ANGÉLICA
REIS
a_reis_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná
(Brasil)
Memórias
do Padre Germano
Amália Domingo Sóler
(Parte
16)
Damos continuidade nesta edição
ao
estudo do clássico
Memórias do Padre
Germano,
que será aqui estudado
em 20 partes.
A fonte do estudo é a
21ª edição do livro,
publicada pela Federação
Espírita Brasileira.
Questões preliminares
A. Que fato levou muitos
nobres e sacerdotes a
mudar-se para a aldeia
em que Germano vivia?
Após sangrenta guerra
que acometeu o país, a
peste semeou a desolação
e o terror pelas cidades
fratricidas. A aldeia
onde Germano vivia fora
uma das poucas em que a
epidemia não fez
vítimas, o que foi
atribuído à Fonte da
Saúde, cuja água,
segundo o vulgo, era
preservativo de todas as
moléstias. Foi por isso
que o lugar foi invadido
por nobres e sacerdotes
que, em vez de ficarem
nas suas dioceses, para
ali acorreram, por medo
da peste.
(Memórias do Padre
Germano, pp. 268 a 270.)
B. Que palavras Padre
Germano disse a respeito
da ociosidade e do
desespero?
Ele escreveu: “Se a
ociosidade é mãe de
todos os vícios, o
desespero é o pior
conselheiro do homem”.
“A fome - lembra ele -
irrita, a sede
enlouquece, e de um
louco se pode esperar
todas as loucuras.”
Enquanto os ricos forem
muito ricos e os pobres
muito pobres,
cometer-se-ão crimes na
Terra. É que os
primeiros, demasiado
felizes, enfarados de
suas fortunas,
entregam-se à desordem
das paixões, em busca de
sensações novas, ao
passo que os pobres, no
seu desalento, sorrindo
de amarga ironia, dizem:
“Já que Deus não se
lembra de nós, vivamos
como se Ele não
existisse; esqueçamos
suas leis, já que a
Providência nos não
sorriu”.
(Obra citada, pág. 283.)
C. Como Padre Germano
gostaria que os
sentenciados fossem
tratados?
“Eu queria o castigo do
criminoso – diz ele -,
mas queria, igualmente,
que se lhe desse
instrução, que o
moralizassem, que lhe
fizessem conhecer o
remorso.” Foi essa
ideia que o levou, certa
vez, a penetrar os
subterrâneos da
fortaleza guardada pelos
Penitentes Negros,
onde ele encontrou
indivíduos presos, de
pé, em nichos gradeados
com fortes barras de
ferro, sem poderem
sentar-se, à falta de
espaço. Inflamado pelo
fogo da inspiração
divina, Germano foi até
o Rei e conseguiu
convencê-lo a dar aos
acusados um julgamento
justo nos tribunais
civis, sendo-lhe preciso
forte poder de
persuasão, visto que o
soberano não desejava
malquistar-se com os
Penitentes Negros,
sabendo que daí lhe
poderia advir a morte,
mais cedo ou mais tarde.
(Obra citada, pp. 287 a
292.)
Texto para leitura
131. Neste capítulo,
Germano narra um fato
ocorrido em seu país
quando, após sangrenta
guerra, a peste semeou a
desolação e o terror
pelas cidades
fratricidas. A aldeia
onde ele vivia fora uma
das poucas em que a
epidemia não fez
vítimas, o que foi
atribuído à milagrosa
Fonte da Saúde, cuja
água, segundo o vulgo,
era preservativo de
todas as moléstias. Por
causa disso, o lugar foi
invadido por nobres e
sacerdotes que, em vez
de ficarem nas suas
dioceses, para ali
acorreram, por medo da
peste. (P. 268)
132. Entre os bispos
chegados à aldeia, veio
um, de nome Favônio, que
se valia da religião
para dissimular
bastardas ambições e que
muito havia trabalhado
para fazer da Fonte
da Saúde um comércio
lucrativo para a Igreja.
