Fagulhas de amor
“Os cientistas estão
descobrindo nesse
momento que viver, como
se viver e amar fosse
uma coisa só, é a única
forma de vida para os
seres humanos, porque,
realmente, essa é a
forma de vida que a
natureza inata do homem
exige.” – Ashley Montagu.
“O homem não tem escolha
a não ser o amor. Pois
quando não o faz,
encontra suas
alternativas na solidão,
na destruição e no
desespero.”
Estas duas frases foram
retiradas do livro
Amor, de Leo
Buscaglia, maravilhoso
livro, que vale a pena
ler.
A Doutrina Espírita
no-lo afirma sempre
quando nos convida a
amar, e assevera que o
Espírito, quando mais
instruído, delicado,
sensível, tem
sentimentos, e o ponto
máximo do sentimento é o
amor. Frase também
conhecida por todos os
espíritas, a do Espírito
de Verdade, quando
assevera: “Espíritas,
amai-vos, eis o primeiro
ensinamento;
instruí-vos, eis o
segundo”.
Jesus, o cancioneiro
máximo do amor, nos
disse que seus
discípulos seriam
reconhecidos pelo muito
que se amassem e ainda
mais: “Um só mandamento
eu vos deixo, um só
mandamento eu vos dou:
que vos ameis uns aos
outros”.
Quando observamos o
nosso mundo e vemos
tantas pessoas
maravilhosas a amar,
nosso coração se enche
de júbilo, porque há
milhares de pessoas
entendendo isso e porque
o amor cresce na face da
Terra, onde se verifica
a evolução paulatina dos
sentimentos através dos
milênios.
Estamos vivendo numa
época de transformações,
nós o sabemos. Espíritos
de diversos graus
evolutivos convivendo
uns com os outros,
compreensões diversas,
sentimentos diferentes.
Há aqueles que já
entendem o amor e amam,
deixando lições de
afetividade comovedoras,
há os que passam na
indiferença, há os que
caminham ainda na
agressão.
Um dia, o amor imperará
na Terra. Até lá ainda
veremos cenas como a que
assistimos outro dia, a
busca dos bens
materiais, a ânsia pelo
ter, separando famílias,
afastando os afetos...
Conheci dias atrás uma
senhora cinquentenária,
com sua netinha, uma
linda mestiça de três
anos, que beijava
ternamente a avó e
acariciava-lhe o rosto,
numa demonstração
evidente de afeto e de
que já sabe dar afeto.
Essa avó nos disse que
cuida da neta desde que
a menina nasceu, pois a
mãe trabalha o dia todo
e o pai está no Japão.
Eles moraram no Japão
por oito anos, vieram
para cá, a mãe ficou
grávida. Quando a menina
tinha cerca de nove
meses, o pai retornou ao
Japão e a mãe ficou
aqui, onde trabalha o
dia todo. Quando vem
buscar a menina, esta
chora porque quer ficar
com a avó, que é quem
cuida dela e lhe dá o
principal, o afeto,
alimento do espírito.
Nada de novidade há
nisso, pois acontece com
a maioria dos que
trabalham fora, ausentes
dos filhos. A avó, no
entanto, derramando
lágrimas, disse-nos que
a menina só conhece o
pai pelas imagens do
computador e que, dias
antes, falando com ele,
começou a acariciar o
computador, como se
fosse ele o próprio pai.
Aí a avó não aguentou,
chorou. Que triste essa
separação dos amores por
causa do dinheiro!
Compilando o trecho de
um artigo do jornal do
Conselho Federal de
Medicina, de janeiro de
2008, lá está:
“As mudanças no
funcionamento da
família, quando os pais
deixam de se fazer
presentes na educação
dos filhos, graças à
crescente necessidade de
ascensão social e do
desejo consumista de
sucesso, dinheiro e
status, causam a
completa inversão de
valores de uma sociedade
que qualifica os seus
membros pelo que possuem
e não pelo que
efetivamente são. A
dignidade da pessoa
humana é trocada pela
falsa dignidade do
acúmulo de bens e
capital”.
Ainda nesse artigo,
reportando-se aos
jovens, a essa geração,
lemos:
“Eles hoje sabem mais do
que sabíamos sobre
violência, medo, amor,
sexo e depressão. E
sofrem mais do que
sofríamos. Se ontem
precisávamos
desesperadamente do
abrigo de uma boa
família e de pais
amorosos e seguros,
atualmente os jovens
precisam dez vezes mais
de pais que os ouçam,
percam tempo com
eles, dialoguem,
discutam os problemas e
lhes mostrem que a
maturidade é experiência
que vale a pena. A
ternura e a renúncia
ainda são as duas
grandes virtudes que
mantêm uma família unida
e que asseguram aos
jovens uma razão de
viver...”
O texto publicado pelo
jornal do CFM está em
perfeita concordância
com o que nos ensina o
Espiritismo, pois que,
como sabemos, o amor é a
destinação dos homens.
O caso da menininha
citado nesta crônica não
é único. Milhares de
famílias se encontram
separadas... Graças à
bondade divina, há uma
avó que a ama e permite
a ela desenvolver afeto.
Não nos cansemos jamais!
Que seja o amor o nosso
móvel até que
definitivamente habite
em nós! Amemos sempre
mais até que possamos
compreender que por
muito que amarmos na
vida, no estágio em que
nos encontramos na
Terra, o máximo de amor
será apenas uma
minúscula fagulha do
grande amor divino.
Amemos com todo o
sentimento e em todas as
ações, e um dia o amor
viverá em nós e, uma vez
plenos de amor,
poderemos ensinar outros
a amarem e, nesse dia,
nosso mundo será feliz,
porque felizes seremos
nós!