WEB

BUSCA NO SITE

Edição Atual
Capa desta edição
Edições Anteriores
Adicionar
aos Favoritos
Defina como sua Página Inicial
Biblioteca Virtual
 
Biografias
 
Filmes
Livros Espíritas em Português Libros Espíritas en Español  Spiritist Books in English    
Mensagens na voz
de Chico Xavier
Programação da
TV Espírita on-line
Rádio Espírita
On-line
Jornal
O Imortal
Estudos
Espíritas
Vocabulário
Espírita
Efemérides
do Espiritismo
Esperanto
sem mestre
Divaldo Franco
Site oficial
Raul Teixeira
Site oficial
Conselho
Espírita
Internacional
Federação
Espírita
Brasileira
Federação
Espírita
do Paraná
Associação de
Magistrados
Espíritas
Associação
Médico-Espírita
do Brasil
Associação de
Psicólogos
Espíritas
Cruzada dos
Militares
Espíritas
Outros
Links de sites
Espíritas
Esclareça
suas dúvidas
Quem somos
Fale Conosco
 
Crônicas e Artigos
Ano 3 - N° 150 - 21 de Março de 2010

MARCOS PAULO DE OLIVEIRA SANTOS 
mpoliv@bol.com.br
Taguatinga, Distrito Federal (Brasil)
 

O alerta de Acelino

 “A mediunidade é coisa santa, que deve ser praticada santamente, religiosamente.” 

 
O eminente Espírito André Luiz, por intermédio da sublime mediunidade de Chico Xavier, narra o curioso caso de Acelino, na obra “Os mensageiros”. Após os ensinamentos e estímulos do mentor Telésforo, antigo lidador da Comunicação, os circundantes encetavam conversações edificantes. Para aqueles que lemos as obras de André Luiz, observamos que ele se utiliza desses momentos para transmitir-nos profundos conhecimentos. E é, justamente, nessa ocasião de conversa fraterna que ele nos aponta o caso de Acelino. 

Diz-nos Acelino: 

Também parti de “Nosso Lar”, no século findo, após receber valioso patrimônio instrutivo dos nossos assessores. Segui enriquecido de bênçãos. Uma de nossas beneméritas Ministras da Comunicação presidiu, em pessoa, as medidas atinentes à minha nova tarefa. Não faltaram providências para que me felicitassem a saúde do corpo e o equilíbrio da mente. Após formular grandes promessas aos nossos maiores, parti para uma das grandes cidades brasileiras, em serviço de nossa colônia. O casamento estava em meu roteiro de realizações. Ruth, minha devotada companheira, incumbir-se-ia de colaborar comigo para melhor desempenho das tarefas. Cumprida a primeira parte do programa, aos vinte anos de idade fui chamado à tarefa mediúnica, recebendo enorme amparo dos benfeitores invisíveis. Recordo ainda a sincera satisfação dos companheiros de grupo doutrinário. A vidência, a audição e a psicografia, que o Senhor me concedera, por misericórdia, constituíam decisivos fatores de êxito em nossas atividades. A alegria de todos era inexcedível. Entretanto, apesar das lições maravilhosas de amor evangélico, inclinei-me a transformar minhas faculdades em fonte de renda material. Não me dispus a esperar pelos abundantes recursos que o Senhor me enviaria mais tarde, após meus testemunhos no trabalho, e provoquei, eu mesmo, a solução dos problemas lucrativos. (LUIZ, 2000: 48-49.) 

E, depois de enxugar o pranto, Acelino obtemperou:  

Não fui homicida nem ladrão vulgar, não mantive o propósito íntimo de ferir ninguém, nem desrespeitei alheios lares, mas, indo aos círculos carnais para servir às criaturas de Deus, nossos irmãos, auxiliando-os no crescimento espiritual com Jesus, apenas fiz viciados da crença religiosa e delinquentes ocultos, mutilados da fé e aleijados do pensamento. Não tenho desculpas, porque estava esclarecido; não tenho perdão, porque não me faltou assistência divina.  

