ROGÉRIO COELHO
rcoelho47@yahoo.com.br
Muriaé, Minas Gerais (Brasil)
Obsessão:
estreito
comércio de dor
A oração é o
melhor recurso a
ser utilizado em
favor dos
Espíritos
vinculados aos
processos
obsessivos
“(...)
Concilia-te
depressa com o
teu adversário,
enquanto estás
no caminho com
ele...”
- Jesus (Mateus,
5:25).
Aprendemos com
Allan Kardec
que obsessão “é
a ação
persistente que
um Espírito mau
exerce sobre um
indivíduo”.
Ele classificou
os processos
obsessivos em
três níveis, que
denominou:
1 - Obsessão
Simples;
2 – Fascinação;
3 – Subjugação.
De um modo geral,
os processos
obsessivos
obedecem a um
regime de
vingança,
envolvendo
experiências
vividas pelo
algoz e a vítima
que permutam
suas posições às
vezes por muitas
e muitas
reencarnações,
até que lucilem
em suas mentes
atormentadas as
primeiras ideias
de perdão.
O incomparável
Mestre Lionês
utilizou-se do
vocábulo “obsession
simple” para
caracterizar o
primeiro patamar
do processo
obsessivo pela
pobreza da
linguagem
humana, pois, na
verdade, mesmo
por trás desse
estágio está
toda uma
complexa rede
armada pelo
Espírito mau em
desforço.
Segundo Kardec,
“Deus permite
os processos
obsessivos para
punir os que a
seu turno
praticaram o
mal, ou, se tal
não ocorreu, por
haverem faltado
com a
indulgência e a
caridade, não
perdoando.
Importa,
conseguintemente,
do ponto de
vista da
tranquilidade
futura, que cada
um repare,
quanto antes, os
agravos que haja
causado ao seu
próximo, que
perdoe aos seus
inimigos, a fim
de que, antes
que a morte lhe
chegue, esteja
apagado qualquer
motivo de
dissensão, toda
causa fundada de
ulterior
animosidade. Por
essa forma, de
um inimigo
encarniçado
neste mundo se
pode fazer um
amigo no outro;
pelo menos, o
que assim
procede põe de
seu lado o bom
direito e Deus
não consente que
aquele que
perdoou sofra
qualquer
vingança”.
Quando Jesus
mostrava a
conveniência da
urgente
reconciliação
com o
adversário, Ele
estava mostrando
o roteiro seguro
não só para a
imediata
erradicação do
mal, como também
a profilaxia
para evitarmos,
nas
reencarnações
futuras, as
alienantes
malhas dos
processos
obsessivos, vez
que a obsessão
se nutre das
atitudes
apartadas do Seu
Evangelho, isto
é, das
ocorrências de
situações de
beligerância
bilateral entre
o agente
perturbador e a
vítima
perturbada,
ambos em regime
de sintonia por
comunhão mental
na mesma faixa
de vibração.
Para que o “parasita
espiritual’”
possa ligar-se
ao “hospedeiro
humano”, é
indispensável
que ambos se
completem ou se
harmonizem, por
interdependência,
embora os
propósitos do
invasor tenham
características
específicas,
invariavelmente
de desforço ou
viciação.
RECURSOS
TERAPÊUTICOS
Ensina Kardec
que a oração é o
melhor recurso a
ser utilizado em
favor dos
Espíritos
vinculados aos
processos
obsessivos –
algoz e vítima.
Em plena
concordância com
o Codificador,
Joanna de
Ângelis
ensina:
“Toda
obsessão
decorre, como
sabemos, por
fatores de
vingança e
sintonia. Se
desejas ajudar
aqueles que se
encontram sob as
vigorosas
tenazes da
obsessão,
mergulha o
Espírito nos
sublimes rios da
oração, donde
vertem as
consoladoras
claridades da
paz, a fim de
que não
desfaleças no
empreendimento
almejado...
Lidar com
obsessos e
obsessores é
tarefa
sacrificial que
demanda
paciência e
humildade como
normativas
disciplinantes.
Nem sempre
conseguirás
lograr
resultados
imediatos. O que
te possa
afigurar como
libertação não
passará, muitas
vezes, de pausa
para recidiva
mais cruel,
avassaladora...
Um coração
tranquilo e uma
conduta reta
devem
oferecer-te
bases de
segurança para
que te não
enleies nas
teias sutis e
perigosas em que
se enrodilham
algoz e vítima,
em processo de
resgate
punitivo.
Diante de
obsidiados, não
consideres
apenas o
problema do
encarnado. O
companheiro
sofredor, cuja
aflição te punge
o coração
sensível, é
alguém que a
consciência da
lei alcançou. É
imprescindível
considerar a
questão pelo
ângulo do
desencarnado.
O cobrador de
agora é o lesado
de ontem.
Imantados por
necessidade
evolutiva,
jornadeiam ao
longo do tempo,
em processo de
ajustamento
psíquico.
Não penses no
perseguidor como
quem da
enfermidade
enxerga apenas a
chaga purulenta
a tresandar
miasmas. Nem
pretendas
penetrar as
raízes profundas
da animosidade,
a pretexto de
elucidação.
Se doutrinas os
desencarnados
nas experiências
de assistência
psíquica ou se
aplicas passes
nos enfermos,
morigera-te e
mantém o
espírito
pacífico. Em
silêncio,
distende a
bondade,
compreendendo
que todos, por
enquanto, com
raríssimas
exceções, somos
Espíritos
endividados em
batalha
redentora.
(...) Serenado o
processo
obsessivo,
raramente está
liquidado o
compromisso
negativo. A
interferência
divina não anula
débitos, pois
que exige do
convalescente
espiritual o
atestado, por
atos, de
trabalho
edificante, em
prol da paz
geral.
Indispensável,
portanto, a
atuação direta
do paciente, em
exercícios de
amor e luta,
arrebentando
amarras e
desatando nós
que o vinculam à
retaguarda. Em
qualquer mister
de desobsessão a
que te apliques,
não esqueças de
que eles, os que
te ouvem,
seguirão os teus
passos sem que
os vejas, sem
que os ouças,
vendo-te e
ouvindo-te.
Considerando os
atormentados na
senda humana por
onde segues,
lembra-te de
Jesus. Ele não
Se impôs a
ninguém. Não
pretendeu
transformar
ninguém num só
golpe. Semeou a
Sua mensagem de
amor, amando sem
queixas e sem
imposições de
qualquer
natureza,
espalhando,
através da
renunciação aos
gozos terrenos,
as bases da
felicidade e da
paz”.
- KARDEC, Allan.
O Evangelho
seg. o
Espiritismo.
125. ed. Rio:
FEB, 2006, cap.
XXVIII, item 81;
e A Gênese
cap. XIV,
item 45.
- KARDEC, Allan.
O Evangelho
seg. o
Espiritismo.
125. ed. Rio:
FEB, 2006, cap.
X, item 6.