MARCELO BORELA DE
OLIVEIRA
mbo_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná
(Brasil)
Entre a Terra e o Céu
André Luiz
(Parte
21)
Continuamos a apresentar
o
estudo da obra
Entre a Terra e o Céu,
de André Luiz,
psicografada pelo médium
Francisco Cândido Xavier
e
publicada em 1954 pela
Federação Espírita
Brasileira.
Questões preliminares
A. O encontro com a mãe
desencarnada produziu
algum efeito em Evelina?
Sim. Evelina despertou
muito feliz, pois
guardava lembrança
nítida do encontro.
"Sonhei com Mãezinha!”,
disse ela. “Via-a tão
nítida, como se ainda
estivesse conosco.
Afirmou que necessitamos
de amor e recomendou
seja eu para Zulmira a
filha que ela não
tem!... Ah! que
felicidade!... Mamãe
ouviu minhas preces!" Ao
ouvir tais palavras, a
mãe (Odila) começou a
chorar entre o
reconhecimento e o
regozijo. Clara
abraçou-a e disse-lhe:
"Chora, minha filha!
Chora de júbilo! Em
verdade, quando o amor
sublime penetra em nosso
coração, a luz do Senhor
passa a reger os passos
de nossa vida".
(Entre a Terra e o Céu,
cap. XXV, pp. 158 e
159.)
B. Odila conseguiu
reencontrar seu filho
Júlio?
Sim. Com a mudança de
pensamento e atitude,
ela adquiriu o
merecimento
indispensável para
recuperar o filhinho,
cujo futuro poderia, a
partir de então,
orientar. Seria a
primeira vez, depois da
morte física, que ela
iria ao Lar da Bênção,
onde o filho se
encontrava.
(Obra citada, cap. XXVI,
pp. 160 e 161.)
C. Por que doía ainda a
garganta de Júlio?
Doía porque ele tinha a
glote extensamente
ferida. Como Odila disse
não compreender aquela
úlcera tão grande no
filho, Clara pediu a
Clarêncio que elucidasse
o caso, e o Ministro
ponderou, cauteloso:
"Sim, nossa irmã, como é
natural, encontrará pela
frente variados
problemas ligados ao
caminho de elevação que
lhe é próprio.
Achamo-nos todos
infinitamente longe do
Céu que fantasiávamos na
Terra e cada qual de nós
detém consigo
deficiências que será
preciso superar. O
passado reflete-se no
presente". E, sorrindo,
acrescentou: "Nosso
destino é assim como o
rio. Por mais
diferenciado se
encontre, à distância da
nascente que lhe dá
origem, está sempre
ligado a ela pela
corrente em ação
contínua..."
(Obra citada, cap. XXVI,
pp. 162 a 164.)
Texto para leitura
73. Efeito da ação
espiritual -
Evelina, com indefinível
contentamento a
iluminar-lhe o rosto,
enlaçou a mãezinha com
extremada ternura e
beijou-a, muitas vezes.
Logo após, acordou
deslumbrada. A jovem
teve a impressão de
estar descendo do céu, e
a imagem da mãe,
carinhosa e bela,
ocupava-lhe toda a
mente. Sob a inspiração
de Odila, ela passou
pela copa e chegou junto
da madrasta,
oferecendo-lhe pequena
bandeja com a leve
refeição da manhã. Amaro
e Zulmira receberam-na,
encantados. "Meu Deus –
exclamou a doente,
sorrindo –, tenho a
impressão de que um anjo
penetrou nossa casa.
Tudo hoje amanheceu
contentamento e bom
ânimo!..." Evelina
reuniu os dois cônjuges
num só abraço e contou:
"Sonhei com Mãezinha!
Via-a tão nítida, como
se ainda estivesse
conosco. Afirmou que
necessitamos de amor e
recomendou seja eu para
Zulmira a filha que ela
não tem!... Ah! que
felicidade!... Mamãe
ouviu minhas preces!"
Amaro ouviu, feliz, a
informação, guardando
consigo, contudo, as
recordações da noite, e
Zulmira abafou as
próprias reminiscências,
para aderir com toda a
alma ao otimismo daquele
abençoado momento de paz
e renovação: "Sem dúvida
alguma, Odila deve ser o
nosso gênio protetor...
É muita alegria nesta
manhã para que a nossa
ventura seja simples
sonho ou mera
coincidência!" Ao ouvir
tal testemunho, tocada
em suas fibras mais
recônditas, Odila
começou a chorar entre o
reconhecimento e o
regozijo. Clara
abraçou-a e disse-lhe,
humilde: "Chora, minha
filha! Chora de júbilo!
Em verdade, quando o
amor sublime penetra em
nosso coração, a luz do
Senhor passa a reger os
passos de nossa vida".