E, depois de longa pausa, concluiu gravemente:  

Podem avaliar a extensão da minha culpa? (LUIZ, 2000: 51.) 

Esse breve capítulo da magnífica obra suscita uma série de reflexões. E, certamente, é difícil compreendermos profundamente a extensão da culpa de Acelino. Assim, não podemos responder a pergunta que ele mesmo faz ao final do capítulo de modo completo. Mas é possível fazer algumas ponderações, a começar pela preparação dele.  

Em sua narrativa observamos que ele teve o privilégio de ter lições com uma das beneméritas ministras da Comunicação. Ademais, recebeu o concurso dos Espíritos benfeitores para que tivesse um corpo físico saudável e a mente equilibrada. A companheira Ruth seria o sustentáculo para a caminhada segura, especialmente nas situações difíceis da vida terrena. E, a serviço de “Nosso Lar”, ele nasceria em uma grande cidade para divulgar a doutrina e trabalhar para o bem. Em síntese: foi um Espírito bastante privilegiado desde o mundo espiritual. Cabe salientar que não são todos que recebem o imprescindível auxílio para a volta ao corpo material. Muitos renascem de forma bastante diversa da vivenciada por Acelino. 

Passadas as vinte primaveras, Acelino seguiu com o auxílio inesgotável do mundo superior e com a eclosão das faculdades mediúnicas teve ensejo de melhor contribuir e concretizar as promessas feitas no mundo espiritual. Porém, como ele mesmo asseverou, não soube esperar os tesouros inefáveis do Criador quando retornasse a “Nosso Lar” e, seduzido pelos prazeres materiais, deixou-se arrastar pela mercantilização da mediunidade. O pobre personagem passou por sofrimentos acerbos e perambulou por onze anos nas regiões de sofrimentos. Tudo por causa do seu ato infeliz!  

Não é difícil encontrarmos nas grandes cidades situações como a de Acelino. Pessoas existem que mercantilizam a mediunidade, divulgam-na em outdoors, panfletos, Internet etc. E o mais grave é que se revestem do nome de espíritas. De tal modo que são capazes de ludibriar os incautos e amealharem grandes fortunas.  

Não compete a nós julgarmos essas pessoas. As consequências de tais atos já as conhecemos por meio de narrativas como a de Acelino e tantos outros Espíritos que falharam e vieram nos alertar. Compete a cada um trilhar seu próprio destino. Mas acreditamos que o estudo sério das obras básicas do preclaro codificador e dos ensinamentos de André Luiz, Emmanuel e tantos outros notáveis Espíritos, se vivenciados, fariam com que essas pessoas não prosseguissem no erro grave.  

O alerta de Acelino não pode passar despercebido para nós espíritas. Devemos ter muitíssimo cuidado para não macularmos algo tão sublime que é a mediunidade. E, sobretudo, não permitirmos que nos centros espíritas ocorram tais práticas, que muitas vezes de maneira sub-reptícia ou com o enaltecimento de médiuns, os personalismos, as invejas, intrigas etc., conseguem adentrar as casas espíritas e causar profundas perturbações. Nunca é demais lembrar que “a primeira condição para se granjear a benevolência dos bons Espíritos é a humildade, o devotamento, a abnegação, o mais absoluto desinteresse moral e material”. (KARDEC, 2002: 366.) Corroborando a máxima do Excelso Mestre: “Dai gratuitamente o que gratuitamente haveis recebido”.

 

Referências:

Kardec, Allan. O Evangelho segundo o Espiritismo. 120. ed. Rio de Janeiro: Federação Espírita Brasileira, 2002.

Luiz, André; Xavier, Francisco Cândido. Os Mensageiros. 34. ed. Rio de Janeiro: Federação Espírita Brasileira, 2000.   



 


Voltar à página anterior


O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita