CELSO MARTINS
limb@sercomtel.com.br
Rio de Janeiro,
RJ (Brasil)
Espiritismo e
política
Quando me
perguntam como
ficamos os
espíritas na
hora das
eleições,
respondo o que
qualquer
espírita
responderia: o
espírita
continua
procurando
seguir os
ensinos e os
exemplos de
Jesus quando
declarou o
famoso texto, lá
em O Novo
Testamento:
Dai a César o
que é de César e
a Deus o que é
de Deus;
isto porque
alguns fariseus
o testavam na
questão dos
impostos que o
povo deveria
pagar a Roma e
mesmo ao
reizinho
Herodes. E na
hora de pagar
impostos,
ninguém deve
ficar contente
em tirar do
bolso dinheiro
que nem sempre
será revertido
para o bem-estar
do povo em
geral.
Antes de ser
espírita, sou um
cidadão e, como
cidadão, voto
neste ou naquele
candidato que, a
meu ver, não me
trairá nem
trairá quem mais
lhe tenha dado o
voto. Caso eu
mesmo tivesse
tendência para
exercer cargos
eletivos, como
cidadão poderia
fazê-lo
tornando-me
candidato por um
partido que mais
se afinasse com
as minhas
opiniões de
espírita.
Assim
procedendo,
estaria dando
(como de fato
tenho dado) o
que é de César,
o que é do mundo
em que estou de
passagem num
corpo de mais
ossos do que
carne (45 kg
para 1,65m de
altura).
Relativamente à
parte de Deus,
penso que assim
eu a ela atendo
na medida em que
procuro viver,
como posso,
outro ensino de
Jesus quando
declarou a
síntese do amar
a Deus sobre
todas as coisas
e ao meu
semelhante, ao
meu próximo,
inclusive dentro
do meu lar e
mesmo em relação
aos que se dizem
meus possíveis
inimigos, como
acho que a mim
mesmo eu me
amo.
É possível que
esteja agindo
errado, mas é
assim que tenho
buscado viver e
me retificaria
se agora, já,
alguém mais
experiente e de
boa vontade me
esclarecesse o
assunto. Desde
já agradeço de
coração, pois
quero errar
menos...
Agora um ponto é
pacífico entre
nós, os
espíritas: o
espírita vota e
pode ser votado,
se for o caso de
ele postular um
cargo eletivo,
como a Lei
permite. O
espírita tem o
seu
livre-arbítrio
para votar em
quem quiser. O
Centro Espírita
não indica este
ou aquele
candidato, este
ou aquele
partido. Isto
fica por conta
do cidadão
espírita. Da
mesma forma, a
tribuna espírita
jamais será
usada para
propaganda
política. Não é
da mesa de uma
palestra que
alguém irá
proferir um
discurso em
favor ou
contrário a A, a
B ou a C. Não é
a tribuna
espírita um
palanque
eleitoral. Isso
se chama
político-partidária,
o que não há no
meio espírita...
Podemos até na
vivência
espírita
discutirmos a
política como
discutimos a
reencarnação, a
mediunidade, o
abortamento
criminoso, os
transgênicos, a
situação dos
sem-terra, a
estupidez da
guerra. Sim,
podemos e
devemos discutir
estes temas,
claro que em
alto nível, quer
dizer, com
educação e
fraternidade.
Mas a isto o
nome certo é
política como
aquela arte,
aquela ciência
de administrar.
Não discutimos
político-partidária.
Isto foge do
âmbito do meio
espírita. Por
isso mesmo
nenhum candidato
poderá dizer-se
indicado pelos
espíritas porque
esta indicação
jamais partirá
de um Centro ou
do meio
espírita.