ANGÉLICA
REIS
a_reis_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná
(Brasil)
Memórias
do Padre Germano
Amália Domingo Sóler
(Parte
13)
Damos continuidade nesta edição
ao
estudo do clássico
Memórias do Padre
Germano,
que será aqui estudado
em 20 partes.
A fonte do estudo é a
21ª edição do livro,
publicada pela Federação
Espírita Brasileira.
Questões preliminares
A. Qual foi a
consequência imediata do
primeiro sermão do Padre
Germano?
As ideias tornadas
públicas em sua primeira
missa selaram seu
destino, visto que logo
no dia seguinte o
Geral dos
Penitentes Negros o
procurou e lhe
disse:“Vai-te, foge, uma
vez que tua palavra é
inspirada pelo inimigo
de Deus!”, acrescentando
que, para não dizerem
que a Igreja o
abandonava, lhe caberia
preencher a vaga de um
curato de aldeia.
(Memórias do Padre
Germano, pp. 222 e 223.)
B. Padre Germano
permaneceu na aldeia
para onde o enviaram?
Não. Diz ele que a
aldeia continha muitas
mulheres formosas
desejosas de confiar ao
pároco os seus segredos,
um encargo insuportável,
por apresentar-se
superior às débeis
forças do homem. “Se o
demônio existisse –
assevera Padre Germano –
dir-lhe-ia ter sido ele
o inventor da confissão.
Falar com uma mulher,
sem peia alguma; saber,
um por um, dos seus
pensamentos, dos seus
mais íntimos desejos;
dominar sua alma;
regulamentar seu método
de vida e depois...
ficar isolado ou cometer
um crime, abusando da
confiança, da ignorância
de uma mulher... ou ver
passar gozos e alegrias,
como visões fantásticas
de um sonho, é
impossível!”
(Obra citada, pág. 223.)
C. Decidido a não ficar
naquele lugar, que fez
Padre Germano?
Acompanhado de Miguel e
Sultão, ele caminhou
dias e dias, parando em
diversas aldeias, sem em
parte alguma sentir-se
bem, até que encontrou a
aldeia onde passaria
todos os anos restantes
de sua existência. A
paisagem encantadora
daquele sítio
impressionou tanto o
Padre Germano que,
durante largo tempo,
permaneceu imerso em
extática meditação,
enquanto, em resposta ao
seu desejo de ficar, uma
voz longínqua lhe dizia:
“Ficarás!”. Conduzido
pelas crianças até à
aldeia, os habitantes o
receberam com afeto e um
ancião lhe disse:
“Chegais bem a tempo e
com a maior
oportunidade, porque o
nosso cura está
moribundo e sabe Deus
quantos meses, ou mesmo
anos, ficaríamos sem
pastor...” Curiosamente,
naquela mesma noite o
velho cura deixava a
Terra, abrindo a vaga
para Germano.
(Obra citada, pp. 224 a
227.)
Texto para leitura
104. No cap. 21, Padre
Germano reitera que a
Igreja não é mãe, mas
madrasta, e que o
sacerdote desejoso de
cumprir o seu dever é um
indivíduo profundamente
desgraçado. Se as
paredes dos conventos
falassem!... revelações
horríveis, confissões
patéticas seriam de
todos conhecidas, afirma
Germano. (P. 220)
105. O amor de Germano
pela Igreja era grande.
Isto ele sempre o disse,
e foi por amá-la tanto
que desejou vê-la
despojada de suas ricas
e subversivas vestes e
de seus palácios de
mármore. Essas e outras
ideias tornadas públicas
em sua primeira missa
selaram, porém, o seu
destino, visto que logo
no dia seguinte o
Geral dos
Penitentes Negros o
procurou e lhe disse:
“Vai-te, foge, uma vez
que tua palavra é
inspirada pelo inimigo
de Deus!”, acrescentando
que, para não dizerem
que a Igreja o
abandonava, lhe caberia
preencher a vaga de um
curato de aldeia. (P.
222)
106. Sobre esse momento
difícil de sua vida,
anotou Padre Germano
que, antes de seguir ao
seu destino, sofreu o
desterro, a fome e a
calúnia, e, ao chegar o
momento de tomar posse
de sua pequena igreja,
sentiu frio. Situado num
vale rodeado de
altíssimas montanhas,
constantemente coberto
de espesso nevoeiro,
naquele lugarejo a
Natureza não falava à
alma, nem havia formosas
paisagens que elevassem
o Espírito. (PP. 222 e
223)
107. A
aldeia continha muitas
mulheres formosas
desejosas de confiar ao
pároco os seus segredos,
um encargo insuportável,
por apresentar-se
superior às débeis
forças do homem. “Se o
demônio existisse --
conta Padre Germano --,
dir-lhe-ia ter sido ele
o inventor da confissão.
Falar com uma mulher,
sem peia alguma; saber,
um por um, dos seus
pensamentos, dos seus
mais íntimos desejos;
dominar sua alma;
regulamentar seu método
de vida e depois...
ficar isolado ou cometer
um crime, abusando da
confiança, da ignorância
de uma mulher... ou ver
passar gozos e alegrias,
como visões fantásticas
de um sonho, é
impossível!” (P. 223)
108. Decidido a não mais
residir naquele lugar,
onde lutavam em plena
efervescência as
paixões, a ignorância e
a mocidade, Padre
Germano, acompanhado de
Miguel e Sultão,
caminhou dias e dias,
parando em diversas
aldeias, sem em parte
alguma sentir-se bem,
até que encontrou a
aldeia onde passaria
todos os anos restantes
de sua existência. (P.
224)
109. A
paisagem encantadora
daquele sítio
impressionou tanto o
Padre Germano que,
durante largo tempo,
permaneceu imerso em
extática meditação,
enquanto, em resposta ao
seu desejo de ficar, uma
voz longínqua lhe dizia:
“Ficarás!”... (P. 225)
110. Conduzido pelas
crianças até à aldeia,
os habitantes o
receberam com afeto e um
ancião lhe disse:
“Chegais bem a tempo e
com a maior
oportunidade, porque o
nosso cura está
moribundo e sabe Deus
quantos meses, ou mesmo
anos, ficaríamos sem
pastor...” Curiosamente,
naquela mesma noite o
velho cura deixava a
Terra, abrindo a vaga
para Germano. (PP. 226 e
227)
111. No cap. 22, Padre
Germano narra o seu
reencontro com sua mãe,
que o abandonara aos
cinco anos de idade.
Havia oito anos que ele
chegara à aldeia e já
formara ali uma grande
família, além de
transformar a velha
igreja em ninho de amor
e de esperança. (P. 230)
112. Uma tarde, quando o
Padre Germano estava
entregue aos estudos,
Sultão entrou e
apoiou sua cabeça nos
joelhos do pároco; em
seguida, fitou-o, ladrou
lastimoso e cerrou os
olhos. Dois meninos que
acompanhavam o cão, ao
verem-no piscar os
olhos, alternativamente,
puseram-se a rir e um
deles disse: “Padre, não
entendeis o que vos diz
Sultão? É que
encontramos uma pobre
cega”. Era a mãe que
Germano perdera na
infância e nunca mais
vira. (PP. 230 e 231)
(Continua na próxima
edição.)