Entendendo que a
epidemia fora provocada
pela cólera de Deus, o
bispo assim o disse, do
púlpito da velha igreja,
o que levou Padre
Germano a contraditá-lo
publicamente. Deus
jamais se encoleriza,
pois é superior a todas
as paixões humanas,
esclareceu Germano,
explicando que a peste
sobrevém às guerras, não
como castigo, mas como
consequência da infecção
atmosférica pela
decomposição de centenas
de cadáveres, cujos
gases deletérios
contaminam o ar. No
mesmo sermão, Padre
Germano censurou seus
colegas por haverem
abandonado suas
paróquias e seus fiéis,
no momento em que
poderiam lhes ser mais
úteis. (PP. 269 e 270)
133. Na sequência de seu
discurso, Padre Germano
rejeitou o sofisma
religioso que atribuía
valor miraculoso à água
da Fonte da Saúde
e reiterou que jamais
consentiria na
realização dos sonhos de
alguns bispos. “Enquanto
eu viver, não se abusará
aqui da credulidade
religiosa”, afirmou
Germano, adiantando que
aquele, dos ali
presentes, que mais
bebera daquela água iria
morrer antes de reentrar
no seu palácio.
Referia-se a Favônio, o
bispo que falara, do
púlpito, aos fiéis
daquela aldeia. (PP. 273
e 274)
134. A
predição quanto à morte
do bispo Favônio
realizou-se
integralmente, visto que
ele morreu, de morte
natural, em meio da
viagem de regresso à sua
cidade. (P. 281)
135. No cap. 26, “Os
encarcerados”, Padre
Germano adverte: “Se a
ociosidade é mãe de
todos os vícios, o
desespero é o pior
conselheiro do homem”.
“A fome -- lembra ele --
irrita, a sede
enlouquece, e de um
louco se pode esperar
todas as loucuras.”
Enquanto os ricos forem
muito ricos e os pobres
muito pobres,
cometer-se-ão crimes na
Terra. É que os
primeiros, demasiado
felizes, enfarados de
suas fortunas,
entregam-se à desordem
das paixões, em busca de
sensações novas, ao
passo que os pobres, no
seu desalento, sorrindo
de amarga ironia, dizem:
“Já que Deus não se
lembra de nós, vivamos
como se Ele não
existisse; esqueçamos
suas leis, já que a
Providência nos não
sorriu”. (P. 283)
136. O pároco diz que os
presos sempre tiveram
nele um defensor
decidido e que seu
trabalho favorito era
inspirar resignação e
esperança aos habitantes
dos presídios, que são,
incontestavelmente, os
seres mais desgraçados
do planeta. (P. 285)
137. As masmorras o
revoltavam. “Eu queria o
castigo do criminoso --
lembra Padre Germano --,
mas queria, igualmente,
que se lhe desse
instrução, que o
moralizassem, que lhe
fizessem conhecer o
remorso.” Foi essa
ideia que o levou, certa
vez, a penetrar os
subterrâneos da
fortaleza guardada pelos
Penitentes Negros,
onde ele encontrou
indivíduos presos, de
pé, em nichos gradeados
com fortes barras de
ferro, sem poderem
sentar-se, à falta de
espaço, tendo ainda
argolas nos pés, na
cintura e no peito, que
os prendiam à parede.
(PP. 287 a 289)
138. Padre Germano
conseguiu conversar com
vários dos encarcerados,
entre eles Lauro, que
era inocente do crime
que lhe fora imputado.
Inflamado pelo fogo da
inspiração divina,
Germano pôs-se a caminho
e conseguiu convencer o
próprio Rei a dar aos
acusados um julgamento
justo, nos tribunais
civis, sendo-lhe preciso
forte poder de
persuasão, visto que o
soberano não desejava
malquistar-se com os
Penitentes Negros,
sabendo que daí lhe
poderia advir a morte,
mais cedo ou mais tarde.
(PP. 290 a 292)
139. O processo daqueles
acusados custou a
Germano noites e noites
de insônia, perseguições
sem conto, ameaças
terríveis, mas ele teve,
enfim, a ventura de ver
Lauro em liberdade. Os
demais tiveram pena
proporcional à sua
falta, mas seus bens
ficaram na posse de suas
respectivas famílias.
(P. 294)(Continua na próxima
edição.)