A Revue Spirite
de 1865
Allan Kardec
(Parte
6)
Damos prosseguimento ao
estudo da Revue
Spirite
correspondente ao ano de
1865. O texto condensado
do volume citado será
aqui apresentado em 22
partes, com base na
tradução de Júlio Abreu
Filho publicada pela EDICEL.
Questões preliminares
A. Pouco depois de
desencarnar, que disse o
dr. Demeure sobre sua
condição no mundo
espiritual?
Morto a 26 de janeiro de
1865, o doutor Demeure
comunicou-se na
Sociedade Espírita de
Paris no dia 30
seguinte, quando disse o
seguinte: “Como sou
feliz! Não sou mais
velho nem enfermo; meu
corpo era apenas um
disfarce imposto; sou
jovem e belo, belo dessa
eterna juventude dos
Espíritos cujas rugas
não mais sulcam o rosto,
cujos cabelos não
embranquecem sob a ação
do tempo”. Nos dois dias
seguintes ele
comunicou-se novamente e
revelou que já se
encontrava a postos na
ajuda aos enfermos.
(Revue Spirite de 1865,
pp. 80 a 83.)
B. Que lição nos deixou
o caso do médium
Hillaire?
Reportando-se ao caso do
médium Hillaire, que se
perdera devido à vaidade
e ao orgulho, Kardec
disse que a parte
essencial do Espiritismo
não são os fenômenos,
mas a aplicação de seus
princípios morais. É
nisto que se reconhecem
os Espíritas sinceros.
Há espíritas que,
infelizmente, não levam
esse pensamento a sério
e essa é a razão por que
nem todos os adeptos do
Espiritismo são
perfeitos. Hillaire
pertencia a essa classe,
por isso faliu. A
Providência o havia
dotado de notável
faculdade, com cujo
auxílio fez muito bem,
mas poderia fazer ainda
muito mais se não
tivesse, por sua
fraqueza, rompido a
missão.
(Obra citada, pp. 89 a
91.)
C. Por que Deus fez da
destruição recíproca dos
seres vivos uma lei e,
ao mesmo tempo, uma
necessidade essencial à
vida?
Tratando do assunto,
Kardec lembra que a
verdadeira vida, tanto
do animal, quanto do
homem, não está no
envoltório corporal;
está no princípio
inteligente que
sobrevive ao corpo. Esse
princípio inteligente –
a alma – necessita do
corpo para se
desenvolver pelo
trabalho que deve
realizar sobre a matéria
bruta. O corpo se gasta
nesse trabalho, mas a
alma, não; ao contrário,
dele sai mais forte,
mais lúcida e mais
capaz. E aduziu que,
pelo espetáculo
incessante da
destruição, Deus ensina
aos homens o pouco caso
que devem fazer do
envoltório material e
suscita neles a ideia da
vida espiritual,
fazendo-os desejá-la
como uma compensação.
(Obra citada, pág. 95.)
Texto para leitura
60. Comentando as
mensagens transmitidas
pela Sra. Foulon, Kardec
chama atenção do leitor
para dois pontos. O
primeiro é a
possibilidade, revelada
por ela, de um Espírito
passar da Terra a outro
planeta mais elevado,
desde que reúna
condições espirituais
para esse salto no
processo reencarnatório.
O segundo é a
confirmação do
ensinamento de que
depois da morte estamos
menos separados dos
entes queridos do que
durante a existência
corpórea. (Pág. 80.)
61. Morto a 26 de
janeiro de 1865, o
doutor Demeure, médico
homeopata muito distinto
em Albi, comunicou-se na
Sociedade Espírita de
Paris no dia 30
seguinte. Disse o amigo
a Kardec: “Como sou
feliz! Não sou mais
velho nem enfermo; meu
corpo era apenas um
disfarce imposto; sou
jovem e belo, belo dessa
eterna juventude dos
Espíritos cujas rugas
não mais sulcam o rosto,
cujos cabelos não
embranquecem sob a ação
do tempo”. (Págs. 80
e 81.)
62. Nos dois dias
seguintes o dr. Demeure
comunicou-se novamente e
revelou que já se
encontrava a postos na
ajuda aos enfermos.
