JANE MARTINS
VILELA
limb@sercomtel.com.br
Cambé, Paraná
(Brasil)
Solidariedade
"Quando se pensa em
todos os abusos de
poder, em todas as
injustiças que se
cometiam com desprezo
dos mais sagrados
direitos, quem pode
estar certo de não haver
participado mais ou
menos de tudo isso e
admirar-se de assistir a
grandes e terríveis
expiações coletivas?”
“... O Espiritismo lhes
ensinará que, se as
faltas coletivamente
cometidas são expiadas
solidariamente, os
progressos realizados em
comum são igualmente
solidários, princípio em
virtude do qual
desaparecerão as
dissensões de raças, de
famílias e de
indivíduos, e a
Humanidade, livre das
faixas da infância,
avançará, célere e
virilmente, para a
conquista de seus
verdadeiros destinos.”
(Obras Póstumas –
As expiações coletivas.)
No início do mês os
meios jornalísticos
comentaram diariamente o
terremoto seguido do
tsunami que fez centenas
de vítimas no Chile. E
isso pouco tempo depois
do flagelo que se abateu
sobre o Haiti, como,
aliás, vem ocorrendo com
certa frequência em
variados pontos do
planeta.
Diz o grande Léon Denis
que a dor tem função de
equilíbrio e educação. O
sofrimento, diz ele, não
é, muitas vezes, mais
que a repercussão das
violações da ordem
eterna cometidas. Diz
ainda ele que é muito
difícil fazer entender
aos homens que o
sofrimento é bom.
“Suprimi a dor e
suprimireis, ao mesmo
tempo, o que é mais
digno de admiração neste
mundo, isto é, a coragem
de suportá-la”, afirmou
Léon Denis. “A dor é
como uma asa dada à alma
escravizada pela carne
para ajudá-la a
desprender-se e a se
elevar mais alto.”
Nos momentos em que
nossos corações choraram
ao ver as dores
coletivas que assolaram
a Terra, quadros que,
aliás, sempre ocorreram,
mas que, pelas
facilidades da mídia,
estão hoje mais
próximos, nossos olhos
marejaram muito mais ao
ver com emoção a grande
corrente de
solidariedade que isso
provocou.
A dor tem essa função:
despertar as almas para
os sofrimentos e
incentivá-las pela
comoção a sentirem
piedade, compaixão, e se
moverem na ação do amor.
Várias revistas que se
reportaram ao assunto
dos tsunamis falaram da
Humanidade se unindo
para socorrer, na guerra
mundial pela vida, como
estampou em sua capa a
revista Veja,
aludindo ao grande
tsunami ocorrido anos
atrás na Ásia: “Tsunami
de solidariedade”.
Isso é emocionante. É
belo e grandioso o mundo
unindo-se numa grande
causa comum: minorar o
sofrimento de milhares.
É o que vemos no último
parágrafo do texto por
nós transcrito de
Obras Póstumas e
colocado no preâmbulo
deste artigo – a união
de todos.
Não cabe a nós ficar
inquirindo qual foi a
causa comum que levou
tantas pessoas a
semelhante processo de
desencarnação coletiva.
Estavam reunidos ali os
Espíritos que passariam
esse momento, num
resgate difícil, sem
falar nas expiações
coletivas para os que
ficaram na dor e nos
tormentos da saudade e
da incerteza.
O que vemos de
solidariedade nos dá
alegria à alma. Apesar
das guerras, dos
dissabores e da
violência, o mundo está
melhorando, sim. Há
milhares de pessoas que
deixam de si para
socorrerem outros,
heróis anônimos,
Espíritos já
sensibilizados pelo amor
e que agem no bem.
Há milhares assim; no
entanto, milhares de
desastres particulares,
ocultos, estão ao nosso
redor, precisando de
auxílio, amparo,
proteção.
As ondas enormes
ajudaram a sensibilizar,
e quem sabe aqueles que
acompanharam as notícias
olharão com melhores
olhos e com mais amor os
que estão sofrendo, seja
onde for?
Ficamos felizes com o
que a formosa modelo
Gisele Bündchen disse em
entrevista à Globo: “A
moda agora é a
solidariedade. Seja
solidário”.
O mundo está melhorando.
A maturidade está
chegando. Haverá uma
hora em que todos se
entenderão como irmãos,
e desaparecerão países,
raças, restando um todo
harmônico, equilibrado e
amoroso: a Humanidade!
Estaremos então maduros,
o egoísmo se minimizará,
e as dores gradualmente
desaparecerão. O mundo
deixará de ter tantas
provas e será mais
feliz.
Um sonho? Por
enquanto... Mas
chegaremos lá. Para
chegarmos, façamos do
sonho uma ação diária e
amemo-nos uns aos
outros.
Sejamos solidários
sempre. Em casa, na rua,
na nossa cidade, no
nosso país e também fora
dele. Simplesmente,
amemos!