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Clássicos do Espiritismo
Ano 3 - N° 150 - 21 de Março de 2010

ANGÉLICA REIS
a_reis_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)
 
 

Memórias do Padre Germano

Amália Domingo Sóler

(Parte 12)

Damos continuidade nesta edição ao estudo do clássico Memórias do Padre Germano, que será aqui estudado em 20 partes. A fonte do estudo é a 21ª edição do livro, publicada pela Federação Espírita Brasileira.

Questões preliminares

A. Como se deu o ingresso de Germano no convento?

O menino tinha, à época, notória aversão pelos frades e fugia deles, mas um dia, errando o caminho, penetrou um grande salão rodeado de estantes pejadas de livros, pergaminhos e papiros, onde dois monges liam. Acercando-se do monge mais velho, o menino lhe disse: “Quero ler como vós; quereis ensinar-me?” O velho monge encarou o rapazinho, enquanto seu companheiro lhe dizia: “É este o menino enjeitado, do qual já vos tenho falado mais de uma vez”. A partir daquele dia Germano passou a viver na abadia. (Memórias do Padre Germano, pág. 211.)

B. Que é que Padre Germano falou sobre a Igreja em seu primeiro sermão como sacerdote?

Primeiro, referindo-se aos sacerdotes, disse que eles eram homens como os outros homens, e às vezes mais viciosos que a generalidade das pessoas. Criticou em seguida, acerbamente, o celibato sacerdotal e o instituto da confissão e, por fim, previu que a Igreja sucumbiria, ao peso enorme dos seus vícios. (Obra citada, pp. 214 a 216.)

C. Ao fim do sermão, Germano foi censurado por seus colegas?

Não. Quando o sermão terminou, a multidão tomou de assalto a escada do púlpito para abraçá-lo, e até os Penitentes Negros deixaram de fitá-lo com rancor. (Obra citada, pp. 216 e 217.)

Texto para leitura  

95. Germano já tinha, à época, notória aversão pelos frades e fugia deles; mas um dia, errando o caminho, penetrou um grande salão rodeado de estantes pejadas de livros, pergaminhos e papiros, onde dois monges liam. Acercando-se do monge mais velho, o menino lhe disse: “Quero ler como vós; quereis ensinar-me?” (P. 211)

96. O velho monge encarou o rapazinho, enquanto seu companheiro lhe dizia: “É este o menino enjeitado, do qual já vos tenho falado mais de uma vez”. A partir daquele dia Germano passou a viver na abadia, onde a vida era muito triste, de uma monotonia insuportável, só amenizada com a presença dos pais de Sultão, Leão e Zoa, visto que os demais habitantes do convento nunca lhe dirigiram qualquer palavra de conforto. (P. 211)

97. Naqueles tempos o saber residia nos conventos e Germano queria ser sábio a todo o transe; por isso, consumiu a sua infância e a sua juventude lendo todos os livros que havia na biblioteca da abadia, chegando a decorá-los. Aos dezesseis anos, um discurso em que refutava todos os silogismos teológicos valeu-lhe severíssima reprimenda de seus superiores. O fato repetiu-se no ano seguinte, quando Germano teve, de acordo com o regulamento do ensino, que pronunciar um novo discurso, que lhe proporcionou um ano de reclusão a pão e água. (P. 212)

98. Poucos dias antes de celebrar, pela primeira vez, o sacrifício da missa, o mesmo monge que o acolheu na abadia chamou-o à sua cela para aconselhar-lhe prudência, visto que, se não refreasse os ímpetos do seu caráter, pouco viveria. (P. 212)

99. “Serei -- respondeu-lhe Germano -- fiel à Igreja sem trair meus sentimentos.” O monge, que revelou ser um grande amigo,  advertiu-o: “Recorda-te de que, agindo desse modo, tua vida será como o caminho do Calvário, além de ser estéril teu sacrifício”. (P. 212)

100. Na hora de iniciar o sermão, perante uma multidão imensa, parecia que línguas de fogo lhe caíam sobre a cabeça e Germano acabou falando por mais de três horas. Quando falou sobre o que eram os sacerdotes, todos os monges se puseram de pé, ameaçadores, mas o pároco não se intimidou e, entre outras coisas, disse que o sacerdote “é um homem como outro qualquer, às vezes mais vicioso que a generalidade dos homens”. (P. 214)

101. Criticando acerbamente o celibato sacerdotal e o instituto da confissão, Germano asseverou que seria “um dos enviados da nova religião, porque -- não o duvideis -- a nossa Igreja sucumbirá, cairá... ao peso enorme dos seus vícios”. (PP. 215 e 216)

102. No momento em que lembrou as palavras de Jesus sobre as criancinhas, algumas crianças adormecidas no colo de suas mães despertaram e voltaram-se para ele, e uma delas em especial lhe atraiu a atenção: uma menina de três anos que lhe estendeu naquele momento as mãozinhas. Era a menina pálida dos cabelos negros, que dez anos depois, na adolescência, confessaria seu amor impossível pelo Padre. (PP. 216 e 217)

103. Quando o sermão terminou, a multidão tomou de assalto a escada do púlpito para abraçá-lo, e até os Penitentes Negros deixaram de fitá-lo com rancor. (P. 217) (Continua na próxima edição.)


 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita