ROGÉRIO COELHO
rcoelho47@yahoo.com.br
Muriaé, Minas Gerais (Brasil)
As demoradas e
obscuras
preparações da
matéria
Nascer, morrer,
renascer ainda e
progredir sem
cessar, tal é a
lei.
“(...) A vida do
homem é como o
Sol das regiões
polares durante
o estio. Desce
devagar, baixa,
vai
enfraquecendo,
parece
desaparecer um
instante por
baixo do
horizonte. É o
fim, na
aparência; mas,
logo depois,
torna a
elevar-se, para
novamente
descrever a sua
órbita no céu”.
- Léon Denis
Segundo o fiel
discípulo de
Kardec, Léon
Denis , “a morte
é apenas um
eclipse
momentâneo na
grande revolução
das nossas
existências; mas
basta esse
instante para
revelar-nos o
sentido grave e
profundo da
vida. A própria
morte pode ter
também a sua
nobreza, a sua
grandeza. Não
devemos temê-la,
mas, antes, nos
esforçar por
embelezá-la,
preparando-se
cada um
constantemente
para ela, pela
pesquisa e
conquista da
beleza moral, a
beleza do
Espírito que
molda o corpo e
o orna com um
reflexo augusto
na hora das
separações
supremas.
(...) A carne é
um sonho; ela se
dissipa. Se esse desvanescimento
fosse o fim do
homem, tiraria à
nossa existência
toda sanção.
Quem quer que
ame, sabe e
sente que nenhum
dos pontos de
apoio do homem
está sobre a
Terra. Amar é
viver além da
vida. Sem esta
fé, nenhum dom
perfeito do
coração seria
possível; amar,
que é o objetivo
do homem, seria
seu suplício.
Esse paraíso
seria o inferno.
Não! Dizemo-lo
bem alto, a
criatura amante
exige a criatura
imortal. Para
onde vamos após
esta vida? Para
a sombra? Não.
Somos nós
(encarnados) que
estamos na
sombra. Os
chamados
“mortos” estão
na aurora; na
irradiação, na
verdade, na
realidade, na
recompensa,
procurando lá no
Alto a
serenidade
suprema.
O prodígio dessa
grande partida
celeste que se
chama morte é
que aqueles que
partem não se
afastam. Estão
num mundo de
claridade, mas
assistem,
testemunhas
enternecidas, ao
nosso mun¬do de
trevas. Estão no
alto, e muito
perto. Vós que
tendes visto
desaparecer no
túmulo um ser
querido, não vos
creiais
abandonados por
ele. Ele está ao
vosso lado mais
do que nunca. A
beleza da morte
é a presença;
presença
inexprimível das
almas amadas
sorrindo aos
nossos olhos em
lágrimas. O ser
chorado
desapareceu, mas
não partiu. Não
lhe percebemos
mais seu doce
rosto... Os
mortos são os
invisíveis, mas
não são os
ausentes.
Rendamos justiça
à morte. Não
sejamos ingratos
para com ela. É
um erro crer que
na obscuridade
do túmulo tudo
se perde. Muito
pelo contrário:
Aqui tudo se
reencontra. O
túmulo é um
lugar de
restituição.
Aqui a alma
recobra o
infinito; aqui
ela recupera a
sua plenitude;
aqui ela reentra
na posse de sua
misteriosa
natureza; está
desligada do
corpo, desligada
da necessidade,
desligada do
fardo, desligada
da fatalidade...
A morte é a
maior das
liberdades, a
ascensão
resplandecente e
sagrada”.
Para lograrmos a
luz da
Espiritualidade
Maior,
precisamos
primeiramente
vencer as trevas
existentes em
nossa
intimidade, daí
a necessidade
dos estágios nos
sombrios mundos
materiais para
as devidas
depurações.
Ensina ainda o
nobre
conterrâneo de
Kardec
(1):
“(...) O
Universo
transborda de
vida física e
psíquica. Por
toda parte o
imenso formigar
dos seres, a
elaboração de
almas que,
quando escapam
às demoradas e
obscuras
prepa¬rações da
matéria, é para
prosseguirem,
nas etapas da
luz, a sua
ascensão
magnífica”.
DENIS, Léon.
O Problema do
Ser, do Destino
e da Dor.
232. ed. Rio de
Janeiro: FEB,
2000, pp.
129-132.