O leitor Geovani Oliveira,
de Mutuípe (BA), diz-nos que
soube que sua faculdade
mediúnica é intuitiva e, em
face disso, pergunta-nos
como se processa essa
mediunidade e como
desenvolvê-la de forma que
não haja confusão entre seu
pensamento e a intuição em
si.
O assunto foi tratado nesta
revista na edição 118, que o
leitor pode acessar por meio
deste link:
http://www.oconsolador.com.br/ano3/118/esde.html
No estudo mencionado
aprendemos que, sendo a
mediunidade, basicamente, um
processo de comunicação que
tem no médium o seu
instrumento de
intermediação, não é difícil
entender que a mensagem
comunicada sofrerá sempre
uma maior ou menor
influência do medianeiro.
Em “O Livro dos Médiuns”, no
item 223, Kardec ensina que
o médium é considerado
passivo quando não mistura
suas próprias ideias com as
do Espírito que se comunica,
mas a passividade absoluta
não existe, visto que o
papel do médium nunca é
inteiramente nulo e seu
concurso é sempre
indispensável, ainda que se
trate de médiuns mecânicos.
No caso do médium intuitivo,
o Espírito comunicante
utiliza-se do medianeiro
para transmitir a mensagem,
identificando-se com ele e
imprimindo-lhe sua vontade e
suas ideias. Esse gênero de
mediunidade permite ao
médium tomar conhecimento
prévio do que vai escrever,
fato que não ocorre no caso
dos médiuns mecânicos, em
que o Espírito comunicante
age diretamente sobre a mão
do médium, impulsionando-a.
Com respeito ao
desenvolvimento mediúnico em
si, assunto que tratamos
nesta mesma seção nas
edições 39 e 41 de nossa
revista, reiteramos que a
primeira necessidade do
médium é evangelizar-se a si
mesmo, antes de entregar-se
às grandes tarefas
doutrinárias, pois de outro
modo poderá esbarrar sempre
com o fantasma do
personalismo, em detrimento
de sua missão.
O médium eficiente é aquele
trabalhador que melhor se
harmoniza com a vontade do
Pai Celestial, cultivando as
qualidades que atraem os
bons Espíritos e
destacando-se pelo cultivo
sincero da humildade e da
fé, do devotamento e da
confiança, da boa vontade e
da compreensão.
Segundo o que Kardec
escreveu em “O Livro dos
Médiuns”, as qualidades que
atraem os bons Espíritos
são: I. a bondade. II. a
benevolência. III. a
simplicidade do coração. IV.
o amor ao próximo. V. o
desprendimento das coisas
materiais. Os defeitos
opostos a essas qualidades,
evidentemente, os afastam.
Para Yvonne A. Pereira, o
melhor meio de desenvolver a
mediunidade é não se
preocupar com o seu
desenvolvimento, mas
preparar-se moral e
mentalmente para poder
assumir o compromisso de se
tornar médium desenvolvido.
E esse preparo não poderá
ser rápido. Chico Xavier
tinha pensamento semelhante.
O desenvolvimento da
mediunidade, dizia ele, deve
ser o burilamento da
criatura em si, porque o
aperfeiçoamento do
instrumento naturalmente
permitirá ao Espírito
comunicante manifestar-se em
melhores condições.
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