Na noite de 23
de março, menos
de um ano após a
conclusão das
filmagens feitas
na cidade, o
povo de
Paulínia,
localidade
situada no
interior do
Estado de São
Paulo, recebeu
Daniel Filho,
Nelson Xavier,
Ângelo Antonio e
outros atores
para a pré-estreia do
filme Chico
Xavier
(fotos). A
cidade serviu de
locação para boa
parte das
filmagens e
muitos
moradores, num
total de 135
pessoas,
participaram do
filme como
figurantes.
Uma plateia
calculada em
1.350 pessoas
lotou as
dependências do Theatro
Municipal da
cidade, para
assistir àquele
que é, em
verdade, o
primeiro filme
feito sobre a
vida de
Francisco
Cândido Xavier,
o saudoso médium
que desencarnou
em 2002 e que,
se encarnado
estivesse, faria
no próximo dia 2
de abril 100
anos de idade. A estreia nacional
do filme
ocorrerá,
obviamente, no
dia do seu
nascimento.
O filme,
conforme
amplamente
divulgado, foi
dirigido por
Daniel Filho,
diretor de
vários sucessos
no cinema e na
televisão.
Participam da
obra atores
bastante
conhecidos do
grande público,
como Tony Ramos,
Christiane
Torloni, Giulia
Gam, Ângelo
Antonio, Luís
Melo, Pedro
Paulo Rangel,
Cássio Gabus
Mendes, Letícia
Sabatella, Paulo
Goulart, Cássia
Kiss, Carla
Daniel, Giovanna
Antonelli.,
Matheus Costa e
Nelson Xavier,
que representa o
personagem Chico
Xavier na fase
adulta, a partir
de sua mudança
para Uberaba-MG.
Dos atores
citados, apenas
Tony Ramos,
Christiane
Torloni e Luís
Melo não
compareceram à
pré-estreia em
Paulínia.
“Viver Chico
Xavier foi uma
experiência
arrebatadora”,
diz Nelson
Xavier
Uma hora antes
do horário
previsto para a
exibição, uma
fila de mais de
mil pessoas já
contornava o
Theatro
Municipal. A
pré-estreia,
embora marcada
para iniciar-se
às 21h, só foi
começar às
22h30, para
aguardar a
chegada do ator
Ângelo Antonio,
cujo voo estava
atrasado. Antes,
Daniel Filho
subiu ao palco e
agradeceu à
população de
Paulínia. Ao
referir-se aos
moradores da
cidade que
participaram
como figurantes,
Daniel declarou:
“É muita gente.
Para mim, todos
foram atores, e
não
figurantes”.
Em seguida,
Nelson Xavier,
bastante
emocionado,
dirigiu algumas
palavras ao
público, quando
admitiu: "Viver
Chico |
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Daniel Filho com atores no palco em Paulínia |
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Xavier foi
uma experiência
arrebatadora,
irresistível e
uma das coisas
mais importantes
da minha
carreira”.
“Estou
arrebatado pela
memória de
Chico. Foi tudo
muito intenso e
dentro do set
sentia fortes
emoções”, disse
ele. Em seguida,
confessando ter
sido ateu
durante boa
parte da vida,
Nelson disse,
com a voz
embargada e
olhos marejados,
que Jesus Cristo
levantou uma das
bandeiras mais
revolucionárias
da história ao
afirmar que
deveríamos amar
uns aos outros
como a nós
mesmos. “E foi
assim que Chico
viveu.
Rigorosamente
sob essa máxima.
Interpretar uma
pessoa como essa
foi uma das
coisas mais
importantes da
minha vida.”
Na plateia
muitas pessoas
não resistiram e
choraram durante
a exibição. O
filme mescla
assuntos sérios
e momentos de
humor, visto que
Chico Xavier era
extremamente bem
humorado.
Muitos
figurantes do
filme, em torno
de 135 pessoas,
são moradores de
Paulínia
Para intercalar
os três períodos
da vida do
médium – a
infância, a vida
adulta e a
velhice – o
roteiro usou
como fio
condutor as
entrevistas que
Chico concedeu
ao programa
Pinga Fogo (até
hoje uma das
maiores
audiências da
TV), apresentado
na década de 70
na TV Tupi. O
filme menciona
também uma carta
psicografada por
ele, que ajudou
a livrar da
condenação uma
pessoa que matou
acidentalmente
um amigo. Trama
paralela é
protagonizada
por Orlando
(Tony Ramos) e
Glória (Christiane
Torloni), pais
que perderam o
filho em uma
tragédia e
recebem uma
carta
psicografada das
mãos de Chico
Xavier. “Esse
casal é o ponto
direto de
identificação
com o
espectador, é o
que representou
o Chico para
todos nós: a
possibilidade de
ter de volta um
filho, um
parente querido
que perdemos”,
diz Bernstein,
um dos
produtores.
Para poder
filmar em
Paulínia, a
produção teve de
buscar ajuda
entre os
moradores da
cidade. Aline
Freiria, de 35
anos, e sua
irmã, Neila,
ambas produtoras
radicadas no
local, ajudaram
a contratar
figurantes.
Neila foi buscar
as pessoas numa
comunidade
carente e chegou
a contratar avô,
avó e quatro
netos de uma
mesma família,
pagando uma
diária de R$ 50.
Segundo ela,
para algumas
dessas pessoas
“esse dinheiro é
quase metade da
renda
familiar”.
Com orçamento de
R$ 12 milhões,
Chico Xavier
estreia no dia 2
de abril, dia em
que o médium
completaria 100
anos de vida. A
data é, de
acordo com a
equipe, uma
coincidência,
que com certeza
não deve
prejudicar o
desempenho do
filme, previsto
para entrar em
cartaz em até
400 salas do
País.
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