Um confrade de Belo
Horizonte pergunta-nos se é
possível uma comunicação
psicográfica de um Espírito
encarnado.
Sim, é possível
a comunicação de um Espírito
encarnado, seja pela
psicofonia, seja pela
psicografia. A prova disso
temos em três passagens da
Revista Espírita, periódico
redigido por Allan Kardec de
1858 a 1869, adiante
transcritas:
1. Revista Espírita de
1860, Edicel, pp. 181 a 183:
A Revista diz que Kardec
evocou Charles de Saint-G...,
um jovem idiota, de 13 anos,
ainda encarnado, cujas
faculdades intelectuais eram
de uma tal nulidade que ele
nem conhecia os
pais. Charles tinha
consciência do seu estado e
sabia por que nascera assim.
"Sou um pobre Espírito
ligado à terra, como uma ave
por um pé", definiu
ele. Comentando o caso,
Kardec diz, então, que a
imperfeição dos órgãos é
apenas um obstáculo à livre
manifestação das faculdades,
mas não as aniquila.
2. Revista Espírita de
1865, Edicel, pp. 19 e 20:
A Revista transcreve um
diálogo travado no ano de
1862 entre o Sr. Rul, membro
da Sociedade Espírita de
Paris, e o Espírito de um
jovem surdo-mudo de 12
a 13
anos, ainda encarnado. Na
conversa o jovem disse que
nascera assim como expiação
de seus crimes no passado,
pois ele fora parricida.
3. Revista Espírita de
1867, Edicel, p. 88:
Relata a Revista que em
determinada sessão
discutia-se a seguinte
questão: “Na lista dos
Espíritos que se comunicaram
havia encarnados? Se sim,
como podiam comunicar-se?”
Um Espírito, então,
explicou: “Os Espíritos de
um certo grau de
adiantamento têm uma
radiação que lhes permite
comunicar-se simultaneamente
em vários pontos. Nuns, o
estado de encarnação não
amortece essa radiação de
maneira completa para os
impedir de se manifestarem,
mesmo em
vigília. Quanto mais
avançado o Espírito, mais
fracos os laços que o unem à
matéria do corpo; está num
estado de quase constante
desprendimento e pode
dizer-se que está onde está
seu pensamento”.
É bom, ainda, lembrar que
Ernesto Bozzano, no livro
Comunicações mediúnicas
entre vivos,
de 1927, trata do assunto
ora exposto.
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