DAVILSON SILVA
davsilva.sp@gmail.com
São Paulo, SP (Brasil)
Um vício
difícil de vencer
Qual o melhor meio de se
combater este escolho: o
Egoísmo? Longe de
diminuir, ele cresce com
as civilizações que o
estimulam. O egoísmo
será banido da Terra? Os
Espíritos disseram que
ele é necessário para
que o mal que causa faça
compreender a
necessidade de sua
erradicação da sede dos
sentimentos, das
emoções, da
consciência.
O egoísmo constitui o
mais inexorável de todos
os vícios.
(1)
De todas as imperfeições
humanas, essa é a mais
difícil de extinguir por
causa da influência
ainda muito forte da
matéria, entranhada no
homem, da qual ele se
encontra bem próximo,
não podendo se libertar
facilmente desse
predomínio. O egoísmo,
ou amor excessivo ao bem
próprio sem considerar
os interesses alheios,
pode ser vencido sim;
tudo depende de uma
força: a
espiritualização de nós
mesmos.
O egoísmo também tem a
ver com o conceito
elevado que se dá à
personalidade. Conforme
a criatura humana se
espiritualiza, vê nele o
seu
verdadeiro inimigo e
procura combatê-lo.
Tudo, porém, concorre
para o domínio do
egoísmo sobre a
humanidade através de
suas leis, de suas
organizações sociais e
educativas; o melhor
meio de se combater essa
chaga da humanidade é
deixarmos de dar aquela
excessiva importância ao
bem próprio,
reconhecendo de fato o
que moralmente
representamos. Assim é
que se começa a dar
combate ao egoísmo que
faz com que a criatura
só pense em si,
exclusivamente em si.
Enquanto do egoísmo se
deriva todo o mal que de
Deus afasta o homem, as
virtudes Dele aproximam.
A virtude, o oposto
desse grave defeito da
alma que inclina o ser
humano a atitudes
negativas, é um
sentimento que o
impulsiona a considerar
o próximo, a pesquisar
as nossas próprias
imperfeições. Lembremos
daquele sábio conselho
de um conhecido filósofo
da Antiguidade:
“Conhece-te a ti mesmo”.
Combate-se esse defeito
pela
raiz, desde os
primeiros instantes do
processo de
desenvolvimento da
capacidade física,
intelectual e moral do
ser humano, visando à
sua melhor integração
individual e social. O
autoconhecimento é a
base que leva a criatura
alcançar o sentido da
solidariedade e
fraternidade, sendo, em
seguida, um passo para a
reforma necessária das
instituições humanas,
sobretudo, da educação,
não necessariamente essa
educação das
instituições de ensino,
e sim a que pode de
verdade formar homens de
bem. Segundo o Espírito
Emmanuel, só a escola
educativa do lar possui
uma fonte que renova: o
Evangelho; e há,
portanto, um só modelo
de mestre: a
personalidade excelsa de
Jesus.
(2)
Egoísmo: uma praga
social, doença da alma
que deveria ser
combatida como deveras
são combatidas as
epidemias. Um vício
difícil, mas não
impossivel de se vencer.
É certo que, nos dias de
hoje, mais que em outras
épocas, há os que
possuem sentimentos de
generosidade, de
fraternidade; mas ainda
falta muito para se
atingir aquele nível de
benevolência ensinada e
exemplificada por nosso
Mestre Jesus. Um dos
meios para ver se já
somos menos egoístas é
este: a humildade de
admitir onde terminam os
nossos direitos e
começam os dos outros. É
tudo.
Referências:
(1)
KARDEC,
Allan. O Livro dos
Espíritos. Trad.
Herculano Pires. 62. Ed.
São Paulo: Lake
— Livraria Allan
Kardec Editora, 2001.
Cap. 12, questão 913, p.
299.
(2)
XAVIER,
Francisco C. O
Consolador (ditado
pelo Espírito Emmanuel).
17. Ed. Rio de Janeiro:
Federação Espírita
Brasileira, 1995. Cap.
5, questão 112, p. 74.