ANGÉLICA
REIS
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Londrina, Paraná
(Brasil)
Memórias
do Padre Germano
Amália Domingo Sóler
(Parte
12)
Damos continuidade nesta edição
ao
estudo do clássico
Memórias do Padre
Germano,
que será aqui estudado
em 20 partes.
A fonte do estudo é a
21ª edição do livro,
publicada pela Federação
Espírita Brasileira.
Questões preliminares
A. Como se deu o
ingresso de Germano no
convento?
O menino tinha, à época,
notória aversão pelos
frades e fugia deles,
mas um dia, errando o
caminho, penetrou um
grande salão rodeado de
estantes pejadas de
livros, pergaminhos e
papiros, onde dois
monges liam.
Acercando-se do monge
mais velho, o menino lhe
disse: “Quero ler como
vós; quereis
ensinar-me?” O velho
monge encarou o
rapazinho, enquanto seu
companheiro lhe dizia:
“É este o menino
enjeitado, do qual já
vos tenho falado mais de
uma vez”. A partir
daquele dia Germano
passou a viver na
abadia.
(Memórias do Padre
Germano, pág. 211.)
B. Que é que Padre
Germano falou sobre a
Igreja em seu primeiro
sermão como sacerdote?
Primeiro, referindo-se
aos sacerdotes, disse
que eles eram homens
como os outros homens, e
às vezes mais viciosos
que a generalidade das
pessoas. Criticou em
seguida, acerbamente, o
celibato sacerdotal e o
instituto da confissão
e, por fim, previu que a
Igreja sucumbiria, ao
peso enorme dos seus
vícios.
(Obra citada, pp. 214 a
216.)
C. Ao fim do sermão,
Germano foi censurado
por seus colegas?
Não. Quando o sermão
terminou, a multidão
tomou de assalto a
escada do púlpito para
abraçá-lo, e até os
Penitentes Negros
deixaram de fitá-lo com
rancor.
(Obra citada, pp. 216 e
217.)
Texto para leitura
95. Germano já tinha, à
época, notória aversão
pelos frades e fugia
deles; mas um dia,
errando o caminho,
penetrou um grande salão
rodeado de estantes
pejadas de livros,
pergaminhos e papiros,
onde dois monges liam.
Acercando-se do monge
mais velho, o menino lhe
disse: “Quero ler como
vós; quereis
ensinar-me?” (P. 211)
96. O velho monge
encarou o rapazinho,
enquanto seu companheiro
lhe dizia: “É este o
menino enjeitado, do
qual já vos tenho falado
mais de uma vez”. A
partir daquele dia
Germano passou a viver
na abadia, onde a vida
era muito triste, de uma
monotonia insuportável,
só amenizada com a
presença dos pais de
Sultão, Leão e Zoa,
visto que os demais
habitantes do convento
nunca lhe dirigiram
qualquer palavra de
conforto. (P. 211)
97. Naqueles tempos o
saber residia nos
conventos e Germano
queria ser sábio a todo
o transe; por isso,
consumiu a sua infância
e a sua juventude lendo
todos os livros que
havia na biblioteca da
abadia, chegando a
decorá-los. Aos
dezesseis anos, um
discurso em que refutava
todos os silogismos
teológicos valeu-lhe
severíssima reprimenda
de seus superiores. O
fato repetiu-se no ano
seguinte, quando Germano
teve, de acordo com o
regulamento do ensino,
que pronunciar um novo
discurso, que lhe
proporcionou um ano de
reclusão a pão e água.
(P. 212)
98. Poucos dias antes de
celebrar, pela primeira
vez, o sacrifício da
missa, o mesmo monge que
o acolheu na abadia
chamou-o à sua cela para
aconselhar-lhe
prudência, visto que, se
não refreasse os ímpetos
do seu caráter, pouco
viveria. (P. 212)
99. “Serei --
respondeu-lhe Germano --
fiel à Igreja sem trair
meus sentimentos.” O
monge, que revelou ser
um grande amigo,
advertiu-o: “Recorda-te
de que, agindo desse
modo, tua vida será como
o caminho do Calvário,
além de ser estéril teu
sacrifício”. (P. 212)
100. Na hora de iniciar
o sermão, perante uma
multidão imensa, parecia
que línguas de fogo lhe
caíam sobre a cabeça e
Germano acabou falando
por mais de três horas.
Quando falou sobre o que
eram os sacerdotes,
todos os monges se
puseram de pé,
ameaçadores, mas o
pároco não se intimidou
e, entre outras coisas,
disse que o sacerdote “é
um homem como outro
qualquer, às vezes mais
vicioso que a
generalidade dos
homens”. (P. 214)
101. Criticando
acerbamente o celibato
sacerdotal e o instituto
da confissão, Germano
asseverou que seria “um
dos enviados da nova
religião, porque -- não
o duvideis -- a nossa
Igreja sucumbirá,
cairá... ao peso enorme
dos seus vícios”. (PP.
215 e 216)
102. No momento em que
lembrou as palavras de
Jesus sobre as
criancinhas, algumas
crianças adormecidas no
colo de suas mães
despertaram e
voltaram-se para ele, e
uma delas em especial
lhe atraiu a atenção:
uma menina de três anos
que lhe estendeu naquele
momento as mãozinhas.
Era a menina pálida
dos cabelos negros,
que dez anos depois, na
adolescência,
confessaria seu amor
impossível pelo Padre.
(PP. 216 e 217)
103. Quando o sermão
terminou, a multidão
tomou de assalto a
escada do púlpito para
abraçá-lo, e até os
Penitentes Negros
deixaram de fitá-lo com
rancor. (P. 217)
(Continua na próxima
edição.)