O céu
João de Deus
Pátria ditosa e linda, e
onde o mal
Desaparece ao meigo
olhar do Amor,
Que entre os seres do
Além é sempre igual,
No mesmo anseio santo e
superior!
Lá não se vê traição e
cada qual
Urde ali sua auréola de
esplendor,
Doce Mansão de Paz,
imaterial,
Onde impera a bondade do
Senhor!
Porto de Salvação para
quem crê
Nessa Praia do Azul, que
se antevê,
Pelo poder da Fé, na
provação;
País dos Céus, aonde o
pecador,
Depois de bem sofrer aí
a dor,
Vai ali encontrar
Consolação.
João de Deus nasceu em
São Bartolomeu de
Messines, Portugal, em
1830, e desencarnou em
1896. Um dos maiores
líricos da língua
portuguesa, é tão bem
conhecido no Brasil
quanto em seu país. O
soneto acima integra o
Parnaso de
Além-Túmulo, obra
psicografada pelo médium
Francisco Cândido
Xavier.