Kardec faz a seguinte
observação: “A poucos
dias de distância, ele
cuidava dos doentes como
médico e, apenas
desencarnado, apressa-se
em ir cuidar deles como
Espírito. Que se ganha
em estar no outro mundo,
perguntarão certas
pessoas, se ali não se
goza de repouso?” Em
resposta, o Codificador
explica que a atividade
espiritual não é um
constrangimento, mas uma
necessidade, uma
satisfação para os
Espíritos, que procuram
as ocupações que tenham
ligação com suas
aptidões e possam ajudar
o seu adiantamento.
(Págs. 82 e 83.)
63. A
Revue reporta-se
ao processo que
envolveu o médium
Hillaire, de Sonnac (Charente-Inférieure),
o qual permitiu que a
vaidade e o orgulho lhe
subissem à cabeça e
acabou se perdendo.
Levado o caso ao
Tribunal, este condenou
Hillaire a um ano de
prisão e multas, embora
as testemunhas, em
número de 20, tivessem
atestado a veracidade
dos fenômenos atribuídos
ao médium. Comentando o
desfecho do lamentável
caso, Kardec diz que o
Espiritismo não saiu
apenas são e salvo
daquela prova, mas
também “com as honras da
guerra”. (Págs. 84 a
88.)
64. Em verdade, o
julgamento não proclamou
a veracidade das
manifestações de
Hillaire, mas não as
considerou fraudulentas.
O médium foi condenado
por outro motivo. Quanto
à doutrina, ali obteve
um sufrágio brilhante,
visto que – adverte
Kardec – o Espiritismo
está menos nos fenômenos
materiais do que em suas
consequências morais.
(Pág. 88.)
65. Em mensagem dirigida
especialmente aos
espíritas devotados no
caso Hillaire, Kardec
reitera que a parte
essencial do Espiritismo
não são os fenômenos,
mas a aplicação de seus
princípios morais. É
nisto que se reconhecem
os Espíritas sinceros.
Há espíritas que,
infelizmente, não levam
esse pensamento a sério
e essa é a razão por que
nem todos os adeptos do
Espiritismo são
perfeitos. Hillaire
pertencia a essa classe,
por isso faliu. A
Providência o havia
dotado de notável
faculdade, com cujo
auxílio fez muito bem,
mas poderia fazer ainda
muito mais se não
tivesse, por sua
fraqueza, rompido a
missão. (Págs. 89 a
91.)
66. Concluindo a
mensagem, Kardec
adverte: “Não podemos
condená-lo, nem
absolvê-lo; só a Deus
pertence julgá-lo por
não haver cumprido a
tarefa até o fim”.
“Irmãos, estendamo-lhe a
mão de socorro e oremos
por ele.” (Pág. 91.)
67. Na seção de livros,
a Revue noticia o
lançamento do livro
Um Anjo do Céu na Terra,
escrito por Benjamin
Mossé, rabino em Avignon,
no qual a caridade é
ensinada pelos mais
tocantes fatos.
(Págs. 91 a 94.)
68. O número de abril
focaliza logo na
abertura o tema
destruição recíproca dos
seres vivos, uma lei
natural que não parece,
à primeira vista,
conciliar-se com a
bondade de Deus. O que
se pergunta é: Por que o
Criador lhes teria feito
uma necessidade se
entredestruírem para se
alimentarem uns à custa
dos outros? (Pág.
95.)
69. Ora, responde
Kardec, a verdadeira
vida, tanto do animal,
quanto do homem, não
está no envoltório
corporal; está no
princípio inteligente
que sobrevive ao corpo.
Esse princípio
inteligente – a alma –
necessita do corpo para
se desenvolver pelo
trabalho que deve
realizar sobre a matéria
bruta. O corpo se gasta
nesse trabalho, mas a
alma, não; ao contrário,
dele sai mais forte,
mais lúcida e mais
capaz. (Pág. 95.)
70. Pelo espetáculo
incessante da
destruição, Deus ensina
aos homens o pouco caso
que devem fazer do
envoltório material e
suscita neles a ideia da
vida espiritual,
fazendo-os desejá-la
como uma compensação.
(Pág. 95.)
(Continua no próximo
número.)