À procura da ideia
original
Augusto Álvaro de
Carvalho Aranha
O homem demanda, embora
surdo e lento,
A verdade que o busca,
viva e certa;
Mas dorme na ilusão a
que se oferta,
No garimpo interior do
pensamento.
Iludido, cansado,
desatento,
Crendo no acaso, um dia
brilha e acerta...
Muda-se então a vida em
luz aberta
Pela fulguração de um só
momento.
O súbito clarão de uma
faísca
Explode no horizonte
azul e risca
O alto manto do céu em
que se enfiara...
Assim, a ideia nova em
nossa mente
Eclode num lampejo
incandescente
E abre caminho pelo
mundo afora...
Augusto Álvaro de
Carvalho Aranha nasceu
em Aracaju (SE) em 30 de
janeiro de 1876 e
faleceu no Rio de
Janeiro em 30 de março
de 1928.
Além de poeta, foi
promotor e juiz de
Direito em algumas
cidades do interior
paulista. Colaborou em
inúmeros órgãos da
imprensa de Sergipe,
Pernambuco, Rio e S.
Paulo e foi sócio do
Instituto Histórico e
Geográfico de S. Paulo.
O soneto acima integra o
livro Antologia dos
Imortais, obra
psicografada pelos
médiuns Francisco
Cândido Xavier e Waldo
Vieira.