(Cap. XXV, págs. 158 e
159)
74. No Lar da
Bênção - Com a
alegria no lar de Amaro,
Odila estava
evidentemente feliz.
Perguntando a Clara se
havia agido
corretamente, a
instrutora conchegou-a
de encontro ao coração e
disse, terna: "Venceste,
valorosa; compreendeste
o santo dever do amor.
Abençoarás para sempre
este maravilhoso dia de
renúncia e doação de ti
mesma". Odila, que
chorava copiosamente,
informou que seu pranto
não era de sofrimento:
"Sinto-me agora leve e
feliz... como não
compreendia eu assim,
antes?!..." Clara
elucidou então: "Sim,
perdeste peso
espiritual,
habilitando-te à
elevação de nível.
Nossas paixões
inferiores imantam-nos à
Terra, como o visco
prende o pássaro a
distância das
alturas..." Em seguida,
afagando-a, acentuou:
"Vamos! Deste agora o
amor puro e, por isso, o
amor puro não te
faltará. De ora em
diante, o teu coração
permanecerá em serviço
dos anjos guardiães de
nossos destinos, que
velam por nós
abnegadamente,
esperando-nos na Vida
Mais Alta. Cedendo o
carinho de teu
companheiro à outra
mulher, de cuja
colaboração necessita
ele para redimir-se,
conquistaste nele novo
patrimônio de
afetividade, e,
aproximando a filhinha
daquela a quem devemos
querer como irmã,
adquiriste o merecimento
indispensável para
recuperar o filhinho,
cujo futuro poderás
orientar... Hoje mesmo,
estarás ao lado de teu
Júlio..." Odila,
transfigurada, estampou
no semblante a luz da
felicidade que lhe fluía
do mundo interior. Seria
a primeira vez, depois
da morte física, que ela
iria ao Lar da Bênção,
onde estava seu filho
Júlio. Na viagem, Odila
se admirou com os
surpreendentes jogos da
luz e, ao chegar ao Lar,
extasiou-se na
contemplação das
centenas de crianças que
brincavam festivamente.
(Cap. XXVI, págs. 160 e
161)
75. O encontro com
Júlio -
Acompanhando Clarêncio,
o grupo atingiu a
residência de Blandina,
que os acolheu com a
gentileza habitual.
Atraída pelo grande
berço, Odila
precipitou-se sobre o
menino enfermo,
bradando, alarmada: "Meu
filho! Júlio! Meu
filho!..." A Sabedoria
Universal colocou, sem
dúvida, imperscrutáveis
segredos no carinho
materno. Existe algo de
milagroso e divino nos
laços que unem mães e
filhos que, por
enquanto, não podemos
apreender. Júlio, ao ver
a mãe, transformou-se,
de súbito. Indefinível
expressão de felicidade
cobriu-lhe o semblante:
"Mãe! Mãe!...", gritou,
respondendo. Os dois se
abraçaram e Odila
retirou-o do leito,
beijando-o enternecida.
Depois, quando a
emotividade asserenou,
ela sentou-se ao lado
dos benfeitores
espirituais, com o filho
ao colo, que lhe contou
como doía a garganta,
mostrando-lhe a glote
extensamente ferida.
Odila, sem compreender
bem a posição orgânica
do filho, nada falou;
contudo, Clara
considerou: "Esperamos
localizar nossa amiga no
Parque, por algum tempo,
e, certo, sentirá prazer
em encarregar-se do
pequenino". Blandina
apoiou a ideia e disse
que a Escola das Mães
apresentava vastas
disponibilidades; não
lhe faltariam os
recursos... Odila disse
não compreender aquela
úlcera tão grande em
Júlio, sem o corpo de
carne... Clara pediu a
Clarêncio que elucidasse
o caso, e o Ministro
ponderou, cauteloso:
"Sim, nossa irmã, como é
natural, encontrará pela
frente variados
problemas ligados ao
caminho de elevação que
lhe é próprio.
Achamo-nos todos
infinitamente longe do
Céu que fantasiávamos na
Terra e cada qual de nós
detém consigo
deficiências que será
preciso superar. O
passado reflete-se no
presente". E, sorrindo,
acrescentou: "Nosso
destino é assim como o
rio. Por mais
diferenciado se
encontre, à distância da
nascente que lhe dá
origem, está sempre
ligado a ela pela
corrente em ação
contínua..." Em
resposta a Clarêncio,
Odila disse que
procuraria compreender,
para poder amparar o
filho com todos os
cuidados indispensáveis
ao seu bem-estar. "Sinto
que a felicidade –
acrescentou ela – pode
ser conquistada no mundo
a que fomos trazidos
pela renovação...
Trabalharei quanto
estiver ao meu alcance
para ver Júlio
integralmente refeito".
(Cap. XXVI, págs. 162 a
164) (Continua no próximo
número.)