o tempo e a
vida!...", exclamou a
renovada mulher,
enquanto seu esposo
chorava convulsivamente,
infundindo piedade...
Odila enlaçou-o com
ternura e, a convite de
Clara, todos saíram para
breve excursão em grande
jardim próximo. Os dois
cônjuges instalaram-se
em perfumado recanto
para conversarem a sós,
o que era necessário
para mais seguro ajuste
espiritual. A noite
estava linda e flores de
rara beleza vertiam do
cálice raios de
claridade diurna, como
pequeninos
reservatórios do
esplendor solar. Clara
aproveitou o ensejo para
comentar suas viagens a
outras esferas de
trabalho e realização,
exaltando em cada
narrativa o amor e a
sabedoria do Pai
Celestial.
Ao avizinhar-se o novo
dia, o grupo se
aproximou do casal, que
apresentava os rostos
pacificados e radiantes.
Amaro foi conduzido ao
seu lar, enquanto
Odila, guardada por
Clara, seguiu o grupo na
romagem de volta. A
esposa de Amaro
iniciaria naquele dia a
sua tarefa.
Às seis da manhã, Amaro
acordou em excelentes
disposições. Sem
recordar as
particularidades da
excursão, conservava no
cérebro a certeza de
que estivera com Odila
em algum lugar e a vira
reanimada e feliz.
Estava tão feliz que
sentiu até vontade de
rir e cantar... No
banheiro, cantarolou
baixinho uma canção que
lhe recordava o
primeiro casamento, e
tornou sorridente ao
quarto de dormir. Foi
então que Odila,
enlaçando-o
carinhosamente,
propôs-lhe: "Vamos,
querido! Estendamos a
nossa felicidade!
Zulmira espera por nosso
amor..." (Cap. XXIV, pp.
151 a 153)
71. Sacrifício e
felicidade -
Amaro não ouviu, mas
recebeu o apelo da
esposa, e dirigiu-se à
copa pensando em
comunicar a Zulmira o
estranho contentamento
de que se via possuído.
André observou que Odila
estremeceu um instante,
ao ver a súbita
felicidade do esposo.
Seu esforço era, de
fato, muito grande e
mostrava que a morte do
corpo não exonera o
Espírito da obrigação de
renovar-se. Ela, no
fundo, não podia
sentir, de imediato,
plena isenção de ciúme;
no entanto, aceitava o
ideal de sublimação que
se lhe implantara no
sentimento e não parecia
disposta a perder a
oportunidade do
reajuste.
Anotando-lhe a queda de
forças, Clara falou-lhe:
"Prossigamos firmes.
Todo bem que fizeres a
Zulmira redundará em
favor de ti mesma. Não
esmoreças. Ajuda-te. A
vontade, à procura do
bem, realiza milagres em
nós mesmos. O
sacrifício é o preço da
felicidade". Odila
repletou-se de energias
novas e seus olhos
brilharam outra vez.
Amaro tratou Zulmira com
carinho, e ela, já
desacostumada com isso,
espantou-se...
"Escuta! Hoje, amanheci
pensando em nós, em
nossa felicidade..." –
declarou-lhe o esposo.
"Não julgas seja tempo
de reagirmos contra o
sofrimento que nos
cerca?" Do tórax de
Amaro emanava largo
fluxo de energia
radiante, assim como um
jato de raios de luz
verde-prateada que
envolveram o busto de
Zulmira, despertando-lhe
emotividade incoercível,
e ela começou a chorar,
dando a impressão de que
os fluidos arremessados
sobre ela lhe lavavam o
coração.
A sinceridade dispõe de
recursos
característicos,
explicou Clarêncio:
"Emite forças que não
deixam margem a enganos.
O sentimento puro com
que Amaro se dirige
agora à esposa é fator
decisivo para que ela
se reerga e se cure".
(Cap. XXV, págs. 154 e
155)
72. Prece e ação
- Amaro pediu à segunda
esposa que confiasse
nele, mas Zulmira aludiu
à imagem do menino
Júlio, que não lhe saía
da lembrança. "Sinto que
o remorso me persegue",
disse-lhe a mulher. "Não
fiz tudo o que eu devia
para salvar o filhinho
que me confiaste!..."
Amaro rogou-lhe
esquecesse o passado,
asseverando que todos
pertencemos a Deus e
que a Divina Vontade
vive conosco, em toda
parte. Era
imprescindível, pois,
lutar, procurando a
vitória. Odila inspirava
o esposo, que,
envolvendo com carinho a
enferma, prosseguiu:
"Não olvides que
pertencemos aos
compromissos morais que
assumimos... O carinho
do meu caçula
significava muitíssimo
para o meu coração,
contudo, não pode ser
mais importante que o
nosso amor!...
Refaze-te! Vivamos nossa
vida!... Temos Evelina e
a nossa felicidade!..."
Zulmira sentou-se, de
olhos reanimados e
diferentes. Odila, de
fisionomia satisfeita,
dirigiu-se então ao
quarto da filha, onde,
colocando a destra sobre
a fronte da menina, que
dormia, solicitou-lhe a
presença. Findos alguns
instantes, Evelina, em
Espírito, apareceu e,
vendo a mãezinha, correu
a abraçá-la. A jovem
estava radiante e
maravilhada, e Odila
pediu-lhe que ela
ajudasse seu pai e sua
madrasta, para salvar
aquele lar. "Deus não
nos reúne – disse a
genitora – para a
indiferença ou para o
egoísmo e sim para o
serviço salutar de uns
pelos outros!..."
Evelina disse que estava
orando por todos, ao que
sua mãe, incentivando-a
à prece, declarou: "Não
olvides a prece,
querida, mas a súplica
que não age pode ser uma
flor sem perfume.
Peçamos o socorro do
Senhor, algo realizando
para contribuir em seu
apostolado divino...
Comecemos por refundir a
confiança em tua nova
mãe. Faze-te melhor para
ela... Procura-a,
desdobra-te no trabalho
de preservação da
tranquilidade
doméstica, a fim de que
Zulmira se veja segura
de teu afeto e de teu
entendimento filial..."
E ajuntou: "Uma rosa
sobre a mesa, uma
vassoura diligente, uma
peça de roupa
cuidadosamente guardada,
uma escova no lugar que
lhe compete, são
serviços de Jesus, no
santuário da família,
com os quais devemos
valorizar o pensamento
religioso... Não te
detenhas tão-somente
nas boas intenções.
Movimenta-te no trabalho
encorajador da
harmonia. Sê o anjo do
serviço em nossa casinha
singela! Zulmira
necessita de uma irmã,
de uma filha!...
Aproveita a oportunidade
e faze o melhor!..."
(Cap. XXV, págs. 156 e
157) (Continua no próximo
